quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Como nascem os anjos (Pt1)
Em tudo nessa vida, é necessário que se encontre um ponto de estabilidade psíquica ou espiritual. Para se atingir esse tipo de insight é preciso ter a mesma precisão de um médico ao realizar uma cirurgia, é necessário estar sempre atento para captar aquilo. Seja escovando os dentes, ouvindo música, dirigindo seu carro ou trepando, aquilo não acontecerá se você não estiver prestando atenção. Muitas coisas acontecem quando estamos desatentos, a vida é cheia de coisas, mas para captar aquilo é necessário estar constantemente olhando para dentro de si.
Falaremos aqui sobre o adestramento, a capacidade de subjacente a um sintoma encontrar uma idéia fixada e obsessiva de si. Os testes com a nova substancia ZKY-12 nos permitiram observar que com o uso diário da substancia mais o seus efeitos que chamamos de reforços positivos, como liberação de serotonina, dopamina, noradrenalina, o individuo R. foi condicionado a acreditar que não é apenas “um” indivíduo.
Se masturbar, é como fazer qualquer tipo de exercício. Seja malhar, meditar, ou treinar artes marciais, deve ser sempre praticado com muita disciplina. Conheço um cara que tomou tanta bomba que teve tumores nos bíceps, e seus testículos estouraram.
...E então, eu gozo. Uma onda de adrenalina misturada co serotonina toma conta do meu corpo que fica a se debater espasmodicamente. O caralho fica entumecido com uma marca roxa, os sentidos estouram como fogos de artifício se espandindo para alem do estagio consciente as pupilas se dilatam o peito se enche de ar sou capaz de distinguir no tapete o odor dos restos de comida no chão misturados a outras gozadas alhures e água sanitária. Me jogo na cama e fecho os olhos, no canto dos ouvidos posso ouvir da casa de um dos muitos vizinhos os uivos melancólicos de um cachorrinho.
A disciplina da carne deve ser exercida diariamente e somente quarenta minutos por dia, mais do que isso seria um disperdicio de energia física e psíquica e conseqüentemente suas células começariam a morrer.
Um jovem de cerca de vinte e sete anos se levanta de sua cadeira, e conta sua historia triste. Rafinha tem tatuagem nos braços e usa boné, conta que ficou tetraplégico, não conseguia mais andar, não conseguia mais trepar, seus amigos não o viam mais, ninguém mais ouviu falar de Rafinha, e ele virou um bêbado da rua augusta.
- Meu, eu passava o dia inteiro com com a minha cerveja heiniken keg Holanda e um maço de Marlboro na mão ouvindo umas mp3 do Led Zeppelin.
Na TV, inter de Milão e Manchester empatam. Um viciado em cocaína chamado Rony chora quando sai do banheiro e se depara com a face da decadência humana; Um puteiro regado de japonesas extraviadas de um curso de sushi por proxenetas do bairro da liberdade, um bêbado entorpecido de Viagra caído no chão com o pau duro pede uma ambulância e todos, principalmente a menina que estava com ele tocam suas vidas como se nada acontecesse, um tetraplégico assistindo um jogo de futebol na televisão com uma figura que aparentemente sofre de elefantíase no rosto. O traficante local foi preso na semana passada, e nessa sexta feira muita coisa mudou ali na balada. Ninguém precisa se olhar para saber, e mesmo que fosse preciso um contato visual para perceber a atmosfera ninguém olharia para a dupla que assiste ao jogo, pois eles são a face da estagnação humana, uma estrela cadente que caiu cedo demais, ou um homem que fez a oferenda errada a um semi-deus.Em algum lugar, provavelmente no juic Box, toca “Stairway to heaven”
_ “Theres a feeling i get when i look to the West
And my spirit is crying for leaving
In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees
And the voices of those who stand looking
Ha um seminário na Usp de São Paulo sobre o caso de como Rafinha voltou a andar. Um professor de parapsicologia disserta sobre o caso em um auditório de cerca de duzentos estudantes.
Ele queria uma coisa da vida, meu corpo queria outra. Como resolver essa equação carnal? Como fazer para curar essa doença terrível do espírito? Ninguém sabe ao certo como, mas Rafinha voltou a andar. Com uma dieta de comida vegetariana, sucos de fotosíntese e maconha, um dia ele voltou a andar. Todos nós sabemos o que aconteceu. Ele encontrou aquilo. Alguns dizem que um dia foi a uma banca de jornal comprar uma revista pornô, e leu na contracapa um anuncio de um curso de kama Sutra. As aulas eram dadas por um iniciado de sexualidade meio duvidoso metade índio metade árabe, que lhe ensinou as palavras mágicas e as disciplinas do corpo para despertar Kundalini, a serpente d’água, malte de cevada, lúpulo, e levedura A.
domingo, 13 de novembro de 2011
Kayne west; A maior farsa do show business
Na pior das hipóteses, não é possível confiar em uma só palavra que esse cara diz. Como isso foi acontecer? Ontem fui ao primeiro dia do SWU na cidade de Paulínia (Não sei exatamente por que eu fui nesse dia, provavelmente para prestigiar os meus amigos da Groove) e me deparei com o show desse cara, que segundo suas próprias palavras, se considera uma figura bíblica, possívelmente também uma figura pagã, um Semi Deus. De fato, seus crimes contra os direitos autorais de outros artistas póstumos e seus delírios megalomaníacos fazem desse homem de 34 anos se comportar como um sátiro.
O dia começou estranho. Muito estranho. Caminhando pelas ruas de São Paulo, topei com uma sujeito discreto, óculos escuros e chapéu coco que por muito pouco não esbarrou no meu ombro. Era o Ringo Star. Legal, pensei, acabo de cruzar um homem que seguindo por esse mundo sem raízes dividiu longas horas de sua vida com John Lenon. Eu, um cara errante, cheio de energia acumulada que poderia muito bem estar bêbado a essa hora do dia, tropeçar em cima dele e ter todos os meus dentes esparramados no chão pela frota de seguranças que escoltavam o Beatle menos reconhecido.
A noite, já no festival, outra baterista importante em linha cruzada com a minha vida, o do System of a down. Esse, eu tive a oportunidade de comprimenta-lo, mas... como as pessoas importantes não querem saber de mim, ele nada fez além de falar um bando de piadinhas sem graça e ficar babando sobre os peitos da minha namorada. Esses caras são de outra raça. Steve Jobses, Ringo Stares, John Lenons, Kayne Westes, bateristas do SOAD. Mas se por outro lado, eu me der o luxo de pensar e refletir que esse cara também deve ter um nome, e eu apenas sei que ele toca bateria ... Isso torna justa a situação.
Após uma longa batalha contra antigos espíritos do mal e amuletos vodus consegui chegar a tenda aonde me foi possível entrar em contato com a quinta essência da arte que é a música do Kayne.
Algo confirmou que meus instintos estavam certos quando, toda vez que eu ouvia esse cara cantando com aquele autotune infernal, eu pensava em merda. Dessa forma, lá fui eu, rumo a um horizonte desconhecido assistir a apresentação, para, ao menos, ter uma opinião precisa quando for dizer algo sobre Kayne West, um homem de 34 anos, que segundo suas próprias palavrasdespreparadas afirma que, se a bíblia tivesse sido escrita hoje, seu nome certamente seria mencionado nela.
O cenário do palco é o seguinte; Uma imagem em estilo clássico com diversas figuras angelicais e mitológicas todas embrenhadas como que para saudar o homem ali se apresenta e fica duas horas cantando sobre os nomes que ele dá para suas armas, os apelidos que ele dá para suas namoradas, o flerte com a menina na festa de ontem a noite em Los Angeles, os carros que tem e que pretende comprar e roupas da Nike que brilham no escuro. Tudo tem a ver com a o fundo de palco barroco. Eu disse cantar? Não sei por que tive a impressão que quando eram utilizados aqueles efeitos de voz tratava-se de um playback. Antes dele aparecer no palco, um coro ensurdecedor de anjos seguidos por um som de órgão sintetizado no volume máximo, sugeriam o renascimento do Nosso Senhor. Algo épico. Para aquelas almas que acreditam nesse homem, o Sublime.
Ali, no meio daquela gente, entre Bibis e Betos Lees, me sentia uma ovelha negra. As roupas do pública brilhavam. As minhas e as da minha trupe eram todas escuras. " Não vai demorar muito para que percebam isso e matem um de nós" eu disse para o Magrão. Então o Kayne West seguiu cantando coisas que eu não conseguia identificar e como a cerveja estava muito agradável, e liberada, fui ficando mais animado e otimista. Então uma pausa dramática e a apresentação volta com nada mais nada menos que a música do Queen. O dj executa "we will rock you"' em tempo integral enquanto o ídolo fica parado de frente para a multidão com algo de arrogante no rosto captando as vibrações. O público? O público naturalmente que foi ao delírio. Você está no meio de 60.000 pessoas e toca aquela batida do Queen com a voz angelical do velho Fred cantando a todo o vapor, quem não vai entrar em transe? Quem não vai gostar? Quero dizer, ou esse Kayne West é jovem inteligente ou um farsante veterano, pois "What da Fuck" tem a música dele em comum com a do Fred Mercury? Para começar que esse cara deve ser homofóbico, como a maioria dos rapers americanos são. O povo fica louco. E não adianta dizer que é o mal dos trópicos. Não. O povo fica louco pelo mundo afora com essa incoerência.
Pra fechar com chave de ouro perto do final, outra pausa dramática e... o Dj ataca com "Chariot of Fire" sabe aquela música que se tornou um símbolo de esperança e equidade para as pessoas portadoras de necessídades especiais. Uma música composta por Vangelis, um sujeito pioneiro no new wave e na música experimental entre os anos 70/80. Será que o cidadão Kayne realmente gosta desse experimentalismo quase erudito do Vangelis? Talvez ele esteja mais interessado em ser visto pelos olhos do mundo como uma semiótica do sentimentalismo e de esperança, mal que, segundo os gregos permaneceu aprisionado na caixa de Pandora. Para melhorar, rolou um balé enquanto tocava a música e ele ficava olhando para as dançarinas com um misto de ignorância e confiança no rosto. Dentro de meu sarcasmo, e de minha cerveja, fiquei imaginando um balé de cadeirantes todos rodopiando e derrapando em meio ao Jesus Cristo negro que no final estendem juntos suas mãos para o céu, e milagre, os cadeirantes se levantam, chutam suas cadeiras velhas e começam a dançar Break em torno do Messias da música pop.
Na moral, esse cara é a maior farsa que eu já tive a oportunidade de assistir no Show Business. E quem acredita nele, porra, francamente... Nota do show 1.5
Show - 0.0
repertório - 0.5
Comportamento (0 meu) 8.0
Cerveja - 10
O dia começou estranho. Muito estranho. Caminhando pelas ruas de São Paulo, topei com uma sujeito discreto, óculos escuros e chapéu coco que por muito pouco não esbarrou no meu ombro. Era o Ringo Star. Legal, pensei, acabo de cruzar um homem que seguindo por esse mundo sem raízes dividiu longas horas de sua vida com John Lenon. Eu, um cara errante, cheio de energia acumulada que poderia muito bem estar bêbado a essa hora do dia, tropeçar em cima dele e ter todos os meus dentes esparramados no chão pela frota de seguranças que escoltavam o Beatle menos reconhecido.
A noite, já no festival, outra baterista importante em linha cruzada com a minha vida, o do System of a down. Esse, eu tive a oportunidade de comprimenta-lo, mas... como as pessoas importantes não querem saber de mim, ele nada fez além de falar um bando de piadinhas sem graça e ficar babando sobre os peitos da minha namorada. Esses caras são de outra raça. Steve Jobses, Ringo Stares, John Lenons, Kayne Westes, bateristas do SOAD. Mas se por outro lado, eu me der o luxo de pensar e refletir que esse cara também deve ter um nome, e eu apenas sei que ele toca bateria ... Isso torna justa a situação.
Após uma longa batalha contra antigos espíritos do mal e amuletos vodus consegui chegar a tenda aonde me foi possível entrar em contato com a quinta essência da arte que é a música do Kayne.
Algo confirmou que meus instintos estavam certos quando, toda vez que eu ouvia esse cara cantando com aquele autotune infernal, eu pensava em merda. Dessa forma, lá fui eu, rumo a um horizonte desconhecido assistir a apresentação, para, ao menos, ter uma opinião precisa quando for dizer algo sobre Kayne West, um homem de 34 anos, que segundo suas próprias palavrasdespreparadas afirma que, se a bíblia tivesse sido escrita hoje, seu nome certamente seria mencionado nela.
O cenário do palco é o seguinte; Uma imagem em estilo clássico com diversas figuras angelicais e mitológicas todas embrenhadas como que para saudar o homem ali se apresenta e fica duas horas cantando sobre os nomes que ele dá para suas armas, os apelidos que ele dá para suas namoradas, o flerte com a menina na festa de ontem a noite em Los Angeles, os carros que tem e que pretende comprar e roupas da Nike que brilham no escuro. Tudo tem a ver com a o fundo de palco barroco. Eu disse cantar? Não sei por que tive a impressão que quando eram utilizados aqueles efeitos de voz tratava-se de um playback. Antes dele aparecer no palco, um coro ensurdecedor de anjos seguidos por um som de órgão sintetizado no volume máximo, sugeriam o renascimento do Nosso Senhor. Algo épico. Para aquelas almas que acreditam nesse homem, o Sublime.
Ali, no meio daquela gente, entre Bibis e Betos Lees, me sentia uma ovelha negra. As roupas do pública brilhavam. As minhas e as da minha trupe eram todas escuras. " Não vai demorar muito para que percebam isso e matem um de nós" eu disse para o Magrão. Então o Kayne West seguiu cantando coisas que eu não conseguia identificar e como a cerveja estava muito agradável, e liberada, fui ficando mais animado e otimista. Então uma pausa dramática e a apresentação volta com nada mais nada menos que a música do Queen. O dj executa "we will rock you"' em tempo integral enquanto o ídolo fica parado de frente para a multidão com algo de arrogante no rosto captando as vibrações. O público? O público naturalmente que foi ao delírio. Você está no meio de 60.000 pessoas e toca aquela batida do Queen com a voz angelical do velho Fred cantando a todo o vapor, quem não vai entrar em transe? Quem não vai gostar? Quero dizer, ou esse Kayne West é jovem inteligente ou um farsante veterano, pois "What da Fuck" tem a música dele em comum com a do Fred Mercury? Para começar que esse cara deve ser homofóbico, como a maioria dos rapers americanos são. O povo fica louco. E não adianta dizer que é o mal dos trópicos. Não. O povo fica louco pelo mundo afora com essa incoerência.
Pra fechar com chave de ouro perto do final, outra pausa dramática e... o Dj ataca com "Chariot of Fire" sabe aquela música que se tornou um símbolo de esperança e equidade para as pessoas portadoras de necessídades especiais. Uma música composta por Vangelis, um sujeito pioneiro no new wave e na música experimental entre os anos 70/80. Será que o cidadão Kayne realmente gosta desse experimentalismo quase erudito do Vangelis? Talvez ele esteja mais interessado em ser visto pelos olhos do mundo como uma semiótica do sentimentalismo e de esperança, mal que, segundo os gregos permaneceu aprisionado na caixa de Pandora. Para melhorar, rolou um balé enquanto tocava a música e ele ficava olhando para as dançarinas com um misto de ignorância e confiança no rosto. Dentro de meu sarcasmo, e de minha cerveja, fiquei imaginando um balé de cadeirantes todos rodopiando e derrapando em meio ao Jesus Cristo negro que no final estendem juntos suas mãos para o céu, e milagre, os cadeirantes se levantam, chutam suas cadeiras velhas e começam a dançar Break em torno do Messias da música pop.
Na moral, esse cara é a maior farsa que eu já tive a oportunidade de assistir no Show Business. E quem acredita nele, porra, francamente... Nota do show 1.5
Show - 0.0
repertório - 0.5
Comportamento (0 meu) 8.0
Cerveja - 10
sábado, 5 de novembro de 2011
reminiscências,a fita da morte (pt1)
Fui tomado ontem a noite por um assombro enorme que contagiou a tudo em minha volta. Estava eu a selecionar umas velhas fitas de vídeos, e acabei encontrando mais material do que eu julgo ser possível assistir. Um jovem com um martelo esmaga a cabeça da namorada ciumenta. Adolescentes resignados em sua juventude plástica picando gatinhos. Um por do sol agressivo e o enviado das trevas a me perseguir.
Eram fitas velhas e desconexas, que eu julgava estarem totalmente mofadas ou destruídas pelo tempo, mas não. E ontem a noite eu tive o desprazer nostálgico de, mais uma vez, me deparar intensamente com o passado. Primeiro de tudo, não preciso nem mencionar o Anjo Negro. Aquele que desde o dia em que veio me visitar pela primeira vez, se instalou em minha alma, viveu a minha vida e morou na minha casa. Ele pode ser visto na maioria das filmagens. Discretamente, languidamente. Pelos cantos dos enquadramentos. Mas sempre lá. São muitas informações. A um vórtice no tempo e um buraco nas trevas. Eu fui tragado pelos dois.
Parei a fita. Desci as escadas e peguei uma garrafa de vinho. Vai ser necessário uma ou duas dessas para suportar essa estranha viagem ao passado. Essa insólita volta aquele período tão desagradável que é a adolescência. Insuportável pensar no que eu já fui um dia. Um adolescente sórdido com espinhas na cara, maneirismos estereotipados de fala, e uma máscara de insegurança estampada no rosto. Uma enorme máscara de carnaval com plumas de pavão escrito em neon azul; " Eu sou uma colcha de retalhos! Eu sou inseguro, sou volúvel como uma borboleta. Eu não sou nada, eu não sou ninguém". E logo na sequência tem uma imagem minha com quinze anos dizendo; " Enterrem meus órgãos no quintal". O que eu estava dizendo?
É estranho. Eu fui o último dos meus amigos a beijar, mas deveria, na verdade ter sido o último dos meus amigos a transar. Coisa que não aconteceu. E atribuo a e pular de fases, muitos dos meus infotunios e complexos na vida sexual. É estranho mergulhar no passado. Alguém tem uma ácido derretendo entre os dentes. Pequenos adolescentes com os olhos vidrados coversam frenéticamente enquanto fuma pilhas de maços de cigarros e as ovas dos peixes amassadas deixando os dedos amarelos e com um cheiro bolorento que vem da merda grudada no tênis. " Porra. eu pisei no coco do cachorro" diz alguém e os olhos vidrados da juventude transviada se voltam para a escuridão.
Nesse ponto novamente parei a fita. Um pouco nova demais aquela meninice toda com todas aquelas substâncias escorrendo pela superfície do rosto. Garotos de doze anos se bulinando e fumando maconha em um baile de fantasias improvisado na garagem. Um sapo, um aventureiro do bairro proibido, um vaqueiro e um Mc de funk. Totalmente transfigurados os rostos aparentam traços de metamorfose, insegurança, transubstanciação e homosexualidade. Mas como já diria Freud; " Todos os seres humanos até os doze anos de idade é potencialmente bissexual. Levando em conta que filmagem a molecada tinha exatamente doze anos, posso dizer que essa foi na trave. Cada moleque, um pendurado em cima do outro, bebendo, vomitando, dançando e insinuando coreografias que poderiam muito bem sugerir um ato sexual. ( para os especialistas). Mulheres? não havia nenhuma. Não. Elas eram boas de mais para a gente. Especialmente para mim. Porra. Entrar em contato com esse filme infernal, apalpei as mãos nas costas e senti a raiz das asas negras que fui forçado a arrancar na adolescência. Relembrei em 5.0 Hd o sofrimento que foi ter a minha juventude perdida, ver as portas do paraiso se fechando por causa das mulheres. Eu fui totalmente desprezado pelo sexo feminino em minha mocidade. O neon que eu carregava em minha aura avermelhada dizia em letras maiúsculas; " Ele nunca beijou na boca". De fato isso demorou para acontecer. E quando aconteceu, foi com uma mulher três vezes a minha idade e três vezes o meu peso. Que deus a tenha pois eu sei que ela morreu Sofreu um acidente. Houve muita baba e muitas mentiras nesse dia, pois eu disse que tinha uma namorada. Não sei por que menti. Talvez por que ela era muito feia e eu não queria repetir a experiência.
Ser adolescente foi terrível mesmo. Vejo moleques de quinze anos andando de bicicleta na rua, acompanhados de suas namoradas queimadas de sol e me pergunto se eu tivesse sido um deles, como seria minha vida hoje? No meu caso, não houve muita resistência. Desde cedo percebi que minha mocidade estava resignada ao desamparo e frustração. Não precisei ter um olho clínico para me olhando identificar que eu era um daqueles que possui a marca. A marca dos errantes. A marca lembrava uma cicatriz. E mesmo constantemente rejeitado pelas mulheres e posteriormente rejeitado pelos amigos eu ficava parado de frente para o espelho a contemplar minha marca de Caim. No meu íntimo eu sabia que aquilo tudo era apenas uma fase, e que em breve tudo iria mudar. Eu iria me tornar um homem. Um homem que possuia a marca no rosto. A marca que mais lembrava uma cicatriz, um corte.
O vídeo me fez lembrar de coisas que não aconteceram nunca, e eu fiz questão de esquecer tudo. A luz parece escura e a escuridão se fez tão clara. Parei de assistir a fita no momento em que começaram os caseiros filmes de terror. " A anatomia do terror". "A psicologia do medo". " O fracasso em tentar ser como os demais". Fui acometido por tantas que isso renderia até um outro post. Nesse momento, vou abrir outra garrafa de vinho, aquela que tem um capeta estampado no rótulo e continuar minha jornada lunar de encontro as trevas do passado.
Eram fitas velhas e desconexas, que eu julgava estarem totalmente mofadas ou destruídas pelo tempo, mas não. E ontem a noite eu tive o desprazer nostálgico de, mais uma vez, me deparar intensamente com o passado. Primeiro de tudo, não preciso nem mencionar o Anjo Negro. Aquele que desde o dia em que veio me visitar pela primeira vez, se instalou em minha alma, viveu a minha vida e morou na minha casa. Ele pode ser visto na maioria das filmagens. Discretamente, languidamente. Pelos cantos dos enquadramentos. Mas sempre lá. São muitas informações. A um vórtice no tempo e um buraco nas trevas. Eu fui tragado pelos dois.
Parei a fita. Desci as escadas e peguei uma garrafa de vinho. Vai ser necessário uma ou duas dessas para suportar essa estranha viagem ao passado. Essa insólita volta aquele período tão desagradável que é a adolescência. Insuportável pensar no que eu já fui um dia. Um adolescente sórdido com espinhas na cara, maneirismos estereotipados de fala, e uma máscara de insegurança estampada no rosto. Uma enorme máscara de carnaval com plumas de pavão escrito em neon azul; " Eu sou uma colcha de retalhos! Eu sou inseguro, sou volúvel como uma borboleta. Eu não sou nada, eu não sou ninguém". E logo na sequência tem uma imagem minha com quinze anos dizendo; " Enterrem meus órgãos no quintal". O que eu estava dizendo?
É estranho. Eu fui o último dos meus amigos a beijar, mas deveria, na verdade ter sido o último dos meus amigos a transar. Coisa que não aconteceu. E atribuo a e pular de fases, muitos dos meus infotunios e complexos na vida sexual. É estranho mergulhar no passado. Alguém tem uma ácido derretendo entre os dentes. Pequenos adolescentes com os olhos vidrados coversam frenéticamente enquanto fuma pilhas de maços de cigarros e as ovas dos peixes amassadas deixando os dedos amarelos e com um cheiro bolorento que vem da merda grudada no tênis. " Porra. eu pisei no coco do cachorro" diz alguém e os olhos vidrados da juventude transviada se voltam para a escuridão.
Nesse ponto novamente parei a fita. Um pouco nova demais aquela meninice toda com todas aquelas substâncias escorrendo pela superfície do rosto. Garotos de doze anos se bulinando e fumando maconha em um baile de fantasias improvisado na garagem. Um sapo, um aventureiro do bairro proibido, um vaqueiro e um Mc de funk. Totalmente transfigurados os rostos aparentam traços de metamorfose, insegurança, transubstanciação e homosexualidade. Mas como já diria Freud; " Todos os seres humanos até os doze anos de idade é potencialmente bissexual. Levando em conta que filmagem a molecada tinha exatamente doze anos, posso dizer que essa foi na trave. Cada moleque, um pendurado em cima do outro, bebendo, vomitando, dançando e insinuando coreografias que poderiam muito bem sugerir um ato sexual. ( para os especialistas). Mulheres? não havia nenhuma. Não. Elas eram boas de mais para a gente. Especialmente para mim. Porra. Entrar em contato com esse filme infernal, apalpei as mãos nas costas e senti a raiz das asas negras que fui forçado a arrancar na adolescência. Relembrei em 5.0 Hd o sofrimento que foi ter a minha juventude perdida, ver as portas do paraiso se fechando por causa das mulheres. Eu fui totalmente desprezado pelo sexo feminino em minha mocidade. O neon que eu carregava em minha aura avermelhada dizia em letras maiúsculas; " Ele nunca beijou na boca". De fato isso demorou para acontecer. E quando aconteceu, foi com uma mulher três vezes a minha idade e três vezes o meu peso. Que deus a tenha pois eu sei que ela morreu Sofreu um acidente. Houve muita baba e muitas mentiras nesse dia, pois eu disse que tinha uma namorada. Não sei por que menti. Talvez por que ela era muito feia e eu não queria repetir a experiência.
Ser adolescente foi terrível mesmo. Vejo moleques de quinze anos andando de bicicleta na rua, acompanhados de suas namoradas queimadas de sol e me pergunto se eu tivesse sido um deles, como seria minha vida hoje? No meu caso, não houve muita resistência. Desde cedo percebi que minha mocidade estava resignada ao desamparo e frustração. Não precisei ter um olho clínico para me olhando identificar que eu era um daqueles que possui a marca. A marca dos errantes. A marca lembrava uma cicatriz. E mesmo constantemente rejeitado pelas mulheres e posteriormente rejeitado pelos amigos eu ficava parado de frente para o espelho a contemplar minha marca de Caim. No meu íntimo eu sabia que aquilo tudo era apenas uma fase, e que em breve tudo iria mudar. Eu iria me tornar um homem. Um homem que possuia a marca no rosto. A marca que mais lembrava uma cicatriz, um corte.
O vídeo me fez lembrar de coisas que não aconteceram nunca, e eu fiz questão de esquecer tudo. A luz parece escura e a escuridão se fez tão clara. Parei de assistir a fita no momento em que começaram os caseiros filmes de terror. " A anatomia do terror". "A psicologia do medo". " O fracasso em tentar ser como os demais". Fui acometido por tantas que isso renderia até um outro post. Nesse momento, vou abrir outra garrafa de vinho, aquela que tem um capeta estampado no rótulo e continuar minha jornada lunar de encontro as trevas do passado.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Show do Sepultura, Andreas, Derick e outros monstros bíblicos
Maldita estava fazendo apresentações pelos bares do sul (aonde as mulheres são mortas como criaturas inúteis ao mundo quando ultrapassam a idade de procriar) quando ficamos sabendo que o Sepultura iria se apresentar no domingo. Entramos em contato com o Andreas Kisser e ele nos liberou entradas para a banda e a nossa equipe. Em agradecimento fiquei de levar um presente para ele que iria lhe entregar após o show. Nada demais, apenas uma lembrancinha.
No meio do caminho parei para comprar cerveja e enchi o saco de Heineken. Chegando no local, encontrei com nosso fã e grande amigo Adson. Tomamos mais umas três ou quatro cervejas do lado de fora enquanto observávamos a enorme fila, inteira de preto que também embriagados, seja de álcool, ou seja de emoção ficavam berrando "Sepultura! Sepeltura" nos portões. Na sequencia chegou o Stanley ( que além de produzir o Nero, produziu também o Dante e o Alex do S.) e foi muito bom reencontrar. Stanley nos últimos anos foi como um professor para mim na arte de gravações de estúdio, e foi no período em que ele esteve na minha casa que aprendi a usar o programa logic, e gravei músicas da Contra produções como "Possuído (Willian Blake Megamix)" e "Samsara". Material que quem sabe um dia eu lanço na net.
Abertos os portões, entramos e entre uma cerveja e outra ouvia-se o vocalista do Angra cantar músicas medievais com alguma outra banda que não me recordo o nome agora. Acho que ele cantava algo sobre uma princesa e um dragão, e devia ter uma bruxa na história também.
Quando o Sepultura entrou, eu já estava bêbado, e foi muito bom assistir o show assim. Para começar, que o som dos caras estava muito bom, redondinho. ( Nosso amigo Stanley/Sabirila não brinca em serviço). Até meu pai conseguiria compreender os temas de guitarra do Andreas e as palavras do Derick, de tão "Clean" que estavam as frequências sonoras. Isso me fez lembrar da vez em que assistimos aos caras abrindo para o Deftones no Maquinária, e como era discrepante a qualidade do som do Sepultura que literalmente engoliu os gringos. O deftones que é uma banda que eu gosto muito, fez um showzinho que deixou muito a desejar, especialmente após o S. que pelo visto, sempre tira um puta som. Fiquei sabendo posteriormente que o erro foi do técnico dos caras que acabou sendo demitido. Ponto para o "Brazil", nosso amigo Stanley responsável pelo som também não para de acumular pontos.
Eu não parava de beber com o Adson e me lembro de berrar como um Tarrasque (http://www.dotd.com/mm/MM00281.htm) deve berrar quando eles tocaram Territory, minha música preferida, e que me fez lembrar da vez em que o Andreas tocou essa música com a Maldita na rocinha ( http://www.youtube.com/watch?v=znpcsinqjv4) convenhamos que esse é o desejo de todas as bandas de som pesado do país. Além de que o Andreas é o cara mais responsa/Sangue bom/irado, qualquer coisa que o diga de todo o showbusines que eu já conheci. Humildade não seria a palavra certa para descreve-lo. O cara cara é FODA mesmo.
Eles encerraram o show com "Roots" e fiquei sentindo falta de uma música chamada "Óstia" que tem uns violinos no meio e geralmente quando a estou ouvindo, sou transportado para outro lugar. Resumindo, o show foi muito bom. Quando terminou, eu estava alucinado. Bem doido mesmo e então nós fomos ao camarim dar um "oi" para os caras.
Chegando no camarim eu estava trôpego e esbarrava nos obstáculos pelo caminho. Alguém me indicou aonde era o caminho e fui reconhecer depois em imagens de um sonho distante que era a Monica Cavalera. Dentro do camarim tinha uma modesta mesa de frios e tudo o que consegui fazer foi ficar comendo. Minha cabeça girava e o sal dos pepinos que comia me ajudava a manter o equilíbrio, também tinha mais bebida por lá. Dei uma abraço no Fumaça (Derick) e entreguei o presente do Andreas. Enfiei mais um daqueles salgados na boca e sai fora de lá pois a luz era muito fria e opressora. Gostaria de ter dito alguma coisa mais construtiva para a banda, mas as palavras não me vinham ou saiam a boca. Na volta tropecei em alguma coisa, não me lembro o que, acho que pisei no pé do segurança manchando de vomito seu sapato novo, e missão comprida eu estava novamente junto a multidão que é um lugar mais familiar para mim. Ia começar o show da última banda "MachineHead" Não aguentei. Assistimos três ou quatro músicas e fomos embora pela porta da frente.
É por essas e outras que a nota desse grande evento foi 8.5
Show ; 8.0
Repertório ; 7.0
Comportamento ; 7.0 (mesmo eu estando como estava fiquei totalmente na moral)
Contato com a banda ; 4.5 (Não foi culpa dos caras, e sim minha e de minha subjetividade monstruosa e opressora).
Total 8.5
No caminho de volta, fiquei traçando analogias entre o Derick e o Tarrasque. Muito parecidos!
No meio do caminho parei para comprar cerveja e enchi o saco de Heineken. Chegando no local, encontrei com nosso fã e grande amigo Adson. Tomamos mais umas três ou quatro cervejas do lado de fora enquanto observávamos a enorme fila, inteira de preto que também embriagados, seja de álcool, ou seja de emoção ficavam berrando "Sepultura! Sepeltura" nos portões. Na sequencia chegou o Stanley ( que além de produzir o Nero, produziu também o Dante e o Alex do S.) e foi muito bom reencontrar. Stanley nos últimos anos foi como um professor para mim na arte de gravações de estúdio, e foi no período em que ele esteve na minha casa que aprendi a usar o programa logic, e gravei músicas da Contra produções como "Possuído (Willian Blake Megamix)" e "Samsara". Material que quem sabe um dia eu lanço na net.
Abertos os portões, entramos e entre uma cerveja e outra ouvia-se o vocalista do Angra cantar músicas medievais com alguma outra banda que não me recordo o nome agora. Acho que ele cantava algo sobre uma princesa e um dragão, e devia ter uma bruxa na história também.
Quando o Sepultura entrou, eu já estava bêbado, e foi muito bom assistir o show assim. Para começar, que o som dos caras estava muito bom, redondinho. ( Nosso amigo Stanley/Sabirila não brinca em serviço). Até meu pai conseguiria compreender os temas de guitarra do Andreas e as palavras do Derick, de tão "Clean" que estavam as frequências sonoras. Isso me fez lembrar da vez em que assistimos aos caras abrindo para o Deftones no Maquinária, e como era discrepante a qualidade do som do Sepultura que literalmente engoliu os gringos. O deftones que é uma banda que eu gosto muito, fez um showzinho que deixou muito a desejar, especialmente após o S. que pelo visto, sempre tira um puta som. Fiquei sabendo posteriormente que o erro foi do técnico dos caras que acabou sendo demitido. Ponto para o "Brazil", nosso amigo Stanley responsável pelo som também não para de acumular pontos.
Eu não parava de beber com o Adson e me lembro de berrar como um Tarrasque (http://www.dotd.com/mm/MM00281.htm) deve berrar quando eles tocaram Territory, minha música preferida, e que me fez lembrar da vez em que o Andreas tocou essa música com a Maldita na rocinha ( http://www.youtube.com/watch?v=znpcsinqjv4) convenhamos que esse é o desejo de todas as bandas de som pesado do país. Além de que o Andreas é o cara mais responsa/Sangue bom/irado, qualquer coisa que o diga de todo o showbusines que eu já conheci. Humildade não seria a palavra certa para descreve-lo. O cara cara é FODA mesmo.
Eles encerraram o show com "Roots" e fiquei sentindo falta de uma música chamada "Óstia" que tem uns violinos no meio e geralmente quando a estou ouvindo, sou transportado para outro lugar. Resumindo, o show foi muito bom. Quando terminou, eu estava alucinado. Bem doido mesmo e então nós fomos ao camarim dar um "oi" para os caras.
Chegando no camarim eu estava trôpego e esbarrava nos obstáculos pelo caminho. Alguém me indicou aonde era o caminho e fui reconhecer depois em imagens de um sonho distante que era a Monica Cavalera. Dentro do camarim tinha uma modesta mesa de frios e tudo o que consegui fazer foi ficar comendo. Minha cabeça girava e o sal dos pepinos que comia me ajudava a manter o equilíbrio, também tinha mais bebida por lá. Dei uma abraço no Fumaça (Derick) e entreguei o presente do Andreas. Enfiei mais um daqueles salgados na boca e sai fora de lá pois a luz era muito fria e opressora. Gostaria de ter dito alguma coisa mais construtiva para a banda, mas as palavras não me vinham ou saiam a boca. Na volta tropecei em alguma coisa, não me lembro o que, acho que pisei no pé do segurança manchando de vomito seu sapato novo, e missão comprida eu estava novamente junto a multidão que é um lugar mais familiar para mim. Ia começar o show da última banda "MachineHead" Não aguentei. Assistimos três ou quatro músicas e fomos embora pela porta da frente.
É por essas e outras que a nota desse grande evento foi 8.5
Show ; 8.0
Repertório ; 7.0
Comportamento ; 7.0 (mesmo eu estando como estava fiquei totalmente na moral)
Contato com a banda ; 4.5 (Não foi culpa dos caras, e sim minha e de minha subjetividade monstruosa e opressora).
Total 8.5
No caminho de volta, fiquei traçando analogias entre o Derick e o Tarrasque. Muito parecidos!
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Eric Clapton
Nessa segunda feira fui ao HSBC Arena no Maldito Rio de Janeiro assistir ao show do grande tiozão do Rock, Eric Clapton. Em primeiro lugar, dos milhares de shows que tenho ido ultimamente, nunca tinha acontecido de eu chegar atrasado, porém, devido a um erro na logística dos organizadores, ou da incapacidade que o carioca, de um modo geral, tem de se organizar peguei um trânsito de cerca de três horas para chegar nesse lúgubre e descampado Maldito lugar. O HSBC Arena fica nas proximidades de onde foi também o caótico Rock 'n Rio. Não me senti bem faltando o respeito com o Sir. Eric, cheguei lá para a quinta música, mas, cést la vie.
O show foi muito bom, o "tio"tocando guitarra é realmente hipnotizante. Temas diferentes e andamentos inusitados nas músicas mais conhecidas tornam tudo uma surpresa. A clássica "Layla" por exemplo, foi tocada em ritmo de uma marcha fúnebre. Eu gostei. É o tipo de show que faz a gente se sentir parte de algo maior. Algo que veio do espaço e atingiu os negros que moravam no mississipi Nova Orleans quando desenvolveram o Blues. Furtivamente sai correndo para comprar uma cerveja e, pronto. O show ficou ainda melhor, a atmosfera de "tios" (acima dos 45 anos) e dos sobrinhos (abaixo de 45 anos) cantando "Cocaine" foi envolvente. O show era sentado, porém o brasileiro que é mal educado por natureza não gosta disso, então tinha sempre alguém levantando (inclusive eu) e o segurança mandando sentar. Na última música todas as 25 mil pessoas se levantaram e foram para a frente do palco. Tio Eric Clapton que hoje em dia trocou a calça jeans por um confortável moleton deve ter gostado dessa atitude tão "Brasileira" de ser.
A predominância do público era acima dos 45, e foi divertido acompanha-los cantando para suas esposas "Before you acuse me, take a look at your self" algo que dever querer dizer a trinta anos, mas não podem devido ao convencionalismo do matrimônio. vimos também um senhor com a cabeça toda branca, deveria ter seus quase setenta anos virar para a mulher e dizer "Agora espera amor, que eu vou lá no banheiro cheirar o meu "Cocaine". Sensacional. Essa geração viveu coisas a minha não chegará perto nem eu seus maiores devaneios. Eric Clapton é um símbolo dessa geração.
Após minha segunda e última cerveja da noite fiquei me sentindo em um desses enormes salões de festas ou de jogos. Todos falavam meu nome; Eric para lá e para cá. Fiquei meio tonto, nunca tinha estado em um grande show aonde o nome do grande artista fosse o mesmo que o meu. Você já esteve? No final eles tocaram uma música do Cream e a multidão (de todas as idades) se levantou e resolveu invadir, quero dizer, assistir, o ídolo de perto. Eu me estressei com o segurança que se estressou comigo e assim desenvolvemos nossa recíproca relação.
Em resumo, o show foi muito agradável. o ambiente era pacífico, o público diferente, e o Eric Clapton estava demais. Sua voz ( para quem sofreu durante quase meio século do mal que se detém sobre nós que é o alcoolismo e o vício em heroína) é clara como cristal. Seus solos de guitarra são libertadores. A sua gig; Um pianista, um tecladista, duas cantoras e o baixista e demais agradável. Um tipico programa para se fazer com a família, voltar para casa, tomar uma dose de Wisky e dormir bem.
Show 8.0
Repertório 8.0
Organização 7.5
comportamento 10.0
Nota do evento 8.0
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Ontem, Limbo no Baixo Gávea
Os portais do inferno, eu já os deixei abertos desde a hora em que sai de casa ontem as 19:00. Geralmente quando isso acontece e eu saio cedo assim, me torno vulnerável a qualquer tipo de má aventurança.
Com uma caminhada enérgica após um dia bastante saudável, eu cheguei rápido ao bucólico Baixo Gávea para encontrar o Léo, antigo tecladista da Maldita. Comemos uma Pizza, e pore u ter deixado as portas do inferno abertas, bebemos desenfreadamente. O mal do homem, e o meu meu mal é a bebida. Não ha no mundo nada que te deixe mais alegre e mais sucetível a vivenciar uma antiga tragédia greaga que a bebida.
O telefone toca e além do Lereu que também está com a gente, o meu advogado está chegando.
Conversas hebefrênicas como a de uma criança retardada em torno do show do System of a down, guardiões de portais do inferno incitando a multidão. Calígula tinha um cavalo chamado Incitatus, ele também estava lá. Cervejas e mais cervejas e cigarros e um gusto de merda na boca que certamente durará. Fala desenfreada, maneirismos e logorréias, me tornando uma caricatura de mim mesmo. Confusão? Alguém falou torto comigo? Era eu mesmo me mijando no banheiro. Conversas sem nexo sobre o Rock n Rio. Dor e frustração. O olho negro do mal marcando junto de mim e me observando cada passo, cada movimento, cada palavra.
Não me lembro como cheguei em casa. Só sei que cheguei. Hoje de manhã um bilhete. “Você deixou o gás ligado. Podia ter matado a todos nós”. Creio que foi dali que os demonios sairam. Do gás da cozinha, tubulações tão rústicas e das profundezas que chegam a fazer conexão com o inferno. Uma linha expressa do metro. Primeira estação Pandora, depois Tenebras, salta, faz uma baldeação no Limbo, pega para Malebolgia, depois para minha cabeça e possívelmente para minha morte.
Acordo 10:30 da manhã com o telefone tocando. É o Vidaut dizendo que vamos antecipar nossa gravação hoje as 15:00. Gravaçao do novo projeto da banda. Um projeto que se chama montagem por que ele é uma montagem de sons. Pego um copo de água, jogo uns comprimidos para dentro e me lembro dos Ramones que um dia cantaram “Hey How let’s go!”. Também lembro do cemitério e do dia da minha morte. Um pedaço da minha alma ainda está lá no baixo gávea sendo varrido pelo lixeiro junto com as garrafas de vidro e os flyers de eventos. Coisas que não consigo me lembrar. Alguém vai fazer um Vernisage hoje, mas acho que derrubei miha bebida no pé da namorada dele. Vozes do além me provocam, meu advogado diz que eu tenho que me movimentar, talvez seria melhor se eu começasse a fumar cigarros, ele me recomenda. Alguém grita no banheiro. O Lereu se atrasa.
É por essas e outras que a nota para a noite de ontem é 5.0
Biaxo gávea 5.0
Comportamento 5.5
Com uma caminhada enérgica após um dia bastante saudável, eu cheguei rápido ao bucólico Baixo Gávea para encontrar o Léo, antigo tecladista da Maldita. Comemos uma Pizza, e pore u ter deixado as portas do inferno abertas, bebemos desenfreadamente. O mal do homem, e o meu meu mal é a bebida. Não ha no mundo nada que te deixe mais alegre e mais sucetível a vivenciar uma antiga tragédia greaga que a bebida.
O telefone toca e além do Lereu que também está com a gente, o meu advogado está chegando.
Conversas hebefrênicas como a de uma criança retardada em torno do show do System of a down, guardiões de portais do inferno incitando a multidão. Calígula tinha um cavalo chamado Incitatus, ele também estava lá. Cervejas e mais cervejas e cigarros e um gusto de merda na boca que certamente durará. Fala desenfreada, maneirismos e logorréias, me tornando uma caricatura de mim mesmo. Confusão? Alguém falou torto comigo? Era eu mesmo me mijando no banheiro. Conversas sem nexo sobre o Rock n Rio. Dor e frustração. O olho negro do mal marcando junto de mim e me observando cada passo, cada movimento, cada palavra.
Não me lembro como cheguei em casa. Só sei que cheguei. Hoje de manhã um bilhete. “Você deixou o gás ligado. Podia ter matado a todos nós”. Creio que foi dali que os demonios sairam. Do gás da cozinha, tubulações tão rústicas e das profundezas que chegam a fazer conexão com o inferno. Uma linha expressa do metro. Primeira estação Pandora, depois Tenebras, salta, faz uma baldeação no Limbo, pega para Malebolgia, depois para minha cabeça e possívelmente para minha morte.
Acordo 10:30 da manhã com o telefone tocando. É o Vidaut dizendo que vamos antecipar nossa gravação hoje as 15:00. Gravaçao do novo projeto da banda. Um projeto que se chama montagem por que ele é uma montagem de sons. Pego um copo de água, jogo uns comprimidos para dentro e me lembro dos Ramones que um dia cantaram “Hey How let’s go!”. Também lembro do cemitério e do dia da minha morte. Um pedaço da minha alma ainda está lá no baixo gávea sendo varrido pelo lixeiro junto com as garrafas de vidro e os flyers de eventos. Coisas que não consigo me lembrar. Alguém vai fazer um Vernisage hoje, mas acho que derrubei miha bebida no pé da namorada dele. Vozes do além me provocam, meu advogado diz que eu tenho que me movimentar, talvez seria melhor se eu começasse a fumar cigarros, ele me recomenda. Alguém grita no banheiro. O Lereu se atrasa.
É por essas e outras que a nota para a noite de ontem é 5.0
Biaxo gávea 5.0
Comportamento 5.5
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
System of a Down apoteótico
System of a down
No último Sábado fui a chácara do Jockei em São Paulo assistir ao show do System of a Down que mais parecia a celebração da virada do ano. O público, transbordando de uma indizível alegria, se abraçava e se batia cantando as musicas que vem marcando suas vidas nesses últimos dez anos.
Surgidos em uma década marcada pela musica pop, o Hip hop e o melódico, o SOAD transcendeu barreiras e se tornou a maior e mais criativa banda de Rock do século XXI.
Ao vivo, eles não deixam nada a desejar. A qualidade do som é tão boa quanto o Cd. A fusão dos ritmos (Metal/Rap/ Regional) somado a interpretação peculiar de Serj Tankian te deixam tão animado como em uma torcida de Futebol. A banda inteira é faixa preta, inclusive os técnicos de som, que tiraram um som impecável na Chacra do Jockei. O Malakian as vezes da uma vacilada nas Guitarras, mas creio que seja até de propósito, pois o Rock tradicionalmente é cheio dessas vaciladas e alguns outros erros.
O repertório foi completo. Tocaram o”Toxicity”praticamente inteiro, e ainda clássicos do primeiro álbum como “Suggestions”e “Mind” Que deixou os fãns tão loucos, que tive que chegar um pouco para o canto com minha namorada e a minha cerveja derramada. Ainda tocaram “Innervision” que é um lado B clássico da Banda. Faltou apenas “Spider”, como o apelido do Anderson Silva.
O público ficou enlouquecido e satisfeito. Nenhuma confusão, ninguém puto. Galera se abraçava e cantava os refrões como se fossem hinos de seus clubes de Futebol, até mesmo o hino de toda uma nação. O sorrisos e os olhos injetados estavam estampados em cada fã.
Eu tive uma das noites mais agradáveis da minha vida em termos de entretenimento. Bebi muitas cervejas, cantei todas as músicas, não fumei maconha, e berrei como em uma seção de descarrego. As dores que vinha sentindo na lombar diminuíram significativamente no dia seguinte. O SOAD tem o poder da cura, aliás isso é algo que Serj insiste em dizer no show. O homem do séc XX ruma em sua auto destruição em meio a produção de tecnologia em massa. A cura ou a salvação não está em deus, nem no consumismo, em nossa capacidade em nos conectar com o planeta que é um organismo que faz parte de nós como as células no nosso corpo.
Os caras não estão de bobeira, sai todo mundo renovado do show. E apesar de alguns acharem a mensagem clichê, é exatamente o que acontece na situação atual do nosso mundo. Falhas na conexão entre a mente, o corpo e o planeta.
Resumindo o Show foi Excelente. Não sou critico, nem porra de pobre Diabo que o seja, mas a nota que dou para os caras é 10.
Banda– 10
Repertório – 10
Organização do evento – 9,5
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Diálogos do céu e da terra
Garotos egípcios fumam maconha com o grande deus Anubis. A erva é boa e o deus cachorro fica com a boca seca. Telepaticamente ele ordena um copo de água. Um dos garotos se retira. O outro se ajoelha para o grande deus urinar. O mijo quente se epalha pelo rosto do garoto que permanece sorrindo. Não é todo dia que recebemos o mijo de um deus. Ademais, seus cabelos agora ficarão loiros para o resto da vida.
- Legal, não vou mais precisar descolorir.
Anubis retira um amuleto de seu peito e olha para o jovem. Ele não fala apenas pensa:
-Quando chegar a hora, você vai guardar isso para mim. Dentro de você.
O garoto responde em forma de uma oração:
- Eu guardo o que você quiser, aonde você quiser, meu deus.
A luz de rebalta sai do egito e ilumina a mesopotânia aonde um Anti-deus está exposto ao sol. Ele conversa com o astro.
- Tem gente me chamando lá no Brasil. Parece que está rolando uma festa e querem que eu vá lá para tocar o terror.
O sol com toda sua imponência pergunta:
- E você vai?
- Não sei. Estou meio cansado dessa vida. Já são mais de cinco mil anos estragando a festa dos outros. Sabe sol, é estranho pensar que por todos esses anos nós pensávamos que eramos só nós as divindades da terra né?
- Não te entendo criatura...
- É que por todos esses anos eu realmente achava que eu e você fossemos as únicas forças sobrenaturais da terra.
- Depois que mataste teu irmão Huwawa.
- Isso, depois de arrancar a cabeça dele. Com toda essa coisa de internet, e a nova ordem, eu realmente fiquei confuso. Não sei mais se quero possuir pessoas e fazer danças exóticas. Para ter ser sincero, nem sei mais se elas ainda creditam em mim. Acho que requisitam minha presença apenas de forma simbólica.
- Pois estais errado.
O demônio de pedra ergue seu olhar de animal abandonado. O grande astro o termina de consolar:
- Sim Pazuzu, estais enganado. Eles acreditam mais em você agora do que jamais acreditaram em outro Aeom da Terra.
A nova ordem, é a ordem dos que acreditam em demónios e no sobrenatural.
sábado, 16 de abril de 2011
Marca no Pau
Ele ficava de cinco em cinco minutos colocando a mão no ziper, e olhando o pau, como se aquilo fosse de alguma forma miraculosa, fazer com que a ferida cicatrizasse mais rápido. Ou qualquer outra coisa, que ajudasse a resolver o seu problema.
A escoriação permanecia a mesma. Poxa, quanto tempo mais será que levaria para que aquela mancha vermelha diminuisse? Dias? Semanas? Não se sabe ao certo, mas algo lhe dizia, que só o fato de sacar o pau e examina-lo, já contribuia para algum tipo de cura. E quando cicatrizasse? Aquilo iria formar algum tipo de casca?
Dias lúgubres, estes em que passou com o pau machucado.
Então ele poderia estar em qualquer lugar, na faculdade, no carro, ou no metro, que sentia o corte contra o tecido da cueca e tinha que dar uma olhada naquela ferida. Ela ainda estava lá, quero dizer, será que ela algum dia existiu? Poderia tudo ser uma paranóia. Possívelmente só um arranhão.
Pensar esse tipo de coisa, e dar o confere rotineiro, de fato estava ajudando. A marca, dava a impressão que ia sumindo, até o dia em que chegou a perguntar se de fato ela realmente existiu.
Alquimia do corpo. Paranóia de auto preservação. Da próxima vez é melhor um preservativo.
O fato é que a cada dia se tornava mais frequente a relação sexual inter-espécimes.
O gabinete das curiosidades. Bebês mutantes. O jornal anuncia o nascimento do bebê com um olho só. Já é o vigésimo quinto essa semana. Autoridades sanitárias dizem que se trata de uma força fora da natureza. Os pais da criança estão orgulhosos. A mãe participa de uma coletiva de cryptzoologia: - Ficamos gratos pois o olho não é nem o esquerdo, nem o direito. Trata-se do terceiro olho. O olho intuitivo.
independente da explicação Darwiniana, ou do sistema de crenças espirituais do oriente, a explicação para os bebês ciclopes é simples; O pai ou a mãe da criança andaram praticando relações sexuais inter-espécimes com híbridos. Possivelmente os lagartos.
domingo, 10 de abril de 2011
A morte veio em um site (Pt1)
(prólogo)
Publicarei agora três pequenas partes de contos que pertencem ao meu livro em andamento sobre a "Nova Ordem". Esses contos são diretamentes ligados a internet, e como ela é a chave para um mundo totalmente fantástico e desconhecido para aquelas que apenas a interpretam como um sistema de símbolos, ignorando seu conteúdo místico subjacente. Espero que apreciem ou compartilhem a forma doentia como alguns desses símbolos podem vir a serem interpretados e as consequências que podem acarretar em nossas mentes as vezes um tanto limitadas. Minha ideia aqui, não é de convencer vocês de que a Nova Ordem é real, e sim, que por de trás de fatos cotidianos sublimados pela informação banal e generalizada ( A internet) existem fatores uma outra realidade que é muito, muito estranha.
-Sites horrorosos Caroulo. Não posso acreditar que você fica vendo essas coisas.
O Dr. Caroulo da uma piscadela suspeita, se remexe em sua poltrona. Calmamente disfarçando um resquício inócuo de ansiedade ele se contorce para apanhar seu cachimbo peruano. Languidamente ele o preenche e começa a puxar a substância liquida cuspindo bolhas de sabão.
- Veja bem meu amor. Essas coisas que você viu no historico do computador, não são os sites que eu vejo. É que dependendo da coisa que se está buscando, os sites te jogam para estes endereços barra pesada. Não é por que está no historicos, que eu automaticamente frequente esse tipo de site. Entende? Os que eu vejo são coisas muito mais lights, como os de adolescentes.
Ele para e ajeita a sujeira que fica entre o seu pé esquerdo e a sandália.
-Vamos ver o que tem nesse site.
- Como se você já não soubesse.
- Pare com isso meu amorzinho.
Sinicamente, Caroulo ajeita os óculos e projeta o rosto na frente do computador como que para soletrar o endereço do site. Ao digitar a primeira sílaba, o endereço aparece completo, mas ele continua escrevendo até o final. Pure naive.
-Pronto. www.monstrosmitolocigos_dp_estupro_garotinhasgostosasxotaarrombada.com.br. Hummm.
Na entrada do site uma foto até light, como diria Caroulo. Trata-se de uma sereia, muito bonita inclusive, com os peitinhos pequeninihos e em pé fodendo com três negões e um golfinho. Caroulo até admira o corpo da moça.
-Humm... Essas sereias são muito bonitas mesmo. Olhe só a cor dessas escâmas. Uma maravilha. Veja só o rabo dessa sereia. Que brilho.
Ele pega seu cachimbo vazio, deposita um pouco daquele líquido e fica lá fazendo bolinhas flutuantes.
A sereia está aos berros, e o golfinho começa a esguichar porra na cara da moça. É impressionante a quantidade de esperma que esse mamífero solta, a essa altura parece que o rosto da pequena sereia está derretendo de tanto que escorre aquele líquido insalubre. Começa a sair umas bolinhas laranjas do pau do golfinho tornado a mistura ainda mais nauseante. Devem ser ovas. Caroulo avança a página. "Avantagarde"!
A página seguinte, é ainda mais radical. Está escrito. Pessoas com problemas cardíacos não devem assistir ao conteúdo. Caroulo se enrola com o mouse e acaba clicando no vídeo. Um ato falho diria o seu psicanalista semanas depois. Três menininhas humanas perdidas em um labirinto iluminados apenas por refletores. O filme parece até uma produção Holliwoodiana com baixo orçamento. As meninas estão peladas e choram e pedem por socorro desesperadamente. Elas se esperneiam, se jogam no chão e arrancam as próprias unhas tentando levantar blocos de pedra pelo caminho. Uma delas aproveita uma das câmeras e começa a dar um depoimento para a família. Parece que ela está se despedindo. Não dá para entender o que ela quer dizer, pois nesse momento começa a tocar uma música, um Rap, ou Hip hop. O volume grave é muito alto reverberando em todo o ambiente, tornando ininteligível os anseios da moça que tenta inutilmente se comunicar com a câmera. A imagem é trágica e deprimente. Surge a voz de um negão cantando a todo o vapor:
"Baby if you give to me, i give to you, i know what you wanted
Baby if you give to me, i give to you, i know what you wanted".
É nesse momento que começa a música, que surge no outro lado do labirinto um enorme minotauro. O híbrido, metade homem, metade touro deve ter uns três metros e meio de altura com um porte físico do Arnold Schwarzenigar. Ele está completamente nú, portando somente um martelo fálico em sua mão esquerda. Seu pau deve medir uns noventa centímetros. Com um fone plugado na orelha ele escuta a batida da música e dança um passinhos ensaiados. Depois encosta seu martelo no ombro e vai em direção as meninas.
As meninas ouvem a respiração do touro e seu desespero se torna realidade. A ideia de sua morte deixa de ser apenas uma ideia e transcende ao real. Uma delas desmaia e a que falava coma câmera começa a berrar o nome de toda a família. Nessa hora, alguém da ilha de edição muta completamente o áudio, deixando somente a música rolar.
" Ice, Ice baby. Vanila ice ice baby
Ice, Ice baby. Vanila ice ice baby"
Caroulo fala tentando dar uma disfarçada. Somente alguém com sérios problemas mentais poderia aturar aquilo. Mas vivemos em tempos estranhos.
- Olha, eles estão revivendo o mito do Minotauro.
- Eu não acredito que você fica vendo essas coisas. Eu quero o divórcio.
- Calma meu amor. Eu nunca tinha visto esse site. Eu já mais ficaria excitado com essa perversão. Deixa eu adiantar para ver o que acontece.
Ele preciona o cursor com o mouse e adianta o filme. Quando para, podemos ver uma das meninas apagada no chão com a cara afundada em uma enorme poça de sangue. O minotauro está enfiando seu pau gigante na boceta de uma outra que ele imobiliza no ar com apenas um braço. A menina berra por todos os santos e chora.
- Onde será que foi parar a terceira?
O minotauro se vira e podemos ver a terceira moça usando uma cinta com um pênis de titânio maior que o do Michael Jordam, ela o está enfiando na bunda do Minotauro, que aparentemente vibra de prazer com tudo aquilo.
- Olha só que curioso.
-É a coisa mais nojenta que eu já ví!
Então o touro goza. Na verdade ele goza e caga ao mesmo tempo. A menina que o estava enrrabando fica completamente negra de estrume. A que estava suspensa no ar explode. É difícil de explicar a cena. Seu canal vaginal devia ser tão pequena, que ela simplesmente explode com o jato de esperma a 100000km da criatura híbrida.
Quando o vídeo acaba, tem um link para a próxima página que anuncia. "Veja agora a operação de troca de sexo entre irmãos siameses que deu errado". Caroulo olha para o rosto da mulher e desiste de seguir adiante.
- Meu amor. Eu juro por deus que nunca tinha entrado nesse site. Juro por tudo o quanto é mais sagrado. Juro pelo nosso casamento.
- Seu tarado filho da puta. Seu perverso.
- Mas amor, você sabe que eu só vejo sites de anões ou de adolescentes. Nós já conversamos sobre isso...
Nesse momento, o computador entra no modo de descanso e a primeira foto que brota na tela é a de um cu enorme.
- Eu juro meu amor. Juro por Deus. Deve ter sido o técnico de computador.
- Seu tarado nojento. Pare de falar o nome de deus em vão. Quero o divórcio!
Ela sai de casa levando todas as suas coisas de valores pessoais. Agora, sozinho no apartamento, Caroulo está estupefato com tudo aquilo. Ele entra novamente no site bizarro, abaixa as calças e saca seu pênis circuncidado para tomar um pouco de ar fresco.
- Porra! Puta que pariu. Como é que eu fui me casar com uma mulher tão ignorante assim. Caralho.
Ele entra novamente no vídeo da sereia estuprada.
- Mulher imbecil. Reclamou, reclamou, reclamou mas foi totalmente incapaz de admitir a magnificência que é a qualidade dessa imagem. Tudo em HD! Imagine o trabalho que não deu para realizar isso.
Caroulo toca uma punheta e goza. Depois se levanta e sai para trabalhar.
terça-feira, 8 de março de 2011
Aura negra
Depois de fazer essas anatações em meu diário vou até a cozinha e preparo um chá. Olho pela janela e vejo o segundo sol se pondo. Um azul de cobalto paira no horizonte me lembrando aquela chama roxa que saia do fogão na antiga casa de minha vó. Ela está ai em algum lugar, depois do episódio do mágico, os mortos se levantaram e começaram a vagar entre nós. A população cresceu enormemente, mas os americanos já estão resolvendo essa questão. Foram construidos campos de concentração para conter alguns dos mortos vivos e os mutantes, Também está sendo construída a Terra 2, que concerteza não se chamará assim. Não sei por que minha vó não veio me ver até agora. Talvez seja melhor que ela permaneça distante mesmo.
Minha mãe dizia que quando nós morremos tudo acaba, tudo simplesmente chega ao fim. Percebe-se que estávamos todos enganados. Tinha um besouro morto no meu quarto no dia que minha vó morreu. Ele também deve estar aqui agora. É estranho pensar que as coisas tenham se tornado ilimitadas. Se eles não morreram, então o que aconteceu com eles? Devem ter se modificado. Quero dizer, ainda estão no caminho de mudar, por que isso vai continuar acontecendo para sempre.
Muitas pessoas se tacaram desse prédio aonde eu trabalho. Se elas não morreram, e não estão aqui agora, é por que elas rencarnaram. Em algum outro corpo. Ou em algum outro lugar talvez. Almas transmigrantes. Os solos desse prédio escuro está cheio de almas transmigrantes. O centro da cidade está cheio de almas transmigrantes.
Crianças orfãns e almas órfícas transitam pelo centro da cidade enquanto prostitutas vendem seu corpo para lagartos com falos de setenta centímetros. Isso explica por que as estrelas andam.
Está rolando um quebra quebra na rua em frente ao consultório do dentista. Parece que alguém foi atropelado. Não consigo ver nada. Tem muita coisa invisível por ai. Na verdade, acredito que eles sempre estiveram por ai ao nosso redor, só que antes não eramos capazes de enxergar. Fico olhando o chá ferver na panela liberando aquelas bolinhas de vapor e me lembro do que aprendi na faculdade, que todas as formas de vida provém da água. É verdade.
Ao bater a porta da minha sala, fico analisando o silêncio melancólico que impera nos corredores desse prédio fatal aonde trabalho. A parede verde podre descascando. O cheiro de mofo é nauseante. Alguém cagou no chão. Isso seria considerado um absurdo antes da nova ordem, mas agora, acontece até nos corredores dos escritórios de direito. A luz é fraca e fica piscando, o elevador está enguiçado, uma perfeita visão de um futuro trágico, aonde a tecnologia finalmente suplantou nossa humanidade, nos levando diretamente ao ponto de encontro com nossa natureza de macaco. Planos brilhantes estagnados, aparelhos de ar condicionado quebrados a mais de dois anos sem que ninguém se mova para conserta-los, merda no chão...
Descendo as escadas encontro com um amigo meu, o Fernando. Ele tem uma obsessão por baratas, mas isso é outra história, uma neurose humana mesmo. Ele diz para eu ficar esperto por que as coisas estão meio confusas fora do prédio, para variar. Fico tranquilo.
Do lado de fora, aquela bagunça. Ao sair do prédio olho para trás e encaro sua estatura. O prédio me parece mais lúgubre que de costume. Uma sensação estranha preenche minha alma. Será que ele sempre foi assim? Obscuro, Opressor?
Uma aura negra paira em cima do complexo de escritórios de direito aonde trabalho. Acho que vou pedir demissão. O Fernando também não estava com uma cara muito boa. Essa alternãncia, esse vai e vem de espíritos no subsolo. Acho que só iremos ter paz nesse mundo quando voltarmos a sermos o que eramos; Nada. O mito como estrutura de linguagem. Alguns acreditam em demonologia, outros em extra terrestres. Eu acredito nas coisas que eu vejo. Eu não acredito em nada.
Mas eu tenho minhas contas para pagar.
Acho chegar no carro, emerge da poça de vômito um negócio esquisito. Parece um macaco roedor. Segurando um osso na mão ele anuncia um assalto. Pobre bicho burro. Saco minha Bereta 9mm e acerto ele no meio da cara. Fico olhando o corpo daquela criatura pelada e deprimente estaltelado no chão espasmódico. Olho em seu rosto, e aquilo só aumenta minha lamentação. Pois os opostos são na verdade o mesmo, e isso agora é o que rege esse novo universo onde todo homem tem o direito de andar armado.
Minha mãe dizia que quando nós morremos tudo acaba, tudo simplesmente chega ao fim. Percebe-se que estávamos todos enganados. Tinha um besouro morto no meu quarto no dia que minha vó morreu. Ele também deve estar aqui agora. É estranho pensar que as coisas tenham se tornado ilimitadas. Se eles não morreram, então o que aconteceu com eles? Devem ter se modificado. Quero dizer, ainda estão no caminho de mudar, por que isso vai continuar acontecendo para sempre.
Muitas pessoas se tacaram desse prédio aonde eu trabalho. Se elas não morreram, e não estão aqui agora, é por que elas rencarnaram. Em algum outro corpo. Ou em algum outro lugar talvez. Almas transmigrantes. Os solos desse prédio escuro está cheio de almas transmigrantes. O centro da cidade está cheio de almas transmigrantes.
Crianças orfãns e almas órfícas transitam pelo centro da cidade enquanto prostitutas vendem seu corpo para lagartos com falos de setenta centímetros. Isso explica por que as estrelas andam.
Está rolando um quebra quebra na rua em frente ao consultório do dentista. Parece que alguém foi atropelado. Não consigo ver nada. Tem muita coisa invisível por ai. Na verdade, acredito que eles sempre estiveram por ai ao nosso redor, só que antes não eramos capazes de enxergar. Fico olhando o chá ferver na panela liberando aquelas bolinhas de vapor e me lembro do que aprendi na faculdade, que todas as formas de vida provém da água. É verdade.
Ao bater a porta da minha sala, fico analisando o silêncio melancólico que impera nos corredores desse prédio fatal aonde trabalho. A parede verde podre descascando. O cheiro de mofo é nauseante. Alguém cagou no chão. Isso seria considerado um absurdo antes da nova ordem, mas agora, acontece até nos corredores dos escritórios de direito. A luz é fraca e fica piscando, o elevador está enguiçado, uma perfeita visão de um futuro trágico, aonde a tecnologia finalmente suplantou nossa humanidade, nos levando diretamente ao ponto de encontro com nossa natureza de macaco. Planos brilhantes estagnados, aparelhos de ar condicionado quebrados a mais de dois anos sem que ninguém se mova para conserta-los, merda no chão...
Descendo as escadas encontro com um amigo meu, o Fernando. Ele tem uma obsessão por baratas, mas isso é outra história, uma neurose humana mesmo. Ele diz para eu ficar esperto por que as coisas estão meio confusas fora do prédio, para variar. Fico tranquilo.
Do lado de fora, aquela bagunça. Ao sair do prédio olho para trás e encaro sua estatura. O prédio me parece mais lúgubre que de costume. Uma sensação estranha preenche minha alma. Será que ele sempre foi assim? Obscuro, Opressor?
Uma aura negra paira em cima do complexo de escritórios de direito aonde trabalho. Acho que vou pedir demissão. O Fernando também não estava com uma cara muito boa. Essa alternãncia, esse vai e vem de espíritos no subsolo. Acho que só iremos ter paz nesse mundo quando voltarmos a sermos o que eramos; Nada. O mito como estrutura de linguagem. Alguns acreditam em demonologia, outros em extra terrestres. Eu acredito nas coisas que eu vejo. Eu não acredito em nada.
Mas eu tenho minhas contas para pagar.
Acho chegar no carro, emerge da poça de vômito um negócio esquisito. Parece um macaco roedor. Segurando um osso na mão ele anuncia um assalto. Pobre bicho burro. Saco minha Bereta 9mm e acerto ele no meio da cara. Fico olhando o corpo daquela criatura pelada e deprimente estaltelado no chão espasmódico. Olho em seu rosto, e aquilo só aumenta minha lamentação. Pois os opostos são na verdade o mesmo, e isso agora é o que rege esse novo universo onde todo homem tem o direito de andar armado.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Sobre a nova ordem (pt3)
O nome do rapaz que se masturbava em frente ao computador, e que criou todo esse estardalhaço era Tales e ele veio da Turquia. Dizem que virou uma bixa louca depois de todos esses eventos.
O primeiro PC a adquirir membrana celular foi o TCW000257.
Depois houve um evento muito marcante que foi quando um mágico desses que vive de enganar os outros tramando truques de prestidigitação, fez durante uma apresentação de domingo. Ele iniciou um ritual de magia negra que foi transmitido ao vivo para todo o país. Nessa época as ânimagonias eram apenas alguns casos isolados de deformação congênita. Infelizes casos de bebês que nasciam com três cabeças ou com a pele verde.
O mágico fez uma maça negra disforme surgir no meio do palco aonde ficam dançarinas fazendo coreografias de lamberóbica. O apresentador se entusiasmou com aquilo tudo e resolveu entrevistar a maça de ar que se intitulou a rencarnação do espírito de Calígula. Quando o programa terminou havia um buraco negro no centro do estúdio e o mágico voltou para casa com aquele espectro disforme no banco do carona de sua Toyota. Eles se tornaram amigos, mas o espírito acabou comendo a mulher dele. Uma artista plástica conceituada que depois enlouqueceu e se matou.
Esse evento ganhou notoriedade, pois depois desse dia, muitas das pessoas que assistiram a evocação pela televisão acreditaram que ficaram loucas, uma onda de esquizofrenia varreu as ruas dos estados unidos, começando por Nova York. Isso marca o baby boom das transmutações. Primeiro vieram os girinos, depois os lagartos e na sequências montes de espécimes indiscrítíveis para nossa língua limitada.
Foi estranho no começo. Aliás, é estranho até hoje. Não obstante, tem muita gente que se acostumou com o fato, veja a quantidade de relações sexuais entre os seres humanos e os ânimagonicos, gerando um quarto sub-gênero de espécime chamados simplesmente de mutantes.
Veja bem, para não complicar muito. Atualmente são cinco as categorias de vida humana que habitam o planeta terra. Vide a tabela a baixo:
1- Seres humanos
2- Computadores (ATP) com membrana celular
3- ânimagonias. ( Cruza entre seres humanos e máquinas ATP)
4- Mutantes . (Cruza entre ânimagonias, e ânimagonias com seres humanos)
5- Homens marcados (categoria não específicada)
sábado, 15 de janeiro de 2011
Sobre a Nova ordem (Pt2)
Então um dia, enquanto o jovem tocava punheta, seu computador, um PC, abriu uma enorme boca na torre. A princípio, era apenas um bocejo, mas a abertura permaneceu por mais de uma semana. As perversões sexuais sempre foram temas bastante procurados por nerds e consequentemente os computadores de categoria AI compreenderam esse tipo de pratica. Acredita-se que em algum tipo de transe espiritual, o jovem enfiou seu membro na boca da máquina e essa, lhe propiciou o melhor sexo oral que já tivera recebido em sua vida. Talvez o único. O ato tornou-se um ritual e os dois se apaixonaram. Uma paixão homoerótica, pois apesar de exibir imagens femininas, o PC era de gênero masculino. Cabos de aço se enrolavam no falo do rapaz. A porra, muito rica em proteínas, levava informação (sensitiva) para a torre e em troca o garoto desenvolvia uma capacidade motora mais apurada (reflexo). Cientistas posteriormente denominaram esse ato como "Transporte passivo" ou "Difusão facilitada".
O LOGOS entre o homem e a máquina permitiu articular pensamento, linguagem, razão e tecnologia. Baseado nessa experência, engendrou-se uma nova fisiologia e toda uma nova realidade física. A linguagem voltou a ser pensada como foi um dia em Atenas; Metafórica e poética. Úteros flutuantes começaram a jorrar criaturas sensíveis e corruptíveis como os centauros e as Harpias. Surgiram os profetas e os inciados que buscavam uma nova realidade que se contrapunha ao ser humano.. Entretanto, a sociedade estava a séculos baseada no antigo modelo. O resultado é que não houve uma ruptura total. A realidade ficou meio real, meio virtual.
Na fila do dentista, uma mulher apelidada de Candy que tem a cara repleta de formigas folheia uma revista direcionada para o público dos lagartos. O tema dessa edição é; como alimentar o seu bebê lagarto sem que ele lhe arranque o bico do seio. Do lado de fora, irmãos siameses estapeiam-se no trânsito caótico de São Paulo. Eles acabaram de atropelar um pé. Mas ninguém está realmente ligando para esses caras. Um polícial saca uma arma, mas poucos ficam intimidados.
As "Ânimagonias" (Seres gerados de acasalamentos entre homens e máquinas) mais comuns, eram os lagartos. Répteis bípedes que possuem um comportamento muito parecido com os dos seres humanos. Eles se vestem como seres humanos, limpam a bunda como seres humanos e cantam como seres humanos. Sua população cresceu tanto que atualmente existem estatísticas que afirmam serem eles a espécime predominante no planeta. Não é verdade. Os seres humanos constituem a maior população. Em seguida, nas categorias Mito-acasalamento, vem o Carangueijos que costumam habitar os suburbios da cidade.
Para compreendermos a fala das ânimagonias não basta apenas entender suas palavras. Tivemos de compreender seus pensamentos. Foi ai que o mundo simbólico se desconstruiu e as metamorfoses começaram a se espalhar por todo o globo.
Começou na Grécia, depois no Japão, depois na Europa, na China e por fim na américa. As transformações híbridas envolvidas no processo de internalização deixam bem claro a interatividade do sujeito com a cultura e como a cultura vai produzindo um novo tipo sujeito social.
Qualquer um pode experimentar e construir a realidade, não é preciso ser um iniciado nos mistérios. Basta acreditar. E mesmo que você não acredite, ou procure uma descrição mais racional por intermédio da ciência, a convivência com as ânimagonias lhe provará que tudo o que os gregos um dia falaram acerca de cruzas entre deuses e humanos era verdade.Não ha motivo algum para nos arrependermos em assumir que erramos quando deixamos de lado os tão questionados livros de filosofia e passamos a acreditar somente na física e na teologia.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A nova ordem (pt1)
Coisas meio sem pé nem cabeça, mas que ainda assim se rastejam e não pensam. A internet deu a luz a um vírus que derrubou todos os mitos. Nós costumávamos pensar que os gregos haviam inventado tudo. Hoje, nessa quinta feira nublada percebemos que estavamos errados.
Não sei explicar como tudo começou. Então o melhor seria sair juntando os fatos atrás das evidências.
Em primeiro lugar, é preciso entender que os meios culturais, principalmente a fala, não constituem o mundo real. Eles fazem parte de um mundo simbólico elaborado por nós, para explicar os fenômenos da natureza. Quero dizer, nós, os seres humanos construímos uma "segunda natureza" que durante milhares de anos se demonstrou eficiente perante nossos anseios de compreender e aceitar o real. Essa é a natureza simbólica, e que nos aponta claramente que um homem é um homem, e que por exemplo, um lagarto é um lagarto.
Sabe-se que existia um rapaz que se masturbava com frequência. Um desses nerds que vive em frente ao computador, mas até que ele era boa pinta. A máquina, tinha uma Bio-eletro-gênese desenvolvida, acredita-se que devido ao excessivo contato com a sexualidade humana. Começaram a nascer fantasmas. Dos dois sexos. Nos masculinos predominavam a área do encéfalo e da medula, no feminino, os nervos, gânglios e as terminações nervosas.
As máquinas também possuíam um sistema límbico, e eram capazes de expressar seus sentimentos. Em sua maioria elas copulavam entre sí, porém, algumas preferiam os seres humanos. Dessas cópulas nasceram crianças, e é nesse momento que o mundo simbólico sofreu uma intensa mutação.
Mitologia, religião, tecnologia, folclore, literatura, metafísica, semântica.
É sabido pela teoria de Worf Sappir, que a linguagem constrói a realidade. O mundo é além dos objetos reais, ele se constrói em sentido e significado. Com a linguagem o homem interpreta e cria a realidade. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana. A palavra é processual e nos chega pela aprendizagem com os outros seres humanos. Os filhos gerados entre as máquinas e os seres humanos eram chamados de polimorfos subjetivos. Houve aqui uma desconstrução da linguagem, em códigos que não cabe a mim tentar explicar. Eu prefiro me ater ao rapaz que se masturbava em frente ao computador e que deu a luz aos fantasmas.
Vale a pena lembrar, que aqui, o sagrado não existe. Ele nunca existiu. As religiões monoteistas como o judaismo, o cristianismo e o islã permanecem relutantes em aceitar a nova ordem.
Todo homem, mulher, criança ou lagarto tem direito a andar armado. Os tempos mudaram. Não é conveniente pegar as estradas a noite, muitos menos andar sozinho. Os tempos mudaram, vivemos um eterno relativismo.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Os suburbios (pt3 Final)
Então a mulher do bar me cutucou e disse que Danielle acabara de passar e que se eu quisesse falar com ela, era agora a hora. De fato, o lugar era bastante pacífico. O tipo de coisa estranha que se via nessa parte da cidade, porem inócuo. Tarso ficou conversando com a cabeça e eufui atrás da garota. Não queria que eles imaginassem que estávamos planejando fazer uma suruba.
Passei pelo palco agora tinha uma mulher enfiando um braço na boceta. Do outro lado a cabeça que bebia com Tarso me olhava como que se quisesse dizer; “Ta vendo ali? É o meu braço”. Ia demorar até que eu me acostumasse com aquilo.
Entrei em um quartinho todo vermelho e lá estava Danielle. De fato, ela era uma mulher muito bonita, magra de cabelos castanhos, olhos verdes, mãos pequenas, exatamente como o Liliputiano me descreveu.
- Ouvi dizer que você esta tendo um caso amoroso com um homem marcado.
-Sim. Ele vem me visitar as vezes em meu apartamento para transar comigo.
- você sabe alguma coisa sobre magia negra? Mitologia?
- Não.
- Você tem religião? Conhece a Cabala? Pratica magia branca?
- Não, não, não. Eu sou uma moça simples, a única coisa que sei fazer alem de trepar são truques de circo. Eu era malabarista.
- Então por que será que ele te escolheu?
-Eu não sei.
Dizendo isso, se aproximou de mim e pude ver melhor seu corpo. Ela era uma coisinha mesmo. Estava de calcinha e sutiã, exibindo seus seios que a esta distancia pareciam ser perfeitos. Sua bundinha era espetacular. O que será que uma menina como estas estava fazendo em um lugar desses? Ela era perfeita. Tentei ser poético;
- Ele deve ter te achado gostosa.
- Eu sei. _ Foi uma resposta sincera.
Conversamos por mais uns vinte minutos e ela disse que dessa vez teria de ir para dançar. Eu disse para ela não se preocupar que o dono do estabelecimento era meu amigo e percebi que isso a encorajou. Mas ela era a garota do Liliputiano, eu não roubava mais mulheres de caras que conhecia. Especialmente caras que estavam me ajudando nesse caso.
Voltei para o bar e Tarso estava falante. Devia estar bêbado. De fato, a cabeça tinha liberado a cerveja para nós, então resolvemos ficar e encher a cara. Entornamos uma cerveja atrás da outra e os acontecimentos começaram a ficar bizarros. Danielle subiu no palco e começou a dançar. A música era outro funk, para variar. ‘Ela só pensa em beijar, beijar, beijar” cantava o mc, enquanto a menina linda e meio tímida rebolava. A música parece que entusiasmou o pedaços que pulavam e se rastejavam como lesmas. Bebíamos mais e conversávamos cuspindo nos rostos das cabeças que nos rodeavam. E falei que era da polícia e eles começaram a rir. Mostrei minha arma e o distintivo. A menina do bar parece que ficou excitada, pude ver de perto que seu rosto era cheio de cicatrizes. Fiquei excitado com as cicatrizes. Pedi outro chopp. Virei. Puxei uma música do Tim Maia e a cabeça, que esqueci o nome cantou e interpretou como o próprio. Tarso fumou dezenas de cigarros. Cantamos Elis Regina. Eram tantos corpos e braços e pernas e farrapos e mulheres gostosas dançando que fiquei relativamente de pau duro. Tudo muito estranho, muito mórbido, mas ao mesmo tempo muito bom e onírico por causa do álcool.Cabeças contando piadas cabeças bêbadas cantando fora do tom. Peitos e bundas pregados em seus respectivos corpos passando pela minha cara. Já estava completamente bêbado e comecei a dançar com umas garota morena. Apertei sua bunda e ela recuou. “Vai ter que pagar”. Então para fingir que não estava dando a mínima para aquilo, abracei uns pedaços remendados que eram quase do meu tamanho e lancei para ela um olha cínico, do tipo “Está vendo. Eu só queria mesmo era me divertir” Tipo de bêbado. E só então me dei conta que estava dançando com uma massa disforme de pele com quatro braços, ossos da coluna, cartilagem e muitas fibras. Um monturo humano. Na verdade aquilo parecia um inseto.Um gafanhoto com uma minhoca na cabeça, mas de pele humana. Minha roupa humida de sangue, pus e sei lá mais o quê. Era assustador,mas descobri essa noite outra de minhas novas virtudes. Não sou preconceituoso. Também não tenho medo. Não havia confusão no lugar e ficamos lá festejando até umas quatro da manhã.
Quando estávamos indo embora Tarso estava muito animado.
- Que barato esse pessoal, a gente devia voltar mais vezes aqui. Afinal, você descobriu o que procurava da moça?
- Sim. Ela forneceu o endereço de uma residência onde ocorrem orgias e rituais. Satânicos, eu acho. Coisa grande Tarso. Gente muito grande.
- Como suspeitávamos senhor. Eles mesmo estão se matando.
- Exatamente.
-Gostosinha ela, não senhor?
- Muito.
- Senhor?
- O que?
- É que eu fiquei pensando. Já imaginou se em vez de chegarmos em casa do trabalho todos os dias exaustos e tivéssemos que aturar a pentelha de nossas esposas nos reclamando e buzinando em nossos ouvidos, nós tivéssemos um desses pedaços que fosse somente um peito, ou uma boceta, ou até mesmo um cu e que pudéssemos fode-los sem nos preocupar com porra nenhuma, entende. Sem chateação. Vai dizer que isso não passou pela sua cabeça enquanto estávamos no clube.
De fato a idéia tinha me ocorrido sim, mas resolvi adotar minha postura de moralista ingênuo.
- Não diga uma coisa dessas Tarso. Se acontece um negócio desses não haveria mais razão para existirem mulheres no mundo. Elas entrariam em extinção e em alguns anos todos seriamos homossexuais por necessidade.
-É verdade senhor.
- Além do mais, eu não sou casado.
- Eu sou. Senhor.
Passei pelo palco agora tinha uma mulher enfiando um braço na boceta. Do outro lado a cabeça que bebia com Tarso me olhava como que se quisesse dizer; “Ta vendo ali? É o meu braço”. Ia demorar até que eu me acostumasse com aquilo.
Entrei em um quartinho todo vermelho e lá estava Danielle. De fato, ela era uma mulher muito bonita, magra de cabelos castanhos, olhos verdes, mãos pequenas, exatamente como o Liliputiano me descreveu.
- Ouvi dizer que você esta tendo um caso amoroso com um homem marcado.
-Sim. Ele vem me visitar as vezes em meu apartamento para transar comigo.
- você sabe alguma coisa sobre magia negra? Mitologia?
- Não.
- Você tem religião? Conhece a Cabala? Pratica magia branca?
- Não, não, não. Eu sou uma moça simples, a única coisa que sei fazer alem de trepar são truques de circo. Eu era malabarista.
- Então por que será que ele te escolheu?
-Eu não sei.
Dizendo isso, se aproximou de mim e pude ver melhor seu corpo. Ela era uma coisinha mesmo. Estava de calcinha e sutiã, exibindo seus seios que a esta distancia pareciam ser perfeitos. Sua bundinha era espetacular. O que será que uma menina como estas estava fazendo em um lugar desses? Ela era perfeita. Tentei ser poético;
- Ele deve ter te achado gostosa.
- Eu sei. _ Foi uma resposta sincera.
Conversamos por mais uns vinte minutos e ela disse que dessa vez teria de ir para dançar. Eu disse para ela não se preocupar que o dono do estabelecimento era meu amigo e percebi que isso a encorajou. Mas ela era a garota do Liliputiano, eu não roubava mais mulheres de caras que conhecia. Especialmente caras que estavam me ajudando nesse caso.
Voltei para o bar e Tarso estava falante. Devia estar bêbado. De fato, a cabeça tinha liberado a cerveja para nós, então resolvemos ficar e encher a cara. Entornamos uma cerveja atrás da outra e os acontecimentos começaram a ficar bizarros. Danielle subiu no palco e começou a dançar. A música era outro funk, para variar. ‘Ela só pensa em beijar, beijar, beijar” cantava o mc, enquanto a menina linda e meio tímida rebolava. A música parece que entusiasmou o pedaços que pulavam e se rastejavam como lesmas. Bebíamos mais e conversávamos cuspindo nos rostos das cabeças que nos rodeavam. E falei que era da polícia e eles começaram a rir. Mostrei minha arma e o distintivo. A menina do bar parece que ficou excitada, pude ver de perto que seu rosto era cheio de cicatrizes. Fiquei excitado com as cicatrizes. Pedi outro chopp. Virei. Puxei uma música do Tim Maia e a cabeça, que esqueci o nome cantou e interpretou como o próprio. Tarso fumou dezenas de cigarros. Cantamos Elis Regina. Eram tantos corpos e braços e pernas e farrapos e mulheres gostosas dançando que fiquei relativamente de pau duro. Tudo muito estranho, muito mórbido, mas ao mesmo tempo muito bom e onírico por causa do álcool.Cabeças contando piadas cabeças bêbadas cantando fora do tom. Peitos e bundas pregados em seus respectivos corpos passando pela minha cara. Já estava completamente bêbado e comecei a dançar com umas garota morena. Apertei sua bunda e ela recuou. “Vai ter que pagar”. Então para fingir que não estava dando a mínima para aquilo, abracei uns pedaços remendados que eram quase do meu tamanho e lancei para ela um olha cínico, do tipo “Está vendo. Eu só queria mesmo era me divertir” Tipo de bêbado. E só então me dei conta que estava dançando com uma massa disforme de pele com quatro braços, ossos da coluna, cartilagem e muitas fibras. Um monturo humano. Na verdade aquilo parecia um inseto.Um gafanhoto com uma minhoca na cabeça, mas de pele humana. Minha roupa humida de sangue, pus e sei lá mais o quê. Era assustador,mas descobri essa noite outra de minhas novas virtudes. Não sou preconceituoso. Também não tenho medo. Não havia confusão no lugar e ficamos lá festejando até umas quatro da manhã.
Quando estávamos indo embora Tarso estava muito animado.
- Que barato esse pessoal, a gente devia voltar mais vezes aqui. Afinal, você descobriu o que procurava da moça?
- Sim. Ela forneceu o endereço de uma residência onde ocorrem orgias e rituais. Satânicos, eu acho. Coisa grande Tarso. Gente muito grande.
- Como suspeitávamos senhor. Eles mesmo estão se matando.
- Exatamente.
-Gostosinha ela, não senhor?
- Muito.
- Senhor?
- O que?
- É que eu fiquei pensando. Já imaginou se em vez de chegarmos em casa do trabalho todos os dias exaustos e tivéssemos que aturar a pentelha de nossas esposas nos reclamando e buzinando em nossos ouvidos, nós tivéssemos um desses pedaços que fosse somente um peito, ou uma boceta, ou até mesmo um cu e que pudéssemos fode-los sem nos preocupar com porra nenhuma, entende. Sem chateação. Vai dizer que isso não passou pela sua cabeça enquanto estávamos no clube.
De fato a idéia tinha me ocorrido sim, mas resolvi adotar minha postura de moralista ingênuo.
- Não diga uma coisa dessas Tarso. Se acontece um negócio desses não haveria mais razão para existirem mulheres no mundo. Elas entrariam em extinção e em alguns anos todos seriamos homossexuais por necessidade.
-É verdade senhor.
- Além do mais, eu não sou casado.
- Eu sou. Senhor.
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