tag:blogger.com,1999:blog-65673971353421988812024-03-05T08:27:30.104-08:00Erich MalditaErich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.comBlogger51125tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-66777180719251260342015-03-17T11:39:00.002-07:002015-03-17T11:39:13.263-07:00Estranhos em uma Terra Estranha, Caralho Voador e outros projetosMeus dias tem sido uma loucura.Sinto que estou definhando. Estamos na reta final para terminar Estranhos em uma Terra Estranha, e a coisa continua mudando de forma a cada segundo. Meu corpo e meu espírito estão perturbados ou talvez sobrecarregados. O calor no Rio de Janeiro é asfixiante.Uma áura translúcida de suor envolve as janelas do estúdio. Como se não bastassem as 14 músicas novas da Maldita, em janeiro dei início a mais dois novos projetos musicais. Um onde só tocamos trilhas sonoras de filmes dramáticos e outro, que venho empenhando o meu tempo exaustivamente, chamado Caralho Voador. Caralho Voador são poesias Sórdidas com muitas influências de Aleister Crowley que tratam de nossos instintos mais primários. São dez músicas enroladas em obscurantismo e pornografia com títulos como " Coração e Língua" e " Angelitude". Desse modo me jogo pelas ruas rastejando e gemendo como um cão ferido enquanto rumino como lançar meu primeiro curta metragem em parceria com Pedro Punk, "Pedaços" que ficou pronto essa semana. O filme, honestamente, está muito melhor do que muitas produções nacionais e certamente irá por fogo nos cinemas nos próximos festivais. Enquanto dou todo o meu sangue para ter essas 24 músicas novas prontas até junho, observo um desastre de automóveis pela janela do estúdio e isso me faz lembrar que tenho que terminar o último capítulo do livro de contos que estou escrevendo a cerca de dois anos: "No Coração de sábado a noite" e "A Mara da Noite". Está quase no fim. Fiquei ruminando como fazer esse lançamento e como não tive respostas perguntei aos Astros.Dos dez planetas, foi Mercúrio que se dirigiu até mim. Fui instruído por ele a lançar o conto separadamente como uma novela. Acho que aqui será um bom lugar para fazer isso. No império do cyber-espaço. Porém,como sempre, falta ainda o último capítulo. Para todos aqueles que acompanham meu trabalho, até o meio do ano de 2015, para além do céu e da terra, prometo muitas novidades de idéias incomensuráveis que se formam em minha mente. Qualquer pergunta sobre estes e outros projetos estou disposto a responder. O futuro é nebuloso.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-43041587154753726512013-05-01T09:52:00.001-07:002013-05-01T09:52:38.583-07:00Pesadelos, libido e filmes de terror
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGygJB0wIMTlFLLxVvyY7uqMRCJi3ScVr9nh8QOGAhn-ArbO3Uj4WB-srNdniUxOJWrS91v-TvsrUAhnwxyWuUZOX-VxfO-1xvZ1_M9dBJcbXdYTpQJ0mgwZiRo1WoYNQ59hQOz55hHMNl/s1600/tumblr_mcnxm0l6Rm1qaxnilo1_500.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGygJB0wIMTlFLLxVvyY7uqMRCJi3ScVr9nh8QOGAhn-ArbO3Uj4WB-srNdniUxOJWrS91v-TvsrUAhnwxyWuUZOX-VxfO-1xvZ1_M9dBJcbXdYTpQJ0mgwZiRo1WoYNQ59hQOz55hHMNl/s320/tumblr_mcnxm0l6Rm1qaxnilo1_500.jpg" /></a>
Hoje novamente tive um pesadelo. O sonho era um tipo de metalinguagem aonde eu assistia um filme dentro do sonho. Foi estranho. Na capa do DVD havia a imagem de um crânio. O mesmo crânio que fotografamos ontem com o ator Carmo Dalavequia fazendo uma encenação do tipo “Hamlet” para o material de divulgação do filme que estou produzindo e dirigindo.
O titulo do filme ainda permanece em segredo, não por que ele seja um segredo, mas por que não sei ao certo se gosto dele e temos outras opções.
O crânio, é um crânio humano. Pela arcaria, pode-se dizer que é uma mulher de mais de cinqüenta anos.
Então eu assistia o DVD e logo no início havia uma imagem em preto e branco de uma mulher que foi capturada na guerra. Suas mão estavam algemadas e ela, na tentativa de se soltar, usando uma estaca de madeira, acabava por furar os pulsos e então sangrava até a morte. Ficou ali, esvaindo-se até a última gota, até o último suspiro, olhando para mim.
Se ao menos eu pudesse exergar as minhas próprias mãos no sonho...
Na sequencia havia uma outra mulher que atendia e desligava um telefone em um contínuo movimento reverso e infinito. Não dava para saber ao certo qual era o clímax dessa cena. A coisa apenas ficava se repetindo a exaustão. Cada vez em uma velocidade diferente.
Aconteciam coisas cômicas também, como por exemplo o Leatherface, de “O massacre da serra elétrica”que aparecia de assalto e levava a mulher embora como se ela fosse um saco de batatas igual ocorre em seus filmes.
Então haviam as plantas carnívoras. Gigantescas famílias de Nepenthaceae que cresciam apartir de uma única semente despejada sobre o DVD (masturbação)? Elas saltavam para fora da tela como um efeito de cinema em terceira dimensão e geravam uma sensação bastante hostil. Eram opressoras. Tentavam agarrar no rosto de que estivesse assistindo aquilo. Eram toscas como os efeitos de stop-motion dos anos oitenta e noventa. Se movimentavam como aquele macaco roedor do filme de Peter Jackson, “Fome animal”. Quem assistiu, sabe do que estou falando, Tosco, porém perturbador.
Então começava a se intensificar a metalinguagem, pois agora eu estava me assistindo. A Próxima imagem, que se tornou um fato, era eu nadando nu em um tipo de rio em algum lugar nos arredores de São Paulo. Haviam pessoas lá. Eram fans da Maldita. Eles estavam me esperando para começar um show. Não eram muitos, mas ainda assim esperavam ansiosamente pelo show.
Havia um amigo meu, que é Thelemita (diga-se de passagem), que ficava na borda daquela piscina dizendo que eu não devia largar minhas roupas assim, de qualquer maneira. Ele dizia que para tudo havia uma ordem e um motivo, e que sendo assim eu deveria prestar mais atenção na maneira como eu me comportava nos sete dias da semana e por todas as eras que eram compostas por duzentos anos.
Eu nadava e nadava naquele rio/piscina negra, e na sequencia escalaria um muro de pedras negras e gotejantes para chegar até o palco do que agora era em enorme festival. O show começava e eu estava pelado. Começaria assim mesmo. Eu nunca havia feito isso. Abrir um show sem roupa nenhuma. Depois ia colocando a roupa aos poucos. Era impressionante. Mas eu me sentia poderoso. Me sentia como o exterminador do futuro.
Outro elemento cômico, é que o Fernando aparecia com uma roupa para eu me vestir, lá para a quarta musica. Ele jogou a roupa para mim, e quando me dei conta, estava vestido de Batman...
Ao acordar, a primeira coisa que me dei conta no quarto, é a biografia de Aleister Crowley que acabei de ler por estes dias e que tanto me inspirou a escrever versos para os discos novos que estou trabalhando e que em breve virão. Fiquei ligeiramente preocupado. Pois desde que terminei de ler este livro, praticamente todas as noites venho sendo surpreendido por este tipo de sonho.
Ele, o livro, está posicionado de um jeito que sua aba aponta para o meu plexo, enquanto durmo em minha cama. Talvez se eu trocá-lo de posição e apontá-lo para a porta, a posição dos sonhos também mude. É chato pensar nisso, mas toda vez que vou dormir e apago as luzes ficando na escuridão total, eu sinto a sua presença lá.
Bom sou um psicólogo formado, e treinado na arte de interpretação dos sonhos de Freud. Também sou adepto do método de desconstrução da semântica das palavras utilizado por Lacan.
Ao escrever esse breve relato de meu sonho, chego a conclusão de que tudo faz em alguma instancia, um breve sentido.
Estou trabalhando 24 horas por dia, sete dias na semana nesse filme. O filme é a história de um Serial Killer. No filme contamos com alguns pedaços humanos reais, emprestados da escola de medicina. Isso explica a caveira na capa do DVD onírico.
Ainda para o filme, fizemos um shooting das atrizes amarradas em um porão escuro. Estamos trabalhando intensamente na finalização dessas fotos, e eu em breve postarei algo por aqui. Isso explica muita coisa.
Quanto as plantas carnívoras, creio que seja algo que tenha haver com as práticas masturbatórias do cotidiano. Pois geralmente quando estou envolvido em um trabalho intenso, como a produção de um disco ou de um filme, eu suspendo essas práticas que é para não haver nenhum tipo de desperdício de energia libidinal, resultando em um bloqueio criativo. As plantas, ou monstros gigantes, com a circunferência de suas bocas infinitas, são o desejo e o impulso sexual reprimido vindo `a tona nesses momentos de privação. Eles querem me engolir e me ameçar.
A mulher do telefone não seria nada mais do que a repetição automática do dia-a-dia no trabalho. Editar, editar, editar, montar, editar, mixar, mixar, mixar, montar...etc... (essa tem sido a minha realidade nos últimos meses).
Comecei a trabalhar na produtora de vídeo e publicidade, “ Nomadis “ de um ano para cá e desde então muita coisa mudou. É por isso que quando estou nadando pelado no meu sonho, meu amigo grita para mim que eu não posso fazer o que eu quero. Ele me explica que, pelado, as pessoas não vão me aceitar. Não serei escalado para os trabalhos que quero fazer. Tenho que me vestir como eles querem que eu me vista. É chato, mas é real. Quero dizer, bem vindo ao mundo real Erich Eichner.
A conclusão é bastante simples. Meu mundo onírico, o meu inconsciente, não está fazendo nada mais do que uma projeção distorcida do ambiente de trabalho do mundo consciente. No sonho tudo acontece em um formato digital de DVD. O tema do cinema, está impregnado em cada elemento desse devaneio no escuro. Não se trata de imagens surreais, trata-se de material para um filme surrealista.
É claro que a obscuridade das imagens inconscientes perturbam de início. Parece um pesadelo. Mas ao relatar a vocês essa análise, vejo que isso não passa de um sonho comum e da forma como no meu íntimo, eu enxergo a minha própria rotina dentro da produtora.
Tenham todos um bom dia.
Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-22604985694599576162013-04-22T10:10:00.000-07:002013-04-22T10:10:04.783-07:00O príncipe das possibilidadesHoje eu acordei deprimido e devastado pelos sonhos desta madrugada. Sonhei com figuras geométricas estranhas e um enorme triângulo. Já não sou mais o príncipe das possibilidades que fui um dia. Não sei mais o que eu sou.
Para não me render ao ócio da insônia resolvi escrever aqui.
Semana passada Fernando e eu fomos até Curitiba e participamos de alguns programas de Tv. Nós falamos sobre jovens que são atacados por psicóses e sobre o meio ambiente. Eu sempre fico meio sem graça nessas situações, vocês podem ver pela minha cara de cu nesse vídeo.
http://www.youtube.com/watch?v=9mbRa1_M_Sc ,
Mas de qualquer maneira, foi uma conversa descontraída e o apresentador Alexandre Xaca é cara bastante interessante e boa gente. Antes de darmos início ao programa,(que aconteceu na Tv Transamérica) conversamos em Off sobre a Nova ordem da Internet e sobre música, em especial "Electric Fire" do Black Sabbatth, música que ambos gostamos de tocar com a guitarra.
Bom falando em música estou trabalhando em quatro composições diferentes e simultâneamente. Uma delas ainda me é intrigante, pois estou muito na dúvida sobre a sordidez de seu conteúdo. Trata-se da história de um estudante de medicina que passa a ter um caso com a enfermeira, então todas as noites ele vaga rumo ao desconhecido até a ala de emergência para fazer sexo com sua amada, que por estar acostumada a lhe dar com as necessidades dos doentes e dos moribundos, se apresenta como uma mulher que não tem o menor pudor com nada. Vocês sabem, uma pessoa sem escrúpulos. O nome da composição seria "Sexo no hospital", e ela faz parte do 4 disco da Maldita (com data prevista para o ano que vem) mas ainda estou na dúvida quanto a este título. Pode ser que até ela ficar pronta eu encontre um título mais sutil.
Alguém tem alguma opinião?
Outras duas músicas que estou trabalhando são "freelances"; uma é trilha sonora de um vídeo editorial da Vogue Nyc, com uma modelo vestida de Frida Calo. Para esta, estou fazendo uma espécie de Tango (apesar de a Frida ser mexicana), mas o que prevalece é o ritimo "Caliente" latino. A terceira música é um lance para a copa do mundo. Vocês sabem; analogias entre os campos e a vida sexual conturbada dos jogadores. Eu sou apenas o produtor e o cara da mixagem dessa.
Como se não bastasse também estou compondo uma nova faixa da CONTRA. Algo que me lembra uma música do Iggy Pop "I wanna be your dog", embora a intensão seja bastante diferente.
Caixas de analgésicos vazias formando pilhas que preenxem as gavetas do armário. Não existem mais noites tranquilas, ou dias ociosos. A música e o trabalho estão me matando. Não consigo meditar, não consigo fazer exercícios, não consigo para de criar novos mundos aonde eu acho que posso fazer o que quero.
Você também não faria o mesmo?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsrQR1qWU9g2mfh8NmsOqeknDx-v-htWOm19ezToVm5xK2AbkKs-ctoCZO8oqjD__R1qYxIiwu9ds5UHEaEH8fOp2pKlEnMVfi1YvwYgaRcOmhU-qCjTiHya78Wp3cr3DGxiy3KBqhiI0B/s1600/20130416_150421.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsrQR1qWU9g2mfh8NmsOqeknDx-v-htWOm19ezToVm5xK2AbkKs-ctoCZO8oqjD__R1qYxIiwu9ds5UHEaEH8fOp2pKlEnMVfi1YvwYgaRcOmhU-qCjTiHya78Wp3cr3DGxiy3KBqhiI0B/s320/20130416_150421.jpg" /></a>Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-86984852730123303832013-01-12T12:34:00.002-08:002013-01-12T12:34:15.147-08:00Este blog está temporariamente fechado pois estou trabalhando em um livro de contos que contém parte de seu conteúdo.
Por hora o que posso dividir com vocês é seu título e alguns de seus capítulos;
O título será algom em torno de "Contos da Nova Ordem".
Já tenho três contos prontos. Estes são:
1# Pecador original
2# A Mara da noite
3# Os subúrbios
Os outros quatro contos ainda estão em processo de desenvolvimento.
Por hora é só.
Abraxas.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-11237524955824600382012-01-22T11:06:00.000-08:002012-01-22T11:09:53.295-08:00A carne do ventríloquoO caso de Paulinho começou com um estranho hábito de comer lêndias e piolhos. Então lá estava aquele garoto coçando a cabeça com tanto vigor que chegava a deixar feridas. Ele puxava as lendias e as enfiava na boca com cabelo e tudo. Depois de um tempo, o comedor de piolhos acabava puxando as cascas que se formavam em seu couro capilar, decorrente das feridas e as comia também.<br /> Ele se senta no restaurante sofisticado e pede pasta de aspargos para saborear. É uma reunião de negócios com dois sujeitos estranhos representantes de lojas de brinquedos. Um deles se senta com um boneco de ventriloquo sobre a mesa e o outro tem os braços e o pescoço presos por cordas suspensas no teto, é um marionete de carne.<br /> Discutimos sobre a bolsa de valores e o Pib. O ventriloquo entende tudo sobre brinquedos. Também tem uma fraqueza por prostitutas negras. Ele vai bebendo todo o wisky que seu condutor pede. É impressionante. O sujeito pede uma dose de wisky com soda e quando o garçom deposita a bebida em cima da mesa, o boneco agarra o copo e vira tudo de uma vez. Depois ele manda o seu condutor pedir mais uma dose e calar a boca.<br /> A medida que o boneco vai ficando bêbado ele começa afalar que na verdade odeia a indústria de brinquedos e que o plástic o está deixando broxa. Ele enrola a língua e fuma cigarro. Seu condutor, se é que pode ser assim chamado, fica a reunião inteira quieto com seu braço enfiado no cu do boneco. Ele apenas come uns espetinhos de carne e pede bebidas.<br /> O boneco está totalmente alterado, se diz um gênio do Busines e fala que já comeu mais de mil mulheres. Ele também fala que é um grande torcedor do Fluminense e em sua mansão no Joá tem um quadro estilo vitoriano do Renato Gaucho. Paulinho e o marionete ficam apenas observando enquanto o boneco fala sem parar.<br /> - É que vocês sabem. Eu sou o cara. Eu mando nessa cidade. Rio de janeiro? Ha...? Eu quero esculachar. Eu sou o cara. Vocês tinham que ver. Já fui casado nove vezes. <br /> Chega o prato principal e o marionete fica meio desajeitado com o talheres. O garçom percebe o desconforto e pergunta se ele deseja que alguém lhe dê de comer. O marionete aceita e o garçom se retira. <br /> O boneco continua a falar apontando para seu condutor :<br /> - Ele aqui. Não faz nada. Fica ai que nem mosca morta com o dedo enfiado no meu cú. Não é fácil ser boneco de ventríloco não. Eu sou impulsivo, eu sou a má consciência desse imbecil. Eu sou o cara que arrisca nosso patrimonio, e o cara tem a intuição para os negócios. Ele apenas assina os contratos e preenche os cheques. Não é verdade Leopardo?<br /> Leopardo fala sua primeira frase da reunião:<br /> - É verdade.<br /> - Eu estou dizendo para vocês. É batata. Um milhão, dois milhões, trinta milhões, tinha que ver quando eu não tinha nada. Era apenas uma alma vagando pelos becos dos suburbios. Nem essa merda de corpo de pano eu tinha. Ganhava dinheiro apertando baseados para um traficante que não tinha mãos.<br /> Nesse momento uma mulher muito elegante aparece do outro lado do salão. Todos ollham para ela impecável. Seu decote reluzente como uma armadilha que mantém os espíritos presos entre os dois mundos. Seus olhos verdes ligeiramente puxados como uma gata japonesa que impede as almas de evoluirem eu seu ciclo natural. Magra e de porte muito fino ela dá uma tragada em sua cigarrilha e vai andando em direção a mesa onde está acontecendo a reunião. - Caralho que gostosa! Diz o boneco. <br /> Na mesa de trás, um senhor se levanta para receber a moça. Deve ser seu pai. Com certeza é o pai da mulher sim. A poucos minutos eles falavam sobre uma comemoração de setenta anos da família. A japonesa armadilha de espíritos era a filha mais nova.<br /> O boneco fica mesmerizado com o desfile da jovem:<br /> - Que é isso? Estamos no Fashion week agora? Olha o porte dessa moça. Quero comer ela.<br /> Leopardo, o condutor de carne fica aparentemente nervoso, ele já conhece seu patrão e sabe como isso vai terminar. O marionete continua se enrolando com os talheres. Paulinho aproveita o momento de distração dos sócios para puxar uma casquinha da cabeça e a enfia direto na boca.<br /> - Ei gostosa, quer assistir as corridas de cavalos comigo amanhã no Jockei?<br /> A garota ignora o boneco de pano que fica falando palavras sem sentido com língua enrolada. Ela apenas da uma risadinha discreta e vai se juntar aos seus parentes na mesa de trás.<br /> O condutor fica aliviado. Geralmente é ele quem tem que resolver as merdas que seu boneco de ventríloquo faz.<br /> - Mas me diga senhor Paulo. Como vamos fazer para evitar que os lagartos engulam os bonecos. Os prejuízos gerados pelos acidentes vão nos custar uma fortuna.<br /> Uma segunda mulher vem andando na direção da mesa. Ela foi encomendada pelo garçom para dar de comer ao marionete. A moça também é bastante atraente, usa um avental que a faz ficar parecendo com uma enfermeira de filme pornô. O boneco de ventriloco fica babando os peitos dela enquanto o Marionete tenta conciliar o seu apetite com a sua ereção. Necessidades da natureza humana que são antagonistas entre sí.<br /> O ventríloco fica oferecendo jóias e carros para a moça que enfia a colher na boca do Marionete. Esse boneco verde e decadente é persistente:<br /> - Sabe boneca, eu gosto mesmo é da Golden Shouwer. Você pode mijar na minha cara a noite inteira que meu condutor de carne não se incomoda. Você é daquelas que tem caninos brancos na vagina? Adoro caninos brancos na vagina, sabe? Pum Pum, tá tá, Pow! Entende? Eu quero esculachar! <br /> Marionete constrangido com o comportamento do sócio, concentra-se em Paulo que tenta ser discreto ao tirar uma lendia de trás da orelha e come-la. Marionete fica sem palavras. Com a cortesia de um lord inglês ele finge que nada daquilo está acontecendo:<br /> - O que você está comendo Paulo?<br /> - Piolhos...<br /> Os dois ficam se olhando como se fossem dois pistoleiros do deserto, porém, um pouco mais apáticos que Billy the Kid.<br /> - Eu me referia ao prato que você escolheu no menu.<br /> - Há... Sopa. Eu gosto de sopa... para lagartos.<br /> A mulher gostosa enfia um garfo com um pedaço de vitela na boca do Marionete. O movimento deixa sua boca suja e ela se apressa em limpa-lo com um guardanapo. O ventríloco aperta sua bunda. Ela lança um olhar sacana para o condutor de carne. Será que as pessoas sabem que ele é uma coisa e o boneco é outra? A mulher se senta amassando o boneco que apertava sua bunda. A cena fica um pouco grotesca. Um homem com a mão enfiada na bunda de um boneco que está enfiado na bunda de uma mulher, que enfia uma colher de arroz na boca de um outro homem que está pendurado no teto.<br /> - Mais um Wisky Por favor.<br /> Quando todos se recompoem, o boneco volta para mesa, com um de seus olhos saltado para fora. <br /> - Merda, essa puta me amassou com sua bunda enorme.<br /> - Puta não oh bonequinho. Olha o respeito comigo. Eu estou super aturando suas escatologias e brincadeiras de mal gosto.<br /> - Desculpa. Desculpa.<br /> O wisky chega e o boneco bebe. Ele se engasga e o cheiro de álcool sai pela cavidade do seu olho saltado. Fica falando sózinho coisas sem sentido. O condutor se aproxima da moça e fala discretamente:<br /> - Mais umas duas dessas e ele dá PT.<br /> - Graças a deus.<br /> Mas o boneco tinha outros planos.<br /> - William, me leve até o banheiro. Preciso vomitar. A noite ainda será muito longa. <br /> William se levanta e os dois vão andando até o banheiro. O boneco alucinado sai falando com todo mundo. Todos os homens ele chama de filho da puta e todas as mulheres e chama de gostosa.<br /> - Você trouxe o meu viagra, William?<br /> - Sim senhor.<br /> - Ótimo! Essa noite eu quero esculachar!<br /><br />O negócio é fechado com sucesso.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com19tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-27374824777350856292011-12-07T08:44:00.000-08:002011-12-07T08:49:16.910-08:00Como nascem os anjos (Pt1)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUUE0WtDbZUGXttib7uPQaY2dWVe2j8Mnx718NPA3Aq60yrOrrf86uhxhLUdqI7e3lsv6evF-fs98Alfq8jVBP9PQT1apBkWB-4loroXkv5xxlSByRKUkk3xZAXbQ3Ey0AMASEVQD5wcQf/s1600/kundalini.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 278px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUUE0WtDbZUGXttib7uPQaY2dWVe2j8Mnx718NPA3Aq60yrOrrf86uhxhLUdqI7e3lsv6evF-fs98Alfq8jVBP9PQT1apBkWB-4loroXkv5xxlSByRKUkk3xZAXbQ3Ey0AMASEVQD5wcQf/s320/kundalini.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5683429510193872162" /></a><br /><br />Em tudo nessa vida, é necessário que se encontre um ponto de estabilidade psíquica ou espiritual. Para se atingir esse tipo de insight é preciso ter a mesma precisão de um médico ao realizar uma cirurgia, é necessário estar sempre atento para captar aquilo. Seja escovando os dentes, ouvindo música, dirigindo seu carro ou trepando, aquilo não acontecerá se você não estiver prestando atenção. Muitas coisas acontecem quando estamos desatentos, a vida é cheia de coisas, mas para captar aquilo é necessário estar constantemente olhando para dentro de si.<br />Falaremos aqui sobre o adestramento, a capacidade de subjacente a um sintoma encontrar uma idéia fixada e obsessiva de si. Os testes com a nova substancia ZKY-12 nos permitiram observar que com o uso diário da substancia mais o seus efeitos que chamamos de reforços positivos, como liberação de serotonina, dopamina, noradrenalina, o individuo R. foi condicionado a acreditar que não é apenas “um” indivíduo. <br /><br />Se masturbar, é como fazer qualquer tipo de exercício. Seja malhar, meditar, ou treinar artes marciais, deve ser sempre praticado com muita disciplina. Conheço um cara que tomou tanta bomba que teve tumores nos bíceps, e seus testículos estouraram.<br />...E então, eu gozo. Uma onda de adrenalina misturada co serotonina toma conta do meu corpo que fica a se debater espasmodicamente. O caralho fica entumecido com uma marca roxa, os sentidos estouram como fogos de artifício se espandindo para alem do estagio consciente as pupilas se dilatam o peito se enche de ar sou capaz de distinguir no tapete o odor dos restos de comida no chão misturados a outras gozadas alhures e água sanitária. Me jogo na cama e fecho os olhos, no canto dos ouvidos posso ouvir da casa de um dos muitos vizinhos os uivos melancólicos de um cachorrinho.<br /><br />A disciplina da carne deve ser exercida diariamente e somente quarenta minutos por dia, mais do que isso seria um disperdicio de energia física e psíquica e conseqüentemente suas células começariam a morrer.<br /><br />Um jovem de cerca de vinte e sete anos se levanta de sua cadeira, e conta sua historia triste. Rafinha tem tatuagem nos braços e usa boné, conta que ficou tetraplégico, não conseguia mais andar, não conseguia mais trepar, seus amigos não o viam mais, ninguém mais ouviu falar de Rafinha, e ele virou um bêbado da rua augusta.<br />- Meu, eu passava o dia inteiro com com a minha cerveja heiniken keg Holanda e um maço de Marlboro na mão ouvindo umas mp3 do Led Zeppelin. <br />Na TV, inter de Milão e Manchester empatam. Um viciado em cocaína chamado Rony chora quando sai do banheiro e se depara com a face da decadência humana; Um puteiro regado de japonesas extraviadas de um curso de sushi por proxenetas do bairro da liberdade, um bêbado entorpecido de Viagra caído no chão com o pau duro pede uma ambulância e todos, principalmente a menina que estava com ele tocam suas vidas como se nada acontecesse, um tetraplégico assistindo um jogo de futebol na televisão com uma figura que aparentemente sofre de elefantíase no rosto. O traficante local foi preso na semana passada, e nessa sexta feira muita coisa mudou ali na balada. Ninguém precisa se olhar para saber, e mesmo que fosse preciso um contato visual para perceber a atmosfera ninguém olharia para a dupla que assiste ao jogo, pois eles são a face da estagnação humana, uma estrela cadente que caiu cedo demais, ou um homem que fez a oferenda errada a um semi-deus.Em algum lugar, provavelmente no juic Box, toca “Stairway to heaven”<br /><br /> _ “Theres a feeling i get when i look to the West<br /> And my spirit is crying for leaving<br /> In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees<br /> And the voices of those who stand looking<br /><br /> Ha um seminário na Usp de São Paulo sobre o caso de como Rafinha voltou a andar. Um professor de parapsicologia disserta sobre o caso em um auditório de cerca de duzentos estudantes. <br />Ele queria uma coisa da vida, meu corpo queria outra. Como resolver essa equação carnal? Como fazer para curar essa doença terrível do espírito? Ninguém sabe ao certo como, mas Rafinha voltou a andar. Com uma dieta de comida vegetariana, sucos de fotosíntese e maconha, um dia ele voltou a andar. Todos nós sabemos o que aconteceu. Ele encontrou aquilo. Alguns dizem que um dia foi a uma banca de jornal comprar uma revista pornô, e leu na contracapa um anuncio de um curso de kama Sutra. As aulas eram dadas por um iniciado de sexualidade meio duvidoso metade índio metade árabe, que lhe ensinou as palavras mágicas e as disciplinas do corpo para despertar Kundalini, a serpente d’água, malte de cevada, lúpulo, e levedura A.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-38033092047316618632011-11-13T08:21:00.000-08:002011-11-13T09:41:20.087-08:00Kayne west; A maior farsa do show businessNa pior das hipóteses, não é possível confiar em uma só palavra que esse cara diz. Como isso foi acontecer? Ontem fui ao primeiro dia do SWU na cidade de Paulínia (Não sei exatamente por que eu fui nesse dia, provavelmente para prestigiar os meus amigos da Groove) e me deparei com o show desse cara, que segundo suas próprias palavras, se considera uma figura bíblica, possívelmente também uma figura pagã, um Semi Deus. De fato, seus crimes contra os direitos autorais de outros artistas póstumos e seus delírios megalomaníacos fazem desse homem de 34 anos se comportar como um sátiro. <br />O dia começou estranho. Muito estranho. Caminhando pelas ruas de São Paulo, topei com uma sujeito discreto, óculos escuros e chapéu coco que por muito pouco não esbarrou no meu ombro. Era o Ringo Star. Legal, pensei, acabo de cruzar um homem que seguindo por esse mundo sem raízes dividiu longas horas de sua vida com John Lenon. Eu, um cara errante, cheio de energia acumulada que poderia muito bem estar bêbado a essa hora do dia, tropeçar em cima dele e ter todos os meus dentes esparramados no chão pela frota de seguranças que escoltavam o Beatle menos reconhecido.<br />A noite, já no festival, outra baterista importante em linha cruzada com a minha vida, o do System of a down. Esse, eu tive a oportunidade de comprimenta-lo, mas... como as pessoas importantes não querem saber de mim, ele nada fez além de falar um bando de piadinhas sem graça e ficar babando sobre os peitos da minha namorada. Esses caras são de outra raça. Steve Jobses, Ringo Stares, John Lenons, Kayne Westes, bateristas do SOAD. Mas se por outro lado, eu me der o luxo de pensar e refletir que esse cara também deve ter um nome, e eu apenas sei que ele toca bateria ... Isso torna justa a situação. <br />Após uma longa batalha contra antigos espíritos do mal e amuletos vodus consegui chegar a tenda aonde me foi possível entrar em contato com a quinta essência da arte que é a música do Kayne.<br />Algo confirmou que meus instintos estavam certos quando, toda vez que eu ouvia esse cara cantando com aquele autotune infernal, eu pensava em merda. Dessa forma, lá fui eu, rumo a um horizonte desconhecido assistir a apresentação, para, ao menos, ter uma opinião precisa quando for dizer algo sobre Kayne West, um homem de 34 anos, que segundo suas próprias palavrasdespreparadas afirma que, se a bíblia tivesse sido escrita hoje, seu nome certamente seria mencionado nela.<br />O cenário do palco é o seguinte; Uma imagem em estilo clássico com diversas figuras angelicais e mitológicas todas embrenhadas como que para saudar o homem ali se apresenta e fica duas horas cantando sobre os nomes que ele dá para suas armas, os apelidos que ele dá para suas namoradas, o flerte com a menina na festa de ontem a noite em Los Angeles, os carros que tem e que pretende comprar e roupas da Nike que brilham no escuro. Tudo tem a ver com a o fundo de palco barroco. Eu disse cantar? Não sei por que tive a impressão que quando eram utilizados aqueles efeitos de voz tratava-se de um playback. Antes dele aparecer no palco, um coro ensurdecedor de anjos seguidos por um som de órgão sintetizado no volume máximo, sugeriam o renascimento do Nosso Senhor. Algo épico. Para aquelas almas que acreditam nesse homem, o Sublime. <br />Ali, no meio daquela gente, entre Bibis e Betos Lees, me sentia uma ovelha negra. As roupas do pública brilhavam. As minhas e as da minha trupe eram todas escuras. " Não vai demorar muito para que percebam isso e matem um de nós" eu disse para o Magrão. Então o Kayne West seguiu cantando coisas que eu não conseguia identificar e como a cerveja estava muito agradável, e liberada, fui ficando mais animado e otimista. Então uma pausa dramática e a apresentação volta com nada mais nada menos que a música do Queen. O dj executa "we will rock you"' em tempo integral enquanto o ídolo fica parado de frente para a multidão com algo de arrogante no rosto captando as vibrações. O público? O público naturalmente que foi ao delírio. Você está no meio de 60.000 pessoas e toca aquela batida do Queen com a voz angelical do velho Fred cantando a todo o vapor, quem não vai entrar em transe? Quem não vai gostar? Quero dizer, ou esse Kayne West é jovem inteligente ou um farsante veterano, pois "What da Fuck" tem a música dele em comum com a do Fred Mercury? Para começar que esse cara deve ser homofóbico, como a maioria dos rapers americanos são. O povo fica louco. E não adianta dizer que é o mal dos trópicos. Não. O povo fica louco pelo mundo afora com essa incoerência.<br />Pra fechar com chave de ouro perto do final, outra pausa dramática e... o Dj ataca com "Chariot of Fire" sabe aquela música que se tornou um símbolo de esperança e equidade para as pessoas portadoras de necessídades especiais. Uma música composta por Vangelis, um sujeito pioneiro no new wave e na música experimental entre os anos 70/80. Será que o cidadão Kayne realmente gosta desse experimentalismo quase erudito do Vangelis? Talvez ele esteja mais interessado em ser visto pelos olhos do mundo como uma semiótica do sentimentalismo e de esperança, mal que, segundo os gregos permaneceu aprisionado na caixa de Pandora. Para melhorar, rolou um balé enquanto tocava a música e ele ficava olhando para as dançarinas com um misto de ignorância e confiança no rosto. Dentro de meu sarcasmo, e de minha cerveja, fiquei imaginando um balé de cadeirantes todos rodopiando e derrapando em meio ao Jesus Cristo negro que no final estendem juntos suas mãos para o céu, e milagre, os cadeirantes se levantam, chutam suas cadeiras velhas e começam a dançar Break em torno do Messias da música pop.<br />Na moral, esse cara é a maior farsa que eu já tive a oportunidade de assistir no Show Business. E quem acredita nele, porra, francamente... Nota do show 1.5<br /><br />Show - 0.0<br />repertório - 0.5<br />Comportamento (0 meu) 8.0<br />Cerveja - 10Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-31537584535229318142011-11-05T14:37:00.000-07:002011-11-05T16:03:42.233-07:00reminiscências,a fita da morte (pt1)Fui tomado ontem a noite por um assombro enorme que contagiou a tudo em minha volta. Estava eu a selecionar umas velhas fitas de vídeos, e acabei encontrando mais material do que eu julgo ser possível assistir. Um jovem com um martelo esmaga a cabeça da namorada ciumenta. Adolescentes resignados em sua juventude plástica picando gatinhos. Um por do sol agressivo e o enviado das trevas a me perseguir.<br />Eram fitas velhas e desconexas, que eu julgava estarem totalmente mofadas ou destruídas pelo tempo, mas não. E ontem a noite eu tive o desprazer nostálgico de, mais uma vez, me deparar intensamente com o passado. Primeiro de tudo, não preciso nem mencionar o Anjo Negro. Aquele que desde o dia em que veio me visitar pela primeira vez, se instalou em minha alma, viveu a minha vida e morou na minha casa. Ele pode ser visto na maioria das filmagens. Discretamente, languidamente. Pelos cantos dos enquadramentos. Mas sempre lá. São muitas informações. A um vórtice no tempo e um buraco nas trevas. Eu fui tragado pelos dois. <br />Parei a fita. Desci as escadas e peguei uma garrafa de vinho. Vai ser necessário uma ou duas dessas para suportar essa estranha viagem ao passado. Essa insólita volta aquele período tão desagradável que é a adolescência. Insuportável pensar no que eu já fui um dia. Um adolescente sórdido com espinhas na cara, maneirismos estereotipados de fala, e uma máscara de insegurança estampada no rosto. Uma enorme máscara de carnaval com plumas de pavão escrito em neon azul; " Eu sou uma colcha de retalhos! Eu sou inseguro, sou volúvel como uma borboleta. Eu não sou nada, eu não sou ninguém". E logo na sequência tem uma imagem minha com quinze anos dizendo; " Enterrem meus órgãos no quintal". O que eu estava dizendo?<br />É estranho. Eu fui o último dos meus amigos a beijar, mas deveria, na verdade ter sido o último dos meus amigos a transar. Coisa que não aconteceu. E atribuo a e pular de fases, muitos dos meus infotunios e complexos na vida sexual. É estranho mergulhar no passado. Alguém tem uma ácido derretendo entre os dentes. Pequenos adolescentes com os olhos vidrados coversam frenéticamente enquanto fuma pilhas de maços de cigarros e as ovas dos peixes amassadas deixando os dedos amarelos e com um cheiro bolorento que vem da merda grudada no tênis. " Porra. eu pisei no coco do cachorro" diz alguém e os olhos vidrados da juventude transviada se voltam para a escuridão.<br />Nesse ponto novamente parei a fita. Um pouco nova demais aquela meninice toda com todas aquelas substâncias escorrendo pela superfície do rosto. Garotos de doze anos se bulinando e fumando maconha em um baile de fantasias improvisado na garagem. Um sapo, um aventureiro do bairro proibido, um vaqueiro e um Mc de funk. Totalmente transfigurados os rostos aparentam traços de metamorfose, insegurança, transubstanciação e homosexualidade. Mas como já diria Freud; " Todos os seres humanos até os doze anos de idade é potencialmente bissexual. Levando em conta que filmagem a molecada tinha exatamente doze anos, posso dizer que essa foi na trave. Cada moleque, um pendurado em cima do outro, bebendo, vomitando, dançando e insinuando coreografias que poderiam muito bem sugerir um ato sexual. ( para os especialistas). Mulheres? não havia nenhuma. Não. Elas eram boas de mais para a gente. Especialmente para mim. Porra. Entrar em contato com esse filme infernal, apalpei as mãos nas costas e senti a raiz das asas negras que fui forçado a arrancar na adolescência. Relembrei em 5.0 Hd o sofrimento que foi ter a minha juventude perdida, ver as portas do paraiso se fechando por causa das mulheres. Eu fui totalmente desprezado pelo sexo feminino em minha mocidade. O neon que eu carregava em minha aura avermelhada dizia em letras maiúsculas; " Ele nunca beijou na boca". De fato isso demorou para acontecer. E quando aconteceu, foi com uma mulher três vezes a minha idade e três vezes o meu peso. Que deus a tenha pois eu sei que ela morreu Sofreu um acidente. Houve muita baba e muitas mentiras nesse dia, pois eu disse que tinha uma namorada. Não sei por que menti. Talvez por que ela era muito feia e eu não queria repetir a experiência. <br />Ser adolescente foi terrível mesmo. Vejo moleques de quinze anos andando de bicicleta na rua, acompanhados de suas namoradas queimadas de sol e me pergunto se eu tivesse sido um deles, como seria minha vida hoje? No meu caso, não houve muita resistência. Desde cedo percebi que minha mocidade estava resignada ao desamparo e frustração. Não precisei ter um olho clínico para me olhando identificar que eu era um daqueles que possui a marca. A marca dos errantes. A marca lembrava uma cicatriz. E mesmo constantemente rejeitado pelas mulheres e posteriormente rejeitado pelos amigos eu ficava parado de frente para o espelho a contemplar minha marca de Caim. No meu íntimo eu sabia que aquilo tudo era apenas uma fase, e que em breve tudo iria mudar. Eu iria me tornar um homem. Um homem que possuia a marca no rosto. A marca que mais lembrava uma cicatriz, um corte.<br />O vídeo me fez lembrar de coisas que não aconteceram nunca, e eu fiz questão de esquecer tudo. A luz parece escura e a escuridão se fez tão clara. Parei de assistir a fita no momento em que começaram os caseiros filmes de terror. " A anatomia do terror". "A psicologia do medo". " O fracasso em tentar ser como os demais". Fui acometido por tantas que isso renderia até um outro post. Nesse momento, vou abrir outra garrafa de vinho, aquela que tem um capeta estampado no rótulo e continuar minha jornada lunar de encontro as trevas do passado.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-2215753187171812872011-10-18T06:01:00.000-07:002011-10-18T06:03:33.741-07:00Show do Sepultura, Andreas, Derick e outros monstros bíblicosMaldita estava fazendo apresentações pelos bares do sul (aonde as mulheres são mortas como criaturas inúteis ao mundo quando ultrapassam a idade de procriar) quando ficamos sabendo que o Sepultura iria se apresentar no domingo. Entramos em contato com o Andreas Kisser e ele nos liberou entradas para a banda e a nossa equipe. Em agradecimento fiquei de levar um presente para ele que iria lhe entregar após o show. Nada demais, apenas uma lembrancinha.<br />No meio do caminho parei para comprar cerveja e enchi o saco de Heineken. Chegando no local, encontrei com nosso fã e grande amigo Adson. Tomamos mais umas três ou quatro cervejas do lado de fora enquanto observávamos a enorme fila, inteira de preto que também embriagados, seja de álcool, ou seja de emoção ficavam berrando "Sepultura! Sepeltura" nos portões. Na sequencia chegou o Stanley ( que além de produzir o Nero, produziu também o Dante e o Alex do S.) e foi muito bom reencontrar. Stanley nos últimos anos foi como um professor para mim na arte de gravações de estúdio, e foi no período em que ele esteve na minha casa que aprendi a usar o programa logic, e gravei músicas da Contra produções como "Possuído (Willian Blake Megamix)" e "Samsara". Material que quem sabe um dia eu lanço na net.<br />Abertos os portões, entramos e entre uma cerveja e outra ouvia-se o vocalista do Angra cantar músicas medievais com alguma outra banda que não me recordo o nome agora. Acho que ele cantava algo sobre uma princesa e um dragão, e devia ter uma bruxa na história também. <br />Quando o Sepultura entrou, eu já estava bêbado, e foi muito bom assistir o show assim. Para começar, que o som dos caras estava muito bom, redondinho. ( Nosso amigo Stanley/Sabirila não brinca em serviço). Até meu pai conseguiria compreender os temas de guitarra do Andreas e as palavras do Derick, de tão "Clean" que estavam as frequências sonoras. Isso me fez lembrar da vez em que assistimos aos caras abrindo para o Deftones no Maquinária, e como era discrepante a qualidade do som do Sepultura que literalmente engoliu os gringos. O deftones que é uma banda que eu gosto muito, fez um showzinho que deixou muito a desejar, especialmente após o S. que pelo visto, sempre tira um puta som. Fiquei sabendo posteriormente que o erro foi do técnico dos caras que acabou sendo demitido. Ponto para o "Brazil", nosso amigo Stanley responsável pelo som também não para de acumular pontos.<br />Eu não parava de beber com o Adson e me lembro de berrar como um Tarrasque (http://www.dotd.com/mm/MM00281.htm) deve berrar quando eles tocaram Territory, minha música preferida, e que me fez lembrar da vez em que o Andreas tocou essa música com a Maldita na rocinha ( http://www.youtube.com/watch?v=znpcsinqjv4) convenhamos que esse é o desejo de todas as bandas de som pesado do país. Além de que o Andreas é o cara mais responsa/Sangue bom/irado, qualquer coisa que o diga de todo o showbusines que eu já conheci. Humildade não seria a palavra certa para descreve-lo. O cara cara é FODA mesmo.<br />Eles encerraram o show com "Roots" e fiquei sentindo falta de uma música chamada "Óstia" que tem uns violinos no meio e geralmente quando a estou ouvindo, sou transportado para outro lugar. Resumindo, o show foi muito bom. Quando terminou, eu estava alucinado. Bem doido mesmo e então nós fomos ao camarim dar um "oi" para os caras.<br />Chegando no camarim eu estava trôpego e esbarrava nos obstáculos pelo caminho. Alguém me indicou aonde era o caminho e fui reconhecer depois em imagens de um sonho distante que era a Monica Cavalera. Dentro do camarim tinha uma modesta mesa de frios e tudo o que consegui fazer foi ficar comendo. Minha cabeça girava e o sal dos pepinos que comia me ajudava a manter o equilíbrio, também tinha mais bebida por lá. Dei uma abraço no Fumaça (Derick) e entreguei o presente do Andreas. Enfiei mais um daqueles salgados na boca e sai fora de lá pois a luz era muito fria e opressora. Gostaria de ter dito alguma coisa mais construtiva para a banda, mas as palavras não me vinham ou saiam a boca. Na volta tropecei em alguma coisa, não me lembro o que, acho que pisei no pé do segurança manchando de vomito seu sapato novo, e missão comprida eu estava novamente junto a multidão que é um lugar mais familiar para mim. Ia começar o show da última banda "MachineHead" Não aguentei. Assistimos três ou quatro músicas e fomos embora pela porta da frente.<br />É por essas e outras que a nota desse grande evento foi 8.5<br /><br /><br />Show ; 8.0<br />Repertório ; 7.0<br />Comportamento ; 7.0 (mesmo eu estando como estava fiquei totalmente na moral)<br />Contato com a banda ; 4.5 (Não foi culpa dos caras, e sim minha e de minha subjetividade monstruosa e opressora).<br /><br />Total 8.5<br /><br />No caminho de volta, fiquei traçando analogias entre o Derick e o Tarrasque. Muito parecidos!Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-91614657479415092272011-10-12T07:47:00.000-07:002011-10-12T08:27:49.611-07:00Eric Clapton<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiORuh-o2rB7mtibBgKv2s1MUN_FQapSOa2AovGzKASn-ZifJKj8cVptZE5qfiewMZN7oCR2TRbzIGh7YPeq7jbxV4Bac2XuOw7rXkz-EhnVxuAqa6boRmxRqbyE7oMAsdqSkF1ESAEO8UU/s1600/Eric_Clapton.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 246px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiORuh-o2rB7mtibBgKv2s1MUN_FQapSOa2AovGzKASn-ZifJKj8cVptZE5qfiewMZN7oCR2TRbzIGh7YPeq7jbxV4Bac2XuOw7rXkz-EhnVxuAqa6boRmxRqbyE7oMAsdqSkF1ESAEO8UU/s320/Eric_Clapton.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5662627731456476610" /></a><br />Nessa segunda feira fui ao HSBC Arena no Maldito Rio de Janeiro assistir ao show do grande tiozão do Rock, Eric Clapton. Em primeiro lugar, dos milhares de shows que tenho ido ultimamente, nunca tinha acontecido de eu chegar atrasado, porém, devido a um erro na logística dos organizadores, ou da incapacidade que o carioca, de um modo geral, tem de se organizar peguei um trânsito de cerca de três horas para chegar nesse lúgubre e descampado Maldito lugar. O HSBC Arena fica nas proximidades de onde foi também o caótico Rock 'n Rio. Não me senti bem faltando o respeito com o Sir. Eric, cheguei lá para a quinta música, mas, cést la vie.<br />O show foi muito bom, o "tio"tocando guitarra é realmente hipnotizante. Temas diferentes e andamentos inusitados nas músicas mais conhecidas tornam tudo uma surpresa. A clássica "Layla" por exemplo, foi tocada em ritmo de uma marcha fúnebre. Eu gostei. É o tipo de show que faz a gente se sentir parte de algo maior. Algo que veio do espaço e atingiu os negros que moravam no mississipi Nova Orleans quando desenvolveram o Blues. Furtivamente sai correndo para comprar uma cerveja e, pronto. O show ficou ainda melhor, a atmosfera de "tios" (acima dos 45 anos) e dos sobrinhos (abaixo de 45 anos) cantando "Cocaine" foi envolvente. O show era sentado, porém o brasileiro que é mal educado por natureza não gosta disso, então tinha sempre alguém levantando (inclusive eu) e o segurança mandando sentar. Na última música todas as 25 mil pessoas se levantaram e foram para a frente do palco. Tio Eric Clapton que hoje em dia trocou a calça jeans por um confortável moleton deve ter gostado dessa atitude tão "Brasileira" de ser.<br />A predominância do público era acima dos 45, e foi divertido acompanha-los cantando para suas esposas "Before you acuse me, take a look at your self" algo que dever querer dizer a trinta anos, mas não podem devido ao convencionalismo do matrimônio. vimos também um senhor com a cabeça toda branca, deveria ter seus quase setenta anos virar para a mulher e dizer "Agora espera amor, que eu vou lá no banheiro cheirar o meu "Cocaine". Sensacional. Essa geração viveu coisas a minha não chegará perto nem eu seus maiores devaneios. Eric Clapton é um símbolo dessa geração.<br />Após minha segunda e última cerveja da noite fiquei me sentindo em um desses enormes salões de festas ou de jogos. Todos falavam meu nome; Eric para lá e para cá. Fiquei meio tonto, nunca tinha estado em um grande show aonde o nome do grande artista fosse o mesmo que o meu. Você já esteve? No final eles tocaram uma música do Cream e a multidão (de todas as idades) se levantou e resolveu invadir, quero dizer, assistir, o ídolo de perto. Eu me estressei com o segurança que se estressou comigo e assim desenvolvemos nossa recíproca relação.<br />Em resumo, o show foi muito agradável. o ambiente era pacífico, o público diferente, e o Eric Clapton estava demais. Sua voz ( para quem sofreu durante quase meio século do mal que se detém sobre nós que é o alcoolismo e o vício em heroína) é clara como cristal. Seus solos de guitarra são libertadores. A sua gig; Um pianista, um tecladista, duas cantoras e o baixista e demais agradável. Um tipico programa para se fazer com a família, voltar para casa, tomar uma dose de Wisky e dormir bem.<br /><br />Show 8.0<br />Repertório 8.0<br />Organização 7.5<br />comportamento 10.0<br /><br />Nota do evento 8.0Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-2995517956950954142011-10-05T07:45:00.000-07:002011-10-05T07:46:25.577-07:00Ontem, Limbo no Baixo GáveaOs portais do inferno, eu já os deixei abertos desde a hora em que sai de casa ontem as 19:00. Geralmente quando isso acontece e eu saio cedo assim, me torno vulnerável a qualquer tipo de má aventurança. <br />Com uma caminhada enérgica após um dia bastante saudável, eu cheguei rápido ao bucólico Baixo Gávea para encontrar o Léo, antigo tecladista da Maldita. Comemos uma Pizza, e pore u ter deixado as portas do inferno abertas, bebemos desenfreadamente. O mal do homem, e o meu meu mal é a bebida. Não ha no mundo nada que te deixe mais alegre e mais sucetível a vivenciar uma antiga tragédia greaga que a bebida.<br />O telefone toca e além do Lereu que também está com a gente, o meu advogado está chegando.<br />Conversas hebefrênicas como a de uma criança retardada em torno do show do System of a down, guardiões de portais do inferno incitando a multidão. Calígula tinha um cavalo chamado Incitatus, ele também estava lá. Cervejas e mais cervejas e cigarros e um gusto de merda na boca que certamente durará. Fala desenfreada, maneirismos e logorréias, me tornando uma caricatura de mim mesmo. Confusão? Alguém falou torto comigo? Era eu mesmo me mijando no banheiro. Conversas sem nexo sobre o Rock n Rio. Dor e frustração. O olho negro do mal marcando junto de mim e me observando cada passo, cada movimento, cada palavra.<br />Não me lembro como cheguei em casa. Só sei que cheguei. Hoje de manhã um bilhete. “Você deixou o gás ligado. Podia ter matado a todos nós”. Creio que foi dali que os demonios sairam. Do gás da cozinha, tubulações tão rústicas e das profundezas que chegam a fazer conexão com o inferno. Uma linha expressa do metro. Primeira estação Pandora, depois Tenebras, salta, faz uma baldeação no Limbo, pega para Malebolgia, depois para minha cabeça e possívelmente para minha morte.<br /> Acordo 10:30 da manhã com o telefone tocando. É o Vidaut dizendo que vamos antecipar nossa gravação hoje as 15:00. Gravaçao do novo projeto da banda. Um projeto que se chama montagem por que ele é uma montagem de sons. Pego um copo de água, jogo uns comprimidos para dentro e me lembro dos Ramones que um dia cantaram “Hey How let’s go!”. Também lembro do cemitério e do dia da minha morte. Um pedaço da minha alma ainda está lá no baixo gávea sendo varrido pelo lixeiro junto com as garrafas de vidro e os flyers de eventos. Coisas que não consigo me lembrar. Alguém vai fazer um Vernisage hoje, mas acho que derrubei miha bebida no pé da namorada dele. Vozes do além me provocam, meu advogado diz que eu tenho que me movimentar, talvez seria melhor se eu começasse a fumar cigarros, ele me recomenda. Alguém grita no banheiro. O Lereu se atrasa.<br />É por essas e outras que a nota para a noite de ontem é 5.0<br /><br /> Biaxo gávea 5.0<br /> Comportamento 5.5Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-78589685951338355242011-10-03T10:37:00.000-07:002011-10-03T10:43:01.955-07:00System of a Down apoteótico<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9UP3F5jzCGnHJGbvEuHaR5SnllCkcDOqVnr7bxAMR3UOAgrXmu1YGK9W5tc_B6-IkOLGS3UEygDuDqnX2dzsYPMp9BUlv94yUZDy5YdkR0r7dooDF12kNcyVGlm6c-hbXBJwuL8-u54Kq/s1600/System_Of_A_Down_-_System_Of_A_Down-front.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9UP3F5jzCGnHJGbvEuHaR5SnllCkcDOqVnr7bxAMR3UOAgrXmu1YGK9W5tc_B6-IkOLGS3UEygDuDqnX2dzsYPMp9BUlv94yUZDy5YdkR0r7dooDF12kNcyVGlm6c-hbXBJwuL8-u54Kq/s320/System_Of_A_Down_-_System_Of_A_Down-front.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5659322683032448978" /></a><br />System of a down<br /><br /><br />No último Sábado fui a chácara do Jockei em São Paulo assistir ao show do System of a Down que mais parecia a celebração da virada do ano. O público, transbordando de uma indizível alegria, se abraçava e se batia cantando as musicas que vem marcando suas vidas nesses últimos dez anos. <br />Surgidos em uma década marcada pela musica pop, o Hip hop e o melódico, o SOAD transcendeu barreiras e se tornou a maior e mais criativa banda de Rock do século XXI.<br />Ao vivo, eles não deixam nada a desejar. A qualidade do som é tão boa quanto o Cd. A fusão dos ritmos (Metal/Rap/ Regional) somado a interpretação peculiar de Serj Tankian te deixam tão animado como em uma torcida de Futebol. A banda inteira é faixa preta, inclusive os técnicos de som, que tiraram um som impecável na Chacra do Jockei. O Malakian as vezes da uma vacilada nas Guitarras, mas creio que seja até de propósito, pois o Rock tradicionalmente é cheio dessas vaciladas e alguns outros erros.<br />O repertório foi completo. Tocaram o”Toxicity”praticamente inteiro, e ainda clássicos do primeiro álbum como “Suggestions”e “Mind” Que deixou os fãns tão loucos, que tive que chegar um pouco para o canto com minha namorada e a minha cerveja derramada. Ainda tocaram “Innervision” que é um lado B clássico da Banda. Faltou apenas “Spider”, como o apelido do Anderson Silva.<br />O público ficou enlouquecido e satisfeito. Nenhuma confusão, ninguém puto. Galera se abraçava e cantava os refrões como se fossem hinos de seus clubes de Futebol, até mesmo o hino de toda uma nação. O sorrisos e os olhos injetados estavam estampados em cada fã.<br />Eu tive uma das noites mais agradáveis da minha vida em termos de entretenimento. Bebi muitas cervejas, cantei todas as músicas, não fumei maconha, e berrei como em uma seção de descarrego. As dores que vinha sentindo na lombar diminuíram significativamente no dia seguinte. O SOAD tem o poder da cura, aliás isso é algo que Serj insiste em dizer no show. O homem do séc XX ruma em sua auto destruição em meio a produção de tecnologia em massa. A cura ou a salvação não está em deus, nem no consumismo, em nossa capacidade em nos conectar com o planeta que é um organismo que faz parte de nós como as células no nosso corpo. <br />Os caras não estão de bobeira, sai todo mundo renovado do show. E apesar de alguns acharem a mensagem clichê, é exatamente o que acontece na situação atual do nosso mundo. Falhas na conexão entre a mente, o corpo e o planeta.<br /><br />Resumindo o Show foi Excelente. Não sou critico, nem porra de pobre Diabo que o seja, mas a nota que dou para os caras é 10.<br /><br /> Banda– 10<br /> Repertório – 10<br /> Organização do evento – 9,5Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-18495768596919074632011-04-29T10:12:00.000-07:002011-04-29T10:26:18.292-07:00Diálogos do céu e da terra<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTbFVk_3cx3vAn90Z0tR9zhOUfX4q72LV_jJ4CuysZTZdjC-fkGLlGhFKMfUz7a5lUlZ83OV9jBbqWCCl6Q-R3prdCmItN3797qP6ZKgv5cq9KjIXm6yugz6Los1evSKrmfe89wYF7GIN/s1600/exorcist-soundboard.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 247px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTbFVk_3cx3vAn90Z0tR9zhOUfX4q72LV_jJ4CuysZTZdjC-fkGLlGhFKMfUz7a5lUlZ83OV9jBbqWCCl6Q-R3prdCmItN3797qP6ZKgv5cq9KjIXm6yugz6Los1evSKrmfe89wYF7GIN/s320/exorcist-soundboard.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5601058094262795010" /></a><br /> Garotos egípcios fumam maconha com o grande deus Anubis. A erva é boa e o deus cachorro fica com a boca seca. Telepaticamente ele ordena um copo de água. Um dos garotos se retira. O outro se ajoelha para o grande deus urinar. O mijo quente se epalha pelo rosto do garoto que permanece sorrindo. Não é todo dia que recebemos o mijo de um deus. Ademais, seus cabelos agora ficarão loiros para o resto da vida. <br /> - Legal, não vou mais precisar descolorir.<br /> Anubis retira um amuleto de seu peito e olha para o jovem. Ele não fala apenas pensa:<br /> -Quando chegar a hora, você vai guardar isso para mim. Dentro de você.<br /> O garoto responde em forma de uma oração:<br /> - Eu guardo o que você quiser, aonde você quiser, meu deus.<br /> A luz de rebalta sai do egito e ilumina a mesopotânia aonde um Anti-deus está exposto ao sol. Ele conversa com o astro. <br /> - Tem gente me chamando lá no Brasil. Parece que está rolando uma festa e querem que eu vá lá para tocar o terror.<br /> O sol com toda sua imponência pergunta:<br /> - E você vai?<br /> - Não sei. Estou meio cansado dessa vida. Já são mais de cinco mil anos estragando a festa dos outros. Sabe sol, é estranho pensar que por todos esses anos nós pensávamos que eramos só nós as divindades da terra né?<br /> - Não te entendo criatura...<br /> - É que por todos esses anos eu realmente achava que eu e você fossemos as únicas forças sobrenaturais da terra.<br /> - Depois que mataste teu irmão Huwawa.<br /> - Isso, depois de arrancar a cabeça dele. Com toda essa coisa de internet, e a nova ordem, eu realmente fiquei confuso. Não sei mais se quero possuir pessoas e fazer danças exóticas. Para ter ser sincero, nem sei mais se elas ainda creditam em mim. Acho que requisitam minha presença apenas de forma simbólica.<br /> - Pois estais errado. <br /> O demônio de pedra ergue seu olhar de animal abandonado. O grande astro o termina de consolar:<br /> - Sim Pazuzu, estais enganado. Eles acreditam mais em você agora do que jamais acreditaram em outro Aeom da Terra.<br /><br /> A nova ordem, é a ordem dos que acreditam em demónios e no sobrenatural.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-42959125445485855192011-04-16T09:44:00.000-07:002011-04-16T09:53:01.597-07:00Marca no Pau<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPg4c_rjQjDatqoQBnIq-avSJD9Yc5k3bXIC3JRe0wtdMLfKA4I9VWQwJnPti7JTEZcle1cwrryUWhiQ-s8SAcphz4A6s-Uf3Lql5RwPI7TnOVDXRH5RnnqZ3DZ1ow9uIUL4IvoU0AgaTG/s1600/Michelangelo+2.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 167px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPg4c_rjQjDatqoQBnIq-avSJD9Yc5k3bXIC3JRe0wtdMLfKA4I9VWQwJnPti7JTEZcle1cwrryUWhiQ-s8SAcphz4A6s-Uf3Lql5RwPI7TnOVDXRH5RnnqZ3DZ1ow9uIUL4IvoU0AgaTG/s320/Michelangelo+2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5596225417005146898" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj38YX9QjD3geHqqTbjuE4XzyNhsuj_knVwJrKun7uPLhyphenhyphenj8fQZKH897W72OuqYttJARI2NaSbDXC9V_foFAW4ciAw43VFAS1sOIPM65dPtulNfXl3t0MPXBZNvyBAeJoq9Pzz9a__bgkTL/s1600/Michelangelo+2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 167px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj38YX9QjD3geHqqTbjuE4XzyNhsuj_knVwJrKun7uPLhyphenhyphenj8fQZKH897W72OuqYttJARI2NaSbDXC9V_foFAW4ciAw43VFAS1sOIPM65dPtulNfXl3t0MPXBZNvyBAeJoq9Pzz9a__bgkTL/s320/Michelangelo+2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5596224447122176642" /></a><br />Ele ficava de cinco em cinco minutos colocando a mão no ziper, e olhando o pau, como se aquilo fosse de alguma forma miraculosa, fazer com que a ferida cicatrizasse mais rápido. Ou qualquer outra coisa, que ajudasse a resolver o seu problema.<br /> A escoriação permanecia a mesma. Poxa, quanto tempo mais será que levaria para que aquela mancha vermelha diminuisse? Dias? Semanas? Não se sabe ao certo, mas algo lhe dizia, que só o fato de sacar o pau e examina-lo, já contribuia para algum tipo de cura. E quando cicatrizasse? Aquilo iria formar algum tipo de casca?<br /> Dias lúgubres, estes em que passou com o pau machucado.<br /> Então ele poderia estar em qualquer lugar, na faculdade, no carro, ou no metro, que sentia o corte contra o tecido da cueca e tinha que dar uma olhada naquela ferida. Ela ainda estava lá, quero dizer, será que ela algum dia existiu? Poderia tudo ser uma paranóia. Possívelmente só um arranhão.<br /> Pensar esse tipo de coisa, e dar o confere rotineiro, de fato estava ajudando. A marca, dava a impressão que ia sumindo, até o dia em que chegou a perguntar se de fato ela realmente existiu.<br /> Alquimia do corpo. Paranóia de auto preservação. Da próxima vez é melhor um preservativo. <br /> O fato é que a cada dia se tornava mais frequente a relação sexual inter-espécimes.<br /> O gabinete das curiosidades. Bebês mutantes. O jornal anuncia o nascimento do bebê com um olho só. Já é o vigésimo quinto essa semana. Autoridades sanitárias dizem que se trata de uma força fora da natureza. Os pais da criança estão orgulhosos. A mãe participa de uma coletiva de cryptzoologia: - Ficamos gratos pois o olho não é nem o esquerdo, nem o direito. Trata-se do terceiro olho. O olho intuitivo.<br /> independente da explicação Darwiniana, ou do sistema de crenças espirituais do oriente, a explicação para os bebês ciclopes é simples; O pai ou a mãe da criança andaram praticando relações sexuais inter-espécimes com híbridos. Possivelmente os lagartos.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-69257517661069704872011-04-10T08:07:00.000-07:002011-04-10T08:31:38.779-07:00A morte veio em um site (Pt1)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYKAcWl9UU4zv8UFM7fWQDRIVILdatI_B_FdF0B1J_2KDBjYWVAH8a2NC5OPdl1GNQ-V0XeRU21tXtpQYX6kT0RGwGj6DJH_Y89khAvpHE9P8A0OryUHAfuGDT3dmsNwfr8r9qBsuzTuUx/s1600/irina.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 222px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYKAcWl9UU4zv8UFM7fWQDRIVILdatI_B_FdF0B1J_2KDBjYWVAH8a2NC5OPdl1GNQ-V0XeRU21tXtpQYX6kT0RGwGj6DJH_Y89khAvpHE9P8A0OryUHAfuGDT3dmsNwfr8r9qBsuzTuUx/s320/irina.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5593975835422064274" /></a><br /><br /><br />(prólogo)<br /><br />Publicarei agora três pequenas partes de contos que pertencem ao meu livro em andamento sobre a "Nova Ordem". Esses contos são diretamentes ligados a internet, e como ela é a chave para um mundo totalmente fantástico e desconhecido para aquelas que apenas a interpretam como um sistema de símbolos, ignorando seu conteúdo místico subjacente. Espero que apreciem ou compartilhem a forma doentia como alguns desses símbolos podem vir a serem interpretados e as consequências que podem acarretar em nossas mentes as vezes um tanto limitadas. Minha ideia aqui, não é de convencer vocês de que a Nova Ordem é real, e sim, que por de trás de fatos cotidianos sublimados pela informação banal e generalizada ( A internet) existem fatores uma outra realidade que é muito, muito estranha.<br /><br /><br /><br /> -Sites horrorosos Caroulo. Não posso acreditar que você fica vendo essas coisas.<br /> O Dr. Caroulo da uma piscadela suspeita, se remexe em sua poltrona. Calmamente disfarçando um resquício inócuo de ansiedade ele se contorce para apanhar seu cachimbo peruano. Languidamente ele o preenche e começa a puxar a substância liquida cuspindo bolhas de sabão. <br /> - Veja bem meu amor. Essas coisas que você viu no historico do computador, não são os sites que eu vejo. É que dependendo da coisa que se está buscando, os sites te jogam para estes endereços barra pesada. Não é por que está no historicos, que eu automaticamente frequente esse tipo de site. Entende? Os que eu vejo são coisas muito mais lights, como os de adolescentes. <br /> Ele para e ajeita a sujeira que fica entre o seu pé esquerdo e a sandália.<br /> -Vamos ver o que tem nesse site.<br /> - Como se você já não soubesse.<br /> - Pare com isso meu amorzinho.<br /> Sinicamente, Caroulo ajeita os óculos e projeta o rosto na frente do computador como que para soletrar o endereço do site. Ao digitar a primeira sílaba, o endereço aparece completo, mas ele continua escrevendo até o final. Pure naive.<br /> -Pronto. www.monstrosmitolocigos_dp_estupro_garotinhasgostosasxotaarrombada.com.br. Hummm.<br /> Na entrada do site uma foto até light, como diria Caroulo. Trata-se de uma sereia, muito bonita inclusive, com os peitinhos pequeninihos e em pé fodendo com três negões e um golfinho. Caroulo até admira o corpo da moça.<br /> -Humm... Essas sereias são muito bonitas mesmo. Olhe só a cor dessas escâmas. Uma maravilha. Veja só o rabo dessa sereia. Que brilho.<br /> Ele pega seu cachimbo vazio, deposita um pouco daquele líquido e fica lá fazendo bolinhas flutuantes.<br /> A sereia está aos berros, e o golfinho começa a esguichar porra na cara da moça. É impressionante a quantidade de esperma que esse mamífero solta, a essa altura parece que o rosto da pequena sereia está derretendo de tanto que escorre aquele líquido insalubre. Começa a sair umas bolinhas laranjas do pau do golfinho tornado a mistura ainda mais nauseante. Devem ser ovas. Caroulo avança a página. "Avantagarde"!<br /> A página seguinte, é ainda mais radical. Está escrito. Pessoas com problemas cardíacos não devem assistir ao conteúdo. Caroulo se enrola com o mouse e acaba clicando no vídeo. Um ato falho diria o seu psicanalista semanas depois. Três menininhas humanas perdidas em um labirinto iluminados apenas por refletores. O filme parece até uma produção Holliwoodiana com baixo orçamento. As meninas estão peladas e choram e pedem por socorro desesperadamente. Elas se esperneiam, se jogam no chão e arrancam as próprias unhas tentando levantar blocos de pedra pelo caminho. Uma delas aproveita uma das câmeras e começa a dar um depoimento para a família. Parece que ela está se despedindo. Não dá para entender o que ela quer dizer, pois nesse momento começa a tocar uma música, um Rap, ou Hip hop. O volume grave é muito alto reverberando em todo o ambiente, tornando ininteligível os anseios da moça que tenta inutilmente se comunicar com a câmera. A imagem é trágica e deprimente. Surge a voz de um negão cantando a todo o vapor:<br /><br /> "Baby if you give to me, i give to you, i know what you wanted<br /> Baby if you give to me, i give to you, i know what you wanted".<br /><br /> É nesse momento que começa a música, que surge no outro lado do labirinto um enorme minotauro. O híbrido, metade homem, metade touro deve ter uns três metros e meio de altura com um porte físico do Arnold Schwarzenigar. Ele está completamente nú, portando somente um martelo fálico em sua mão esquerda. Seu pau deve medir uns noventa centímetros. Com um fone plugado na orelha ele escuta a batida da música e dança um passinhos ensaiados. Depois encosta seu martelo no ombro e vai em direção as meninas.<br /> As meninas ouvem a respiração do touro e seu desespero se torna realidade. A ideia de sua morte deixa de ser apenas uma ideia e transcende ao real. Uma delas desmaia e a que falava coma câmera começa a berrar o nome de toda a família. Nessa hora, alguém da ilha de edição muta completamente o áudio, deixando somente a música rolar.<br /><br /> " Ice, Ice baby. Vanila ice ice baby<br /> Ice, Ice baby. Vanila ice ice baby"<br /><br /> Caroulo fala tentando dar uma disfarçada. Somente alguém com sérios problemas mentais poderia aturar aquilo. Mas vivemos em tempos estranhos.<br /> - Olha, eles estão revivendo o mito do Minotauro.<br /> - Eu não acredito que você fica vendo essas coisas. Eu quero o divórcio.<br /> - Calma meu amor. Eu nunca tinha visto esse site. Eu já mais ficaria excitado com essa perversão. Deixa eu adiantar para ver o que acontece.<br /> Ele preciona o cursor com o mouse e adianta o filme. Quando para, podemos ver uma das meninas apagada no chão com a cara afundada em uma enorme poça de sangue. O minotauro está enfiando seu pau gigante na boceta de uma outra que ele imobiliza no ar com apenas um braço. A menina berra por todos os santos e chora.<br /> - Onde será que foi parar a terceira?<br /> O minotauro se vira e podemos ver a terceira moça usando uma cinta com um pênis de titânio maior que o do Michael Jordam, ela o está enfiando na bunda do Minotauro, que aparentemente vibra de prazer com tudo aquilo.<br /> - Olha só que curioso.<br /> -É a coisa mais nojenta que eu já ví!<br /> Então o touro goza. Na verdade ele goza e caga ao mesmo tempo. A menina que o estava enrrabando fica completamente negra de estrume. A que estava suspensa no ar explode. É difícil de explicar a cena. Seu canal vaginal devia ser tão pequena, que ela simplesmente explode com o jato de esperma a 100000km da criatura híbrida.<br /> Quando o vídeo acaba, tem um link para a próxima página que anuncia. "Veja agora a operação de troca de sexo entre irmãos siameses que deu errado". Caroulo olha para o rosto da mulher e desiste de seguir adiante.<br /> - Meu amor. Eu juro por deus que nunca tinha entrado nesse site. Juro por tudo o quanto é mais sagrado. Juro pelo nosso casamento.<br /> - Seu tarado filho da puta. Seu perverso.<br /> - Mas amor, você sabe que eu só vejo sites de anões ou de adolescentes. Nós já conversamos sobre isso...<br /> Nesse momento, o computador entra no modo de descanso e a primeira foto que brota na tela é a de um cu enorme.<br /> - Eu juro meu amor. Juro por Deus. Deve ter sido o técnico de computador.<br /> - Seu tarado nojento. Pare de falar o nome de deus em vão. Quero o divórcio!<br /> Ela sai de casa levando todas as suas coisas de valores pessoais. Agora, sozinho no apartamento, Caroulo está estupefato com tudo aquilo. Ele entra novamente no site bizarro, abaixa as calças e saca seu pênis circuncidado para tomar um pouco de ar fresco.<br /> - Porra! Puta que pariu. Como é que eu fui me casar com uma mulher tão ignorante assim. Caralho.<br /> Ele entra novamente no vídeo da sereia estuprada.<br /> - Mulher imbecil. Reclamou, reclamou, reclamou mas foi totalmente incapaz de admitir a magnificência que é a qualidade dessa imagem. Tudo em HD! Imagine o trabalho que não deu para realizar isso.<br /> Caroulo toca uma punheta e goza. Depois se levanta e sai para trabalhar.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-66702208755496818922011-03-08T16:07:00.000-08:002011-03-08T16:08:46.456-08:00Aura negraDepois de fazer essas anatações em meu diário vou até a cozinha e preparo um chá. Olho pela janela e vejo o segundo sol se pondo. Um azul de cobalto paira no horizonte me lembrando aquela chama roxa que saia do fogão na antiga casa de minha vó. Ela está ai em algum lugar, depois do episódio do mágico, os mortos se levantaram e começaram a vagar entre nós. A população cresceu enormemente, mas os americanos já estão resolvendo essa questão. Foram construidos campos de concentração para conter alguns dos mortos vivos e os mutantes, Também está sendo construída a Terra 2, que concerteza não se chamará assim. Não sei por que minha vó não veio me ver até agora. Talvez seja melhor que ela permaneça distante mesmo.<br /> Minha mãe dizia que quando nós morremos tudo acaba, tudo simplesmente chega ao fim. Percebe-se que estávamos todos enganados. Tinha um besouro morto no meu quarto no dia que minha vó morreu. Ele também deve estar aqui agora. É estranho pensar que as coisas tenham se tornado ilimitadas. Se eles não morreram, então o que aconteceu com eles? Devem ter se modificado. Quero dizer, ainda estão no caminho de mudar, por que isso vai continuar acontecendo para sempre. <br /> Muitas pessoas se tacaram desse prédio aonde eu trabalho. Se elas não morreram, e não estão aqui agora, é por que elas rencarnaram. Em algum outro corpo. Ou em algum outro lugar talvez. Almas transmigrantes. Os solos desse prédio escuro está cheio de almas transmigrantes. O centro da cidade está cheio de almas transmigrantes.<br /> Crianças orfãns e almas órfícas transitam pelo centro da cidade enquanto prostitutas vendem seu corpo para lagartos com falos de setenta centímetros. Isso explica por que as estrelas andam.<br /> Está rolando um quebra quebra na rua em frente ao consultório do dentista. Parece que alguém foi atropelado. Não consigo ver nada. Tem muita coisa invisível por ai. Na verdade, acredito que eles sempre estiveram por ai ao nosso redor, só que antes não eramos capazes de enxergar. Fico olhando o chá ferver na panela liberando aquelas bolinhas de vapor e me lembro do que aprendi na faculdade, que todas as formas de vida provém da água. É verdade.<br /> Ao bater a porta da minha sala, fico analisando o silêncio melancólico que impera nos corredores desse prédio fatal aonde trabalho. A parede verde podre descascando. O cheiro de mofo é nauseante. Alguém cagou no chão. Isso seria considerado um absurdo antes da nova ordem, mas agora, acontece até nos corredores dos escritórios de direito. A luz é fraca e fica piscando, o elevador está enguiçado, uma perfeita visão de um futuro trágico, aonde a tecnologia finalmente suplantou nossa humanidade, nos levando diretamente ao ponto de encontro com nossa natureza de macaco. Planos brilhantes estagnados, aparelhos de ar condicionado quebrados a mais de dois anos sem que ninguém se mova para conserta-los, merda no chão...<br /> Descendo as escadas encontro com um amigo meu, o Fernando. Ele tem uma obsessão por baratas, mas isso é outra história, uma neurose humana mesmo. Ele diz para eu ficar esperto por que as coisas estão meio confusas fora do prédio, para variar. Fico tranquilo.<br /> Do lado de fora, aquela bagunça. Ao sair do prédio olho para trás e encaro sua estatura. O prédio me parece mais lúgubre que de costume. Uma sensação estranha preenche minha alma. Será que ele sempre foi assim? Obscuro, Opressor? <br /> Uma aura negra paira em cima do complexo de escritórios de direito aonde trabalho. Acho que vou pedir demissão. O Fernando também não estava com uma cara muito boa. Essa alternãncia, esse vai e vem de espíritos no subsolo. Acho que só iremos ter paz nesse mundo quando voltarmos a sermos o que eramos; Nada. O mito como estrutura de linguagem. Alguns acreditam em demonologia, outros em extra terrestres. Eu acredito nas coisas que eu vejo. Eu não acredito em nada.<br /> Mas eu tenho minhas contas para pagar.<br /> Acho chegar no carro, emerge da poça de vômito um negócio esquisito. Parece um macaco roedor. Segurando um osso na mão ele anuncia um assalto. Pobre bicho burro. Saco minha Bereta 9mm e acerto ele no meio da cara. Fico olhando o corpo daquela criatura pelada e deprimente estaltelado no chão espasmódico. Olho em seu rosto, e aquilo só aumenta minha lamentação. Pois os opostos são na verdade o mesmo, e isso agora é o que rege esse novo universo onde todo homem tem o direito de andar armado.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-56539691532359527302011-01-20T08:36:00.000-08:002011-01-20T08:40:18.677-08:00Sobre a nova ordem (pt3)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-rtxwb1MZFP4m9cprlOBmw-F160jQ8QjmNq-V1nl9lf4cMvjX2T3mOGVAwXvE5mjiHw9oabewC5VCchi2enIC2jekDp5DwTqzXOPy3XBCd06W39Y4Y5LfvtL4hlasYqHJh9EJEcomuzD6/s1600/sistemaNervosoPeriferico.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 232px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-rtxwb1MZFP4m9cprlOBmw-F160jQ8QjmNq-V1nl9lf4cMvjX2T3mOGVAwXvE5mjiHw9oabewC5VCchi2enIC2jekDp5DwTqzXOPy3XBCd06W39Y4Y5LfvtL4hlasYqHJh9EJEcomuzD6/s320/sistemaNervosoPeriferico.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5564308822875964082" /></a><br />O nome do rapaz que se masturbava em frente ao computador, e que criou todo esse estardalhaço era Tales e ele veio da Turquia. Dizem que virou uma bixa louca depois de todos esses eventos. <br /> O primeiro PC a adquirir membrana celular foi o TCW000257.<br /> Depois houve um evento muito marcante que foi quando um mágico desses que vive de enganar os outros tramando truques de prestidigitação, fez durante uma apresentação de domingo. Ele iniciou um ritual de magia negra que foi transmitido ao vivo para todo o país. Nessa época as ânimagonias eram apenas alguns casos isolados de deformação congênita. Infelizes casos de bebês que nasciam com três cabeças ou com a pele verde.<br /> O mágico fez uma maça negra disforme surgir no meio do palco aonde ficam dançarinas fazendo coreografias de lamberóbica. O apresentador se entusiasmou com aquilo tudo e resolveu entrevistar a maça de ar que se intitulou a rencarnação do espírito de Calígula. Quando o programa terminou havia um buraco negro no centro do estúdio e o mágico voltou para casa com aquele espectro disforme no banco do carona de sua Toyota. Eles se tornaram amigos, mas o espírito acabou comendo a mulher dele. Uma artista plástica conceituada que depois enlouqueceu e se matou.<br /> Esse evento ganhou notoriedade, pois depois desse dia, muitas das pessoas que assistiram a evocação pela televisão acreditaram que ficaram loucas, uma onda de esquizofrenia varreu as ruas dos estados unidos, começando por Nova York. Isso marca o baby boom das transmutações. Primeiro vieram os girinos, depois os lagartos e na sequências montes de espécimes indiscrítíveis para nossa língua limitada.<br /> Foi estranho no começo. Aliás, é estranho até hoje. Não obstante, tem muita gente que se acostumou com o fato, veja a quantidade de relações sexuais entre os seres humanos e os ânimagonicos, gerando um quarto sub-gênero de espécime chamados simplesmente de mutantes.<br /> Veja bem, para não complicar muito. Atualmente são cinco as categorias de vida humana que habitam o planeta terra. Vide a tabela a baixo:<br /><br /> 1- Seres humanos<br /> 2- Computadores (ATP) com membrana celular<br /> 3- ânimagonias. ( Cruza entre seres humanos e máquinas ATP)<br /> 4- Mutantes . (Cruza entre ânimagonias, e ânimagonias com seres humanos)<br /> 5- Homens marcados (categoria não específicada)Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-64062066773897845522011-01-15T06:03:00.000-08:002011-01-15T06:05:30.231-08:00Sobre a Nova ordem (Pt2)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho7ifyMNsaZ_DBbzEbngMjSo4hsCuhZHlSimci0jUDkmeZpZ3K8nwSPweI6PrgHw7oWL1gEwjSA4ojoHTkmSraMZG7bC5z4egGJWzweXNDK7VhjgCvruRQFcHat3Lsr-iTpl65u9Tf57e1/s1600/neuronio.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 220px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho7ifyMNsaZ_DBbzEbngMjSo4hsCuhZHlSimci0jUDkmeZpZ3K8nwSPweI6PrgHw7oWL1gEwjSA4ojoHTkmSraMZG7bC5z4egGJWzweXNDK7VhjgCvruRQFcHat3Lsr-iTpl65u9Tf57e1/s320/neuronio.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5562413327465908530" /></a><br />Então um dia, enquanto o jovem tocava punheta, seu computador, um PC, abriu uma enorme boca na torre. A princípio, era apenas um bocejo, mas a abertura permaneceu por mais de uma semana. As perversões sexuais sempre foram temas bastante procurados por nerds e consequentemente os computadores de categoria AI compreenderam esse tipo de pratica. Acredita-se que em algum tipo de transe espiritual, o jovem enfiou seu membro na boca da máquina e essa, lhe propiciou o melhor sexo oral que já tivera recebido em sua vida. Talvez o único. O ato tornou-se um ritual e os dois se apaixonaram. Uma paixão homoerótica, pois apesar de exibir imagens femininas, o PC era de gênero masculino. Cabos de aço se enrolavam no falo do rapaz. A porra, muito rica em proteínas, levava informação (sensitiva) para a torre e em troca o garoto desenvolvia uma capacidade motora mais apurada (reflexo). Cientistas posteriormente denominaram esse ato como "Transporte passivo" ou "Difusão facilitada".<br /> O LOGOS entre o homem e a máquina permitiu articular pensamento, linguagem, razão e tecnologia. Baseado nessa experência, engendrou-se uma nova fisiologia e toda uma nova realidade física. A linguagem voltou a ser pensada como foi um dia em Atenas; Metafórica e poética. Úteros flutuantes começaram a jorrar criaturas sensíveis e corruptíveis como os centauros e as Harpias. Surgiram os profetas e os inciados que buscavam uma nova realidade que se contrapunha ao ser humano.. Entretanto, a sociedade estava a séculos baseada no antigo modelo. O resultado é que não houve uma ruptura total. A realidade ficou meio real, meio virtual.<br /> Na fila do dentista, uma mulher apelidada de Candy que tem a cara repleta de formigas folheia uma revista direcionada para o público dos lagartos. O tema dessa edição é; como alimentar o seu bebê lagarto sem que ele lhe arranque o bico do seio. Do lado de fora, irmãos siameses estapeiam-se no trânsito caótico de São Paulo. Eles acabaram de atropelar um pé. Mas ninguém está realmente ligando para esses caras. Um polícial saca uma arma, mas poucos ficam intimidados.<br /> <br /> As "Ânimagonias" (Seres gerados de acasalamentos entre homens e máquinas) mais comuns, eram os lagartos. Répteis bípedes que possuem um comportamento muito parecido com os dos seres humanos. Eles se vestem como seres humanos, limpam a bunda como seres humanos e cantam como seres humanos. Sua população cresceu tanto que atualmente existem estatísticas que afirmam serem eles a espécime predominante no planeta. Não é verdade. Os seres humanos constituem a maior população. Em seguida, nas categorias Mito-acasalamento, vem o Carangueijos que costumam habitar os suburbios da cidade.<br /> Para compreendermos a fala das ânimagonias não basta apenas entender suas palavras. Tivemos de compreender seus pensamentos. Foi ai que o mundo simbólico se desconstruiu e as metamorfoses começaram a se espalhar por todo o globo.<br /> Começou na Grécia, depois no Japão, depois na Europa, na China e por fim na américa. As transformações híbridas envolvidas no processo de internalização deixam bem claro a interatividade do sujeito com a cultura e como a cultura vai produzindo um novo tipo sujeito social.<br /> Qualquer um pode experimentar e construir a realidade, não é preciso ser um iniciado nos mistérios. Basta acreditar. E mesmo que você não acredite, ou procure uma descrição mais racional por intermédio da ciência, a convivência com as ânimagonias lhe provará que tudo o que os gregos um dia falaram acerca de cruzas entre deuses e humanos era verdade.Não ha motivo algum para nos arrependermos em assumir que erramos quando deixamos de lado os tão questionados livros de filosofia e passamos a acreditar somente na física e na teologia.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-45164401663797828122011-01-13T06:15:00.000-08:002011-01-13T06:17:33.556-08:00A nova ordem (pt1)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFls3cwhJGYIAiL8DjbxiI9CJvr04ee1fhBOf3xAQjFtm2FwNV3KGzXAZXXEZRy0fFLWc8j7dqw3a26eCsSaTjhgnC1r49-s_Hp0EnVcacZ86RjpxUSWlV2LXHN7eCK57cVmcoLtaeqLOo/s1600/cerebro3.gif"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 289px; height: 314px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFls3cwhJGYIAiL8DjbxiI9CJvr04ee1fhBOf3xAQjFtm2FwNV3KGzXAZXXEZRy0fFLWc8j7dqw3a26eCsSaTjhgnC1r49-s_Hp0EnVcacZ86RjpxUSWlV2LXHN7eCK57cVmcoLtaeqLOo/s320/cerebro3.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5561674445375165074" /></a><br />Coisas meio sem pé nem cabeça, mas que ainda assim se rastejam e não pensam. A internet deu a luz a um vírus que derrubou todos os mitos. Nós costumávamos pensar que os gregos haviam inventado tudo. Hoje, nessa quinta feira nublada percebemos que estavamos errados.<br /> Não sei explicar como tudo começou. Então o melhor seria sair juntando os fatos atrás das evidências. <br /> Em primeiro lugar, é preciso entender que os meios culturais, principalmente a fala, não constituem o mundo real. Eles fazem parte de um mundo simbólico elaborado por nós, para explicar os fenômenos da natureza. Quero dizer, nós, os seres humanos construímos uma "segunda natureza" que durante milhares de anos se demonstrou eficiente perante nossos anseios de compreender e aceitar o real. Essa é a natureza simbólica, e que nos aponta claramente que um homem é um homem, e que por exemplo, um lagarto é um lagarto. <br /> Sabe-se que existia um rapaz que se masturbava com frequência. Um desses nerds que vive em frente ao computador, mas até que ele era boa pinta. A máquina, tinha uma Bio-eletro-gênese desenvolvida, acredita-se que devido ao excessivo contato com a sexualidade humana. Começaram a nascer fantasmas. Dos dois sexos. Nos masculinos predominavam a área do encéfalo e da medula, no feminino, os nervos, gânglios e as terminações nervosas.<br /> As máquinas também possuíam um sistema límbico, e eram capazes de expressar seus sentimentos. Em sua maioria elas copulavam entre sí, porém, algumas preferiam os seres humanos. Dessas cópulas nasceram crianças, e é nesse momento que o mundo simbólico sofreu uma intensa mutação. <br /> Mitologia, religião, tecnologia, folclore, literatura, metafísica, semântica.<br /> É sabido pela teoria de Worf Sappir, que a linguagem constrói a realidade. O mundo é além dos objetos reais, ele se constrói em sentido e significado. Com a linguagem o homem interpreta e cria a realidade. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana. A palavra é processual e nos chega pela aprendizagem com os outros seres humanos. Os filhos gerados entre as máquinas e os seres humanos eram chamados de polimorfos subjetivos. Houve aqui uma desconstrução da linguagem, em códigos que não cabe a mim tentar explicar. Eu prefiro me ater ao rapaz que se masturbava em frente ao computador e que deu a luz aos fantasmas. <br /> Vale a pena lembrar, que aqui, o sagrado não existe. Ele nunca existiu. As religiões monoteistas como o judaismo, o cristianismo e o islã permanecem relutantes em aceitar a nova ordem.<br /> Todo homem, mulher, criança ou lagarto tem direito a andar armado. Os tempos mudaram. Não é conveniente pegar as estradas a noite, muitos menos andar sozinho. Os tempos mudaram, vivemos um eterno relativismo.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-24386638560121027992011-01-06T12:33:00.000-08:002011-01-06T12:45:58.330-08:00Os suburbios (pt3 Final)Então a mulher do bar me cutucou e disse que Danielle acabara de passar e que se eu quisesse falar com ela, era agora a hora. De fato, o lugar era bastante pacífico. O tipo de coisa estranha que se via nessa parte da cidade, porem inócuo. Tarso ficou conversando com a cabeça e eufui atrás da garota. Não queria que eles imaginassem que estávamos planejando fazer uma suruba.<br /> Passei pelo palco agora tinha uma mulher enfiando um braço na boceta. Do outro lado a cabeça que bebia com Tarso me olhava como que se quisesse dizer; “Ta vendo ali? É o meu braço”. Ia demorar até que eu me acostumasse com aquilo.<br /> Entrei em um quartinho todo vermelho e lá estava Danielle. De fato, ela era uma mulher muito bonita, magra de cabelos castanhos, olhos verdes, mãos pequenas, exatamente como o Liliputiano me descreveu.<br /> - Ouvi dizer que você esta tendo um caso amoroso com um homem marcado.<br /> -Sim. Ele vem me visitar as vezes em meu apartamento para transar comigo.<br /> - você sabe alguma coisa sobre magia negra? Mitologia?<br /> - Não. <br /> - Você tem religião? Conhece a Cabala? Pratica magia branca?<br /> - Não, não, não. Eu sou uma moça simples, a única coisa que sei fazer alem de trepar são truques de circo. Eu era malabarista.<br /> - Então por que será que ele te escolheu?<br /> -Eu não sei.<br /> Dizendo isso, se aproximou de mim e pude ver melhor seu corpo. Ela era uma coisinha mesmo. Estava de calcinha e sutiã, exibindo seus seios que a esta distancia pareciam ser perfeitos. Sua bundinha era espetacular. O que será que uma menina como estas estava fazendo em um lugar desses? Ela era perfeita. Tentei ser poético;<br /> - Ele deve ter te achado gostosa.<br /> - Eu sei. _ Foi uma resposta sincera.<br /> Conversamos por mais uns vinte minutos e ela disse que dessa vez teria de ir para dançar. Eu disse para ela não se preocupar que o dono do estabelecimento era meu amigo e percebi que isso a encorajou. Mas ela era a garota do Liliputiano, eu não roubava mais mulheres de caras que conhecia. Especialmente caras que estavam me ajudando nesse caso. <br /> Voltei para o bar e Tarso estava falante. Devia estar bêbado. De fato, a cabeça tinha liberado a cerveja para nós, então resolvemos ficar e encher a cara. Entornamos uma cerveja atrás da outra e os acontecimentos começaram a ficar bizarros. Danielle subiu no palco e começou a dançar. A música era outro funk, para variar. ‘Ela só pensa em beijar, beijar, beijar” cantava o mc, enquanto a menina linda e meio tímida rebolava. A música parece que entusiasmou o pedaços que pulavam e se rastejavam como lesmas. Bebíamos mais e conversávamos cuspindo nos rostos das cabeças que nos rodeavam. E falei que era da polícia e eles começaram a rir. Mostrei minha arma e o distintivo. A menina do bar parece que ficou excitada, pude ver de perto que seu rosto era cheio de cicatrizes. Fiquei excitado com as cicatrizes. Pedi outro chopp. Virei. Puxei uma música do Tim Maia e a cabeça, que esqueci o nome cantou e interpretou como o próprio. Tarso fumou dezenas de cigarros. Cantamos Elis Regina. Eram tantos corpos e braços e pernas e farrapos e mulheres gostosas dançando que fiquei relativamente de pau duro. Tudo muito estranho, muito mórbido, mas ao mesmo tempo muito bom e onírico por causa do álcool.Cabeças contando piadas cabeças bêbadas cantando fora do tom. Peitos e bundas pregados em seus respectivos corpos passando pela minha cara. Já estava completamente bêbado e comecei a dançar com umas garota morena. Apertei sua bunda e ela recuou. “Vai ter que pagar”. Então para fingir que não estava dando a mínima para aquilo, abracei uns pedaços remendados que eram quase do meu tamanho e lancei para ela um olha cínico, do tipo “Está vendo. Eu só queria mesmo era me divertir” Tipo de bêbado. E só então me dei conta que estava dançando com uma massa disforme de pele com quatro braços, ossos da coluna, cartilagem e muitas fibras. Um monturo humano. Na verdade aquilo parecia um inseto.Um gafanhoto com uma minhoca na cabeça, mas de pele humana. Minha roupa humida de sangue, pus e sei lá mais o quê. Era assustador,mas descobri essa noite outra de minhas novas virtudes. Não sou preconceituoso. Também não tenho medo. Não havia confusão no lugar e ficamos lá festejando até umas quatro da manhã.<br /> Quando estávamos indo embora Tarso estava muito animado.<br /> - Que barato esse pessoal, a gente devia voltar mais vezes aqui. Afinal, você descobriu o que procurava da moça?<br /> - Sim. Ela forneceu o endereço de uma residência onde ocorrem orgias e rituais. Satânicos, eu acho. Coisa grande Tarso. Gente muito grande. <br /> - Como suspeitávamos senhor. Eles mesmo estão se matando.<br /> - Exatamente.<br />-Gostosinha ela, não senhor?<br /> - Muito.<br /> - Senhor?<br /> - O que?<br /> - É que eu fiquei pensando. Já imaginou se em vez de chegarmos em casa do trabalho todos os dias exaustos e tivéssemos que aturar a pentelha de nossas esposas nos reclamando e buzinando em nossos ouvidos, nós tivéssemos um desses pedaços que fosse somente um peito, ou uma boceta, ou até mesmo um cu e que pudéssemos fode-los sem nos preocupar com porra nenhuma, entende. Sem chateação. Vai dizer que isso não passou pela sua cabeça enquanto estávamos no clube.<br /> De fato a idéia tinha me ocorrido sim, mas resolvi adotar minha postura de moralista ingênuo.<br /> - Não diga uma coisa dessas Tarso. Se acontece um negócio desses não haveria mais razão para existirem mulheres no mundo. Elas entrariam em extinção e em alguns anos todos seriamos homossexuais por necessidade.<br /> -É verdade senhor.<br /> - Além do mais, eu não sou casado.<br /> - Eu sou. Senhor.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-9541857328864046652010-12-26T07:01:00.000-08:002010-12-26T07:16:05.715-08:00os suburbios (pt2)Ele continuou contando e disse que o tal homem marcado se apaixonou por Danielle, e começou a fazer visitas fora de hora nas casas de show em que ela se apresentava. Danielle contava que estes homens eram ávidos por sexo, e que somente profissionais da carne poderiam dar conta de seus desejos compulsivos.<br />- Fale mais.<br />- Ela contou que um dia seu cafetão a estapeou no rosto, e no fim da noite ele foi encontrado morto no deposito de lixo nos fundos do clube.<br />-Como?<br />-Parece que com duzentos ossos do corpo esmagados. Como que se tivesse sido atingido por uma pedra. Do seu tamanho.<br />-Ahan...<br />-E a cabeça foi arrancada.<br />Aquilo estava ficando repulsivo, então ele disse que uma noite estava transando com ela quando o homem marcado chegou.<br />- E o que você fez? – perguntei.<br />- Me escondi.<br />- Como?<br />- Você não vai querer saber.<br />-Preciso saber de tudo.<br />- Me escondi dentro dela.<br />Eu já tinha ouvido falar desse tipo de perversão sexual dos Liliputianos, que devido ao seu tamanho entram na boceta da mulher e ficam lá dançando. Dizem que elas ficam loucas. Também já ouvi falar de mulheres que tem compulsão por enfiar objetos na boceta, e de homens que gostam de se enforcar enquanto estão batendo punheta para aumentar o tempo do orgasmo. Essas taras não me assustavam, e embora fosse irrelevante, perguntei com toda a entonação de perícia um detalhe sórdido que me despertou de certa forma o interesse.<br />-Você se escondeu no cu ou na boceta?<br />E ele respondeu no cu.<br />- Certo. Quero a discrição física dela. Tudo. Cor dos olhos, do cabelo, altura, seios. Também quero os nomes dos clubes em que ela trabalha e do novo cafetão dela.<br />- Se você quiser, pode encontrá-la ainda hoje em um clube chamado Inferno da luz vermelha, mas lá é muito barra pesada e não sei se eles aceitam clientes humanos.<br />- Você ouviu isso Tarso? Não aceitam seres humanos.<br />- Sim senhor. Vamos tomar mais uma dose de Whisky aqui e conseguimos chegar lá antes das duas da manhã.<br />Eu sempre gostei do meu trabalho. Sempre gostei de dar tiros, e de me infiltrar no submundo estorquindo drogados e negociando com putas, prendendo bandidos, executando pessoas que em geral fizeram mal a outras pessoas. Tudo sempre dando muito certo, ganhando muito dinheiro. Mas as coisas mudaram muito, acho que esse ano completa dez anos desde a nova ordem mundial. Puta que pariu dez anos desde que o mundo se tornou um caos, e descobrimos que não sabíamos nada de nossa natureza. Dez anos que eu descobri as coisas não giram apenas em torno do dinheiro, que existem causas muito maiores que o dinheiro, existe uma força interna, uma mágica, um poder que o dinheiro não pode comprar. Aquele homem marcado tem esse poder, e eu quero pega-lo. Foi muito estranho e gratificante para mim, o dia em que percebi que não era mais corrupto, que não queria mais ferrar meus semelhantes, eu deveria protegê-los. Servir à lei e a ordem, e abdicar dos prazeres mundanos e das coisas materiais que sempre prezei. Carros, mulheres, casa em muriqui, festa de final de ano, ser conceito na rua. De certa forma, acho que abdicar desses prazeres efêmeros fez com que eu me sentisse cada vez mais próximo de toda essa magia, de todo esse poder e a fantasia de quem sabe um dia me tornar um deles. Um homem marcado. <br /> Só me sobrou minha arma, o álcool e minha humanidade. <br /><br /><br />Chegamos no tal puteiro do inferno e nossa entrada não foi barrada. De fato o lugar era como uma câmara infernal. Era soturno e repleto de luzes todas vermelhas. A fumaça não permitia enxergar além da palma da mão e o cheiro de formol faria qualquer coisa querer vomitar. Era horrível, haviam cabeças espalhadas por todos os lados. Cabeças penduradas, cabeças no bar, rostos sem olhos, outro preso pela língua. E não eram apenas cabeças, haviam dezenas de pedaços de corpos espalhados por todo o local. <br />Fui correndo para o bar pedir um Martini duplo, e acabei esmagando uma mão no caminho.<br />- Puta que Pariu estamos no meio de uma salada de restos de corpos humanos!<br />Tarso estava assustado também, havia um torso tentando se arrastar no chão ao nosso lado, uma perna montada em cima de um braço e mais algumas costelas, que engendravam uma espécie de inseto, pedaços pulando, pedaços se arrastando por cima de nossos pés, e umas cinco mulheres humanas dançando para essas coisas no palco. Mulheres bonitas dançando funk. Cerveja e chopp gelado, música eletrônica caos sonoro de centenas de pedaços falando alto e fumando.<br />A atendente do bar disse que não havia Martini e então eu pedi uma cerveja. Tarso me acompanhou. Perguntei a ela sobre Danielle, e ela disse que era setenta Reais. Mais o quarto. Então eu disse que só queria vê-la e ela falou que iria se apresentar em vinte minutos.<br />Enquanto ela falava vi um pé se arrastando com o que parecia ser um pedaço de uma mão de quatro três dedos, eles se fundiam como que se estivessem trepando, mas acho que estavam ajudando-se a se locomoverem.<br />- Caralho! Acho que estou tendo um delirium tremens.<br />- Fique calmo senhor, eles parecem que estão se divertindo. – Tarso sempre foi mais controlado emocionalmente do que eu. <br /> Pedi outra cerveja e tentei aproveitar a situação. A menina do bar me atendeu e percebi que ela também não tinha um braço.<br /> Havia uma cabeça apoiada no bar me olhando, e era evidente que ela queria conversar. Talvez ele soubesse de alguma coisa. Nos aproximamos e ela nos ofereceu outra cerveja. A cabeça tinha uma voz muito aveludada e falava um português perfeito.<br /> - Fiquem a vontade rapazes, já percebi que você não costuma vir aqui. Aqui é o lugar onde os imortais costumam vir beber e falar merda, enfim, se divertir. Você sabe, muitas vezes mesmo os imortais sofrem acidentes , como se chama? Fatais? E como seus corpos se negam a morrer, eles ficam por ai, despedaçados sem ter aonde ir.<br /> - Compreendo.<br /> - Um cai do prédio, o outro é atropelado, outro foi fuzilado. É um mundo muito louco lá fora. Você acredita que eu fui esquartejado por uma prostituta enquanto dormia. Ta vendo aquele pau ali? _ Ele apontou para um pedaço de pele que pude distinguir era um saco se rastejando perto do palco. – Aquele é o meu pau. Antes eu tinha que ficar me rastejando pelas ruas como um marginal, agora posso ficar aqui bebendo cerveja, enquanto converso com meus amigos e fico vendo meu pau foder uma mulher. Por isso montei este estabelecimento e está dando muito certo. Sempre trabalhei com clubes noturnos e o segredo é a cerveja gelada. Cerveja gelada e mulheres bonitas. Afinal, vocês são especiais ou são humanos?<br /> - Somos humanos.<br /> - Olha, que maravilha. Nunca vejo de vocês por aqui. A cerveja esta liberada por minha conta. Agora olhem que delícia.<br /> Olhamos para o palco e a dançarina tinha pego o pau que estava se rastejando no chão e o colocava na boca enquanto dançava. Outra vez ficamos vendo aquele saco murcho só que dessa vez pendendo para fora da boca da moça.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-37944485051904983532010-12-22T15:36:00.000-08:002010-12-22T15:40:01.758-08:00Os suburbios (pt1)Estávamos investigando um caso de homicídio. Nos tempos em que vivemos hoje homicídios são coisas que passam desapercebidas, porem este, era um caso diferente. Segundo testemunhas um homem marcado havia matado um homem do governo e as autoridades tinham o dever de mostrar que estavam fazendo algo, então nos mandaram para bairros suburbanos e nos instruíram que se não encontrássemos nenhuma pista era melhor não voltar para a corregedoria. Meu nome e Saulo e este é meu parceiro Tarso, somos detetives a caminho de nosso dia do juízo final. Desde o dia da nova ordem mundial dois seres humanos penetrarem os subúrbios deste pandemônio de cidade é uma sentença de morte. Mas nós éramos durões, e estávamos armados.<br />- Para aonde nó vamos senhor?<br />- Vamos pela linha vermelha. Mas antes encosta naquele posto. Preciso comprar uma garrafa de Whisky.<br />- Burbon, senhor?<br />- Nada. Do jeito como as coisas estão, vou ter que beber o Titchers.<br />- Excelente escolha senhor, para uma missão suicida...<br />- Ah, vai se foder.<br />Eu adoro meu parceiro, nós nos xingamos o tempo inteiro e também já acertamos as contas com o crime muitas vezes juntos, se é que vocês me entendem. Mas quando a ordem era de prender ou matar, seguíamos a lei cegamente como um inseto é atraído pela luz.<br />Bebemos metade da garrafa do Titchers e chegamos em Madureira. O whisky já me deixara mais corajoso e a arma se posicionava o tempo inteiro ao alcance da mão. Estávamos tensos, aquilo era terra de ninguém.<br />Havia um cara que ligou para o disque denuncia, dizendo que conhecia alguém que testemunhou o crime, um parceiro que se sentiu traído talvez e que estava disposto a servir de informante para a polícia. Concordamos de encontrá-lo em Madureira, pois de lá ele nos levaria em um bar aonde estava o tal informante.<br />Encontramos o ser que fez a denuncia e ele era um crustáceo. Tipo de coisa muito comum aqui no Brasil após a nova ordem mundial. Eles dominaram as praias com suas barracas de pedras e suas garras metálicas. Se eu estivesse andando na rua sozinho, não pararia para falar com esse cara, o que não era o caso. Ele queria ajudar. Este andava sobre duas pernas, tinha uma cabeça enorme e fumava cigarro. Parece que o olfato dessa galera é muito bom e ele me perguntou se eu estava bêbado, então perguntei se ele era uma lagosta, coisa que eu sei que os ofende como um japonês que é confundido com chinês. Resolvemos nossas dissidências, e ele disse; - Vamos. Vou levar vocês até o informante.<br />Entramos em um clube de strip acompanhados do crustáceo até o bar aonde se encontrava o homem, e lá estava ele. Era um Liliputiano. Liliputianos são homens iguais aos seres humanos, mas com uma pequena diferença, eles medem em média vinte centímetros, ou seja, ele é do tamanho do meu sapato. Seu nome era Antonio terceiro e estava disposto a falar.<br />- Estive com uma garota que trepa com um desses paranormais conhecidos como a casta dos homens marcados. – Disse o Liliputiano.<br />- O caranguejo aqui disse que você esteve com um desses homens, e não que você fode a mulher dele, o que está acontecendo aqui?<br />- não, não, você não entendeu, é muito arriscado falar sobre isso dessa maneira.<br />Então coloquei a palma da mão aberta sobre a mesa e ele subiu. Em seguida, ergui a mão até meu rosto para que a conversa ficasse somente entre nós dois.<br />- Cuidado com sua respiração, ou vou acabar ficando bêbado.<br />- Pare de conversa e me conte logo o que você sabe sobre esse cara, não consta nos registros da policia que eles habitem o Brasil.<br />- Hum, você que pensa, existem vários deles no mundo todo.<br />O Liliputiano me contou que estava tendo um caso com uma prostituta que se apaixonou por ele e queria largar a vida profissional. Eles passavam muitas horas do dia juntos conversando sobre os dramas e os privilégios de sua profissão, e em uma dessas conversas, ela contou que possuía uma clientela muito especial, ligada a algum tipo de seita, e que nessa seita seres humanos evocavam um desses homens marcados e ofereciam a ela como reverencia para o “Semi deus” como eles o chamavam.<br />- Então há uma corrupção por trás dessa porra?<br />- Sim, sim, eram aristocratas de todas as fratrias; juízes, advogados, políticos, bicheiros.<br />-Sabe alguma coisa sobre a associação de trafico de bebês?<br />-Apenas que eles vem da Croácia.<br />- Entendo. E essa moça. Como se chama?<br />-Danielle. Ela trabalhava no circo. Mas isso não é tudo.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-69575169508023695292010-10-09T07:59:00.000-07:002010-10-09T08:03:45.890-07:00Jardim zoológico da paixão.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVQQgiJfg2F3YyP_6S7Dgk-rnVnEB44zEIG_woDzTm6vpfoz3FAv29BoIcj6WfyFP88f44XEjpjy00K36cea5lsrpMDm5qiBnK1cVL8MAkDWrEb_onOWOAPs7JTjZzoGAUlwzXE7-G-bUW/s1600/cabrito.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 222px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVQQgiJfg2F3YyP_6S7Dgk-rnVnEB44zEIG_woDzTm6vpfoz3FAv29BoIcj6WfyFP88f44XEjpjy00K36cea5lsrpMDm5qiBnK1cVL8MAkDWrEb_onOWOAPs7JTjZzoGAUlwzXE7-G-bUW/s320/cabrito.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5526062175730129042" /></a><br /> Paixão fantasmagórica. Alegoria dos corpos. Jardim zoológico dos sentidos. Estar junto a alguém nos dias de hoje é definitivamente um espetaculo pavoroso. Quero dizer, nessa relação a dois, que é o principal? Supoem-se que por se tratar de minha própria vida, que eu ocupe esse lugar. Então, já que sou o personagem principal de minha vida, que papel representa meu parceiro ou parceira nessa peça? O de quadiovante? Então vejo o cartaz da peça estampado em um otdoor que diz; "Jardim Zoológico do amor. Uma tragédia balzaquiana sobre um casal do sec XXI que se amam e com isso tem de aprender a domar seus animais internos. Amor, sexo, traição, confiança e desespero nesse clássico que vai entrar para os anais da história do teatro. Estrelando B.A (Ele) e grande elenco (Ela)".<br />Jardim zoológico do amor. Esse seria o nome obra de nossas vidas. Por essa alma que a este corpo está aprisionada, eu inevitavelmente seria o personagem principal, e ela, minha mulher, minha parceira, seria representada por um grande elenco. Seu nome nem apareceria no cartaz , seria somente anunciada como um grande elenco. Em uma peça trágica como essa, só haveria lugar para um nome. Caso houvessem dois, não haveria necessidade para montar um espetaculo sobre os dramas que vive um casal que tem de lutar para domesticar sua hiena interior comendo todos os dias a mesma ração humana, e dormindo todas as noites na mesma cama.<br />Orgãos sexuais em volta de casa. Ânus que faz mais belas promessas. Músculo pélvico amarrado a uma palmeira. Juke box. Espasmos na areia da perseguida. Calafrios ao pensar que pela origem embriológica é a mesma e que por isso o orgasmo é igual no homem e na mulher. <br />Bom. É assim que me sinto. Como uma hiena que foi arrancada de seu habitat natural para viver em cativeiro com outra experiência.. <br />Quando nos conhecemos, nos topamos nos jardins da paixão, e por lá permanecemos por uns tempos em bioenergia. Havia aquela sensação de livre esxpressão dos sentimentos emocionais e sexuais no relacionamento. Agora nos mudamos para o jardim zoológico do amor. Por que tem que ser assim? A resposta sexual. Me sinto seguro o suficiente para não duvidar do que sinto por ela, e acreditar que minha hiena interna está domada. Mas por quanto tempo? Repito a questão. Por que tem que ser assim? Wilhen Reich conseguiu após horas de espera se encontrar com Freud, o até então discípulo entregou a seu mestre sua primeira obra escrita. " A gene da neurose". Freud pega o livro com as duas mão. Avalia o tamanho generoso do volume e lhe faz somente uma observação; - Por que tão grande?<br />Confesso aqui, que assim como Reich, tive uma vida sexual um tanto turbulenta. Desde cedo vivendo no interior, a vida na fazenda me ensinou coisas sobre a natureza que não se aprende dentro de um apartamento. Aos cinco anos um de meus passa tempo preferidos, era assistir a cópula dos animais. Esse hábito se estendeu para além, e comecei espionar os outros moradores do local em seus movimentos diários e descompromissados de vai e vem. Eu espiava todos os amantes em nossa grande propriedade. Até mesmo minha própria mãe. Deixo para descrever os pormenores desse episódio conflitante edípico/Voyerismo mais tarde. <br />O fato é que com doze anos, um pouco antes de meu contato com meu primeiro par de tesouras, eu já havia perdido a virgindade com uma das empregadas da casa. Outros detalhes sórdidos sobre a minha precoce vida sexual serão descritos no vai e vem dessas páginas no decorrer dos fatos.<br />Acreditas mesmo que uma fera pode ser dominada? Eu digo, a paixão?Ja tentei hipnose e psicoterapia. Me sinto surpreso com os sentimentos que me acometem diariamente e a conclusão que chego é que sou um estranho. Confraternizar-se com o espírito, beber o vinho dos santos, abrir a jaula dos macacos. Corpo físico.Pegar aquele telefone. Corpo físico. Ligar para aquele número e dizer para aquele nome que "Olha, sou eu. Não aguento mais!" Faça o que estiver afim. Dance com o Diabo na lua cheia se precisar, você está livre". Corpo físico.<br />Mas eu... eu... eu não consigo... <br />Anorgasmia.<br />É claro que ela está livre. Não nascemos no Egito. Somos seres livres desde o dia em que nascemos. É impressionante como até minha linguagem é afetada por esse neoplatonismo cristão que banha minha alma em culpa e me faz sofrer. É óbvio que ela é livre. Quero dizer, se ela quiser, é livre para fazer o que bem entender, e quem sou eu, para impedi-la? Euforia.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-49037169468434635442010-10-04T08:22:00.000-07:002010-10-04T08:26:55.620-07:00A negociação de arquivos Bob Marley no Rio de janeiroDepois tudo aconteceu conforme o prometido. Tão pouco eu terminava o corte moças seguiam com os novos rumos de suas vidas. Os cabelos ditavam tendências, os clientes enlouqueciam e os salões ficavam lotados. As mulheres histéricas se amontoavam aos bandos e ofereciam suas almas se fosse preciso por um Chanel ou um repicado. Com o tempo, é claro que o buxixo chegou até as classes mais elevadas e então comecei a cortar os cabelos da elite. Sempre daquele jeito; quanto maior a ambição da cliente, geralmente mais escura e exótica a sua aura, e consequentemente, o seu novo cabelo.<br />Apesar de tudo isso, eu me mantive humilde como a batata-da-terra. A fama nunca me subiu a cabeça, e os investimentos em bebidas e ansiolíticos não param de crescer.<br />A praia estava deprimente. não sei exatamente o por que de eu estar aqui. Pessoas sujas e mal educadas falam aos berros e ficam babando sobre as bundas que se encontram em toda a parte. De fato, as bundas eram maneiras. Vejo uma gostosa que também tem suas tatuagens esverdeadas como as minhas, seu biquini encravado no cú. Ela se aproxima, e ao menor dos movimentos bruscos na areia seu corpo é sacudido gerando um grande tremor na terra de movimentos tectônicos. Isso não é mutação, é mal formação. Diz uma das vozes em minha cabeça. Ela se senta , saca um baseado do maço de cigarros e começa a fumar com um grupo de amigas. Também quero fumar mas não sei o que dizer. Ela passa o baseado que fica grudado na boca de sua amiga. Me levanto e fico me alongando perto do grupo para ver se alguma delas me reconhece. O famoso cabelereiro. Aquele de sexualidade ambígua. Uma delas cospe na mão e esfrega a saliva que chega a transbordar para que a coisa fique acesa por mais tempo. Elas não me reconhecem. Tiro os óculos escuros e dou uma risada de uma de suas piadas como alguém que acidentalmente ouviu a conversa do grupo. Elas não reparam. O baseado chega na ponta e se apaga. <br /><br />Como um muçulmano, recolho minha canga do Bob Marley e realizo a peregrinação para perto de outro grupo de fumantes. Dessa vez são dois rapazes que também fumam exibindo suas tatuagens e conversam sobre a India. Simpatizo com eles e me introduzo bem direto.<br />- Fala ae galera, rola deu dar um dois com vocês?<br />- Claro cara, deixa só o meu parcero fumar que o beck é dele e você fuma também.<br />A dupla era agradável. Eram viajantes. A conversa era sobre a erupção do Krakatoa, um vulcão a oeste de Java. Logo evoluiu para o tipo de maconha que se fuma na indonésia, e finalmente chegamos até a pena de morte. <br />- Será que a gente não podia mudar de assunto não? Esse negócio de pena de morte, sei lá. me deixa meio assim ... me deixa meio nervoso.<br />- Pode crê cara. "fffuuu..." Mó vacilação... 'fffuuuu'... essa parada de pena de morte na indonésia. "fffuuuu...." Nego lá só queria fumar bagulho bom e curtir.<br />- Essa é a parada. <br />- Tipo, na Hollanda, a gente só fumava do verde. Todo dia. Mó astral cara. Igual essa tua canga ae do Bob Marley.<br />Meu Daimon interior mais uma vez estava certo. Esses moleques eram maneiros. Conversamos sobre diferentes tipos de maconha e religião do mundo inteiro. Traçamos um paralelo entre as plantações de canabis sativa na América do norte, e sua estreita ligação com os cultos evangélicos que são predominantes na região. Cocluimos, que devido ao fuso horário, o tão odiado presidente Bush deveria estar acendendo um baseadão nesse exato momento em uma de suas enormes propriedades no Texas.<br />Enfim, o marasmo da droga. A quietude. Algo que se faça curtir essa situação tropical que agora me encanta a alma. Conversar com estranhos, chegar as alturas da iluminação e da revolução da dialética. - Hummm... Krakatoa. Ser embalado pelo som das palavra desconhecida, ouvir a onda do mar. Mente quieta. Passividade e recptividade. Paz divina. Forma elevada de pensar e de não pensar. Recordar e re-descobrir o motivo pelo qual tomei aquele avião do Espirito Santo e vim para o Rio de Janeiro. Auto-observação e compreensão. Avaliar cada pensamento que chega a mente e considerar que toda idéia tem dois polos, negativo e positivo. Esse é o momento em que todas aquelas bundas se viram para mim, e eu fico contente de estar aqui. Não vacilar. Curtir o momento. Aliás, negócio bom esse de Java, sem bad trip, nenhuma tempestade. Uma dupla de Pms se aproxima e rodam um grupo que fumava em um cachimbo. O símbolo da polícia militar intimamente ligado com o da magia negra naquele momento. No cahimbo, um chape de um duende. Ningem se desespera. Ta tudo uma maravilha. Princípio pensante sob controle. Intimidade de contato com aquele "Aquilo" descrito por Jack Korouack. Eu chamo de "Verdade". A cada instante uma nova descoberta, uma cor, um detalhe. Cada momento é absoluto... vivo... significante.... e de repente... o silencio. Vamos agora colar nossas mão no peito em forma de um coração e entoar o mantra "Om". "AAAAUUUUUMMMMM". O som do universo, o conhecimento dos vedas. Vigília, sono, e sonho. Sonho... Silencio. Vou abrindo os olhos lentamente, e vejo que tudo continua lá. O sol, o mar, as bundas. Então, novamente o silencio .............................................................................................................<br />- Pode crer, Krakatoa...<br />- Ae cara, você não é aquele maluco que corta o cabelo de geral?<br />Em meu transe, percebo que as palavras são dirigidas a mim.<br />- Sim, sou eu mesmo.<br />- Porra, pode crer. Satisfação cara. Se ligou Brow? É ele que corta o cabelo daquela mulherada toda. Tu ta bombando na mídia.<br />- Pode crer. Lança o corte novo da Krakatoa. <br />Algumas risadas.<br />Foneticamente o nome não agradaria muito, mas eu ja imaginava como seria.<br />"AAAAAAAAUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMM"Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6567397135342198881.post-39260981152863864472010-09-28T06:20:00.000-07:002010-09-28T06:35:22.317-07:00O escolhido<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig-JDHo_ss-g1lrwTBLyejWPPVhTI8Ajg6TnZpzIJ0asEzTMBK942zqUpUGCI-nbeYANLIx7v8FzgF7EJ6POjuYsHsuCaHD5Z1ihYcqc0HId4mT7T_-v1CX2X4I60jRKIqyv7HaUxmZPD-/s1600/obaluaie_abelha.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 262px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig-JDHo_ss-g1lrwTBLyejWPPVhTI8Ajg6TnZpzIJ0asEzTMBK942zqUpUGCI-nbeYANLIx7v8FzgF7EJ6POjuYsHsuCaHD5Z1ihYcqc0HId4mT7T_-v1CX2X4I60jRKIqyv7HaUxmZPD-/s320/obaluaie_abelha.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5521957227692133730" /></a><br />Gnosticismo, Babilônia, Persa, África, Candomblé, Budismo, Judaísmo, Cristianismo, Zoroastro, Buda, Jesus, Pazuzu, paráclito, dez mandamentos, macumba, império Romano, Dioclécio, século IV, idade média. <br /><br />Tenho cagaço de descer ladeira a baixo.<br />Tenho cagaço de descer ladeira a baixo.<br /><br />Tinha um amigo meu que se comunicava através dos sonhos. Bastava alguém sonhar com o cara, e no dia seguinte havia uma mensagem de texto no celular. As vezes sonhava com um lugar comum, e na manhã seguinte nos encotravamos lá na hora marcada dentro do sonho. <br />Praia. Calor. Cheiro de mijo. Suor. Cerveja. Bundas. Trópico de capricórnio. Brasil. Rio de janeiro. Muita gente me olhando. Provavelmente é por causa do me cabelo, que atualmente está descolorido tipo Dunna. Sou uma pessoa sentimental. Não gosto quando fica uma bando de gente, geralmente semi, ou totalmente mesozóicos rindo a toa da minha cara. A cada quinhentos homens, um nasce como eu. Me lembro quando fui escolhido para o ofício de cortar cabelos. Foi Obaluayê quem me escolheu. Foi Yansãn quem me deu minha primeira tesoura. Me foi solicitado que as enterrasse em água parada ou em um pântano. Eu digo "as" pois para os iniciados na arte de cortar os cabelos enxergam a tesoura como um instrumento de equilíbrio, de bi-polaridade, de paradoxos como por exemplo entre o bem e o mal. A tesoura, corta para os dois lados. Ela é binária, justa, dualista, bi-sexual.<br />Após esse dia, como me foi inaugurado, basta seguir a minha intuição, e pronto. Minhas mãos fazem todo o serviço. O santos me guiam. Os cabelos, ficam maravilhosos! Eo olho para o rosto do cliente e vejo halo de luz que paira sobre seu rosto. Azul, as vezes violeta, branco rajado. Essa mulher quer mudar o rumo de seu casamento, e o novo cabelo jovem e sensual é peça fundamental no labirinto de sua vida. Ela deseja se sentir atraente para seu amante, e assim, mudar radicalmente seu destino. Começando pelo cabelo. Quando vejo halo escuro, com cor de lama, sei que essa aqui é das invejosas e que deseja muito se parecer com alguém, se contenta em ser uma réplica de algum personagem de novela. A cor verde, no entanto, representa algo mais simples, essa mulher quer apenas ficar diferente. É claro que existem outros tipos de sinais alem das cores, cheiro de mel, cheiro de feijão fradinho, e dependendo do status da madame, cheiro de merda.<br />Tesouras, erotismo, sensualidade, felicidade, sexo sem limites, corpo, alma, espiritualidade.Erich Malditahttp://www.blogger.com/profile/13812957709501414618noreply@blogger.com4