terça-feira, 29 de junho de 2010

Oblivio




Vídeo caseiro que fiz com imagens do livro "Visions of heaven and hell" de Clive Barker.
Clive Barker é autor de vários livros do gênero terror e fantasia. Muitos de seus livros tornaram-se roteiros de cinema como Candy man e O mestre das ilusões. Sua grande obra Hellraiser foi dirigida pelo próprio. Barker também já atuou em peças de teatros e pintou centenas de telas, como essas que vemos aqui. Sua pinturas ilustram as imagens que concebe em seus romances.
Quem estiver interessado em sua literatura eu recomendo o livro "Sacramento".

Auto biográfico Pt2


De pé agora, porém com a mente dispersa, vou para a janela fumar um cigarro. Arremessando do décimo nono andar, pequenos objetos fálicos, como canetas, talheres de plástico e outras porcarias que só um indigente carregaria consigo ao longo de uma viagem de trabalho. Fico pensando no verdadeiro motivo de eu estar aqui. Não consigo me lembrar. O importante, é que devido a esse esquecimento, levanto uma questão filosófica deveras mais importante; Não era primordial saber o porque de estar fazendo essa viagem, mas sim de questionar como foi que cheguei até aqui. Os eventos matinais realmente deixaram minha cabeça e todas as quarenta e quatro áreas do meu cérebro pensativos; por exemplo, será que quando o Bebê Papa nasce, ele já sabe que vai ser Papa um dia? Seria Hitler realmente culpado? Antes de morrer, teria Jimmy Hendrix pensado; meu deus, isso entalado em minha garganta que me asfixia é o meu jantar? Peter Pan comeu ou não comeu o cu da Sininho? E se comeu, será que vinha gliter com cheiro nauseabundo no seu pau? Pinóquio toma viagra? Enfim, questões que por mais levianas que possam ser, nunca obterão respostas, e sendo assim, podemos afirmar com o dedo apontado para cima como César , que sim, somos seres limitados. De tão limitado que sou, só parei hoje, aos meus trinta e dois anos de idade para questionar a razão da minha existência. É certo, que segundo a teria de Charles Robert Darwin nós evoluímos, adaptamos nossas faculdades cognitivas e sofremos alterações biológicas relativas ao meio para não morrermos de fome e em conseqüência disso, girafas ficam com o pescoço maior, homens se tornam arquitetos ou psicopatas, mulheres ficam mais gostosas e baratas se tornam imunes à detetizadores da marca Sendas. É impressionante, mas acho que acabo de adentrar nos mistérios do ciclo da vida. A verdade das verdades, e não foi nem preciso estar bêbado para isso. De dentro do útero, descobri o amor, sai de dentro de uma vagina para me tornar psicólogo. Descobri o amor da minha vida para me tornar um homem e de homem virei o Papa e termino em uma churrascaria. Seria este o sentido da vida? Se tornar o soberano dos soberanos? Degustar, desfastiar-se dos animais mais saborosos e suculentos do mundo, já mortos, limpos, grelhdos ,temperados com sal grosso e molho vinagrete, sem precisar mover um músculo, por apenas R$ 12,99. Ao mesnos do lado esquerdo do mundo poderia ser este o sentido da vida. Já pensou? Abram alas pois eu sou o Papa. Minha bengala fálica é o maior pau do mundo, meu peido é ambrósia e a minha palavra é divina. Estou emocionado, acontece aquela coisa de que agora esqueci o nome, quando sai água dos olhos. Lindo (...) Ta certo, que não sei se o verdadeiro Jesus ficaria satisfeito com isso. Posso até imaginar ele no céu bebendo cerveja quente e comendo uma pizza fria, xingando junto com Santos Dumont, Isack Newtom e René Descartes;- O que é que esse filho da puta está pensando?! Alguém mande um mensageiro terrestre acabar com esse herege, esse farsante! E são pedro dizendo; - Mas jesus, acabou o cartão, e em país provinciano, não se aceita ligação à cobrar. – Vai tomá no cu, o são Pedro! E Maria, puta que me pariu! A cerveja ta choca e a pizza ta fria, conserta essa porra desse forno! De canto, podemos ver Descartes cochichando com Santo Agostinho: - Falei que esse negócio de humildade, de últimos serão os primeiros não iria dar certo, a pizza vem sempre fria. E todos concordam com um murmurinho. – Vê se lá no inferno o ar condicionado não ta no máximo, e tem uma tina transbordando de gelo, de wisky com red bull , martini com cerejinha, a porra toda! –E como se faz parachegar lá? Pergunta o ingênuo e singelo Santo Agostinho. –É simples, ta vendo aquela gostosa ali que parece até a filha do rei que eu... Jesus acende um clarão e fica puto – O descartes! Vai se fode!, Se esqueceu que aqui no céu eu sou onipresente, que eu escuto tudo. – Desculpa senhor. – Cala a boca seu metodologista de merda, senão eu mando um fanático da igreja renascer, ou da universal vim aqui e te esfaquiar como fizeram comigo e como deveriam ter feito com aquele psicólogo filho da puta. Todos ficam quietos. Nesse momento Ayrton sena chega atrasado e eles se preparam para mais uma emocionante partida de cartas valendo uma cerveja choca. Depois da décima cerveja, Jesus, todos sabem, já não fica tão onipresente assim, e ainda por cima some, não se sabe por que, dizem as más línguas sobre uma área vip no céu, mas isso não é comprovado. É nesse momento que Descartes chama Agostinho no canto e fala; - Agostinho, o inferno é a parada. Agostinho estranha. Mas Descartes (bêbado) atropela; - Todos os filósofos estão lá, Platão, Sócrates, Nietszche. Tudo quanto é tipo de gente famosa, Calígula, Gengis Kah, Picasso, Salvaro Dalí. Todos os músicos de Celine Dion à Frank Sinatra. – Mas a Celine Dion ainda não morreu! – Não importa, mas ela volta e meia bate ponto lá. Não é preciso estar morto para se estar no inferno. Foram as sábias palavras de Descartes e as que persuadiram o antigo santo ( que bebia vinho sangue de boi, péssimo para um santo).. Mas isso fica para outro capítulo. De volta à terra, trancado sozinho no quarto de um hotel barato, uma cena que só um ser onipresente poderia ver mesmo. Um homem chorando emocionado por que descobriu o sentido da vida, descobriu o que é o amor e que os santos também pecam.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A mulher azul

Ok. Um cafézinho, uma garrafa de tequila com quatro copinhos, dois do metrô de Nova York, dois com as esfinges do Cairo, dezesseis cervejas New Castle um elefante com os tônus musculares entumecidos por exercícios de pompoarismo masculino e um coma induzido. O sonho é ótimo, a queda é constante. Vejo enormes seios descomunais que me afagam e me sufocam como um bebê que sofre de doenças congênitas, e que com certeza vai nascer com distúrbios de atenção e de memória. Tudo lindo. Eu sou o bebê. Eu sou o bebê, e eu quero o que me pertence, quero os meus peitões. Um bebê indefeso nos braços da moça mais linda. Um bebê que flutua no ar azul da depressão pós-parto. Dizem que se chama depressão azul. E sou um bebê que ama a mulher azul, a mulher magra com os peitos enormes, os cabelos curtos e negros, a pele branca. A mulher azul. Ah, como eu amo a mulher azul. Desculpe mãe, mas você vai ter que morrer, pois no meu coração recém nascido, só existe lugar para a mulher azul. Nós vivemos um caso de amor, eu chupando o peito dela, alimentando meu corpo e a minha mente sequelada, ela descobrindo os dotes de ser mãe, de ser mulher, de ser capaz de cuidar, proteger e ser amada.é claro que aonde existe uma relação dual, tão perfeita quanto essa, sempre haverá um recalcado, um complexo de Édipo para atrapalhar, um monstro. Mais precisamente chamado de bicho papão. Ele mora debaixo da cama, é e assustador, gordo e grande, a pele esverdeada e grudenta, com sua risada maléfica e sinistra. Sergio , o mostro glutão que quer comer todos os bebês. Mas a mulher azul me protege como uma vez eu a protegi do mesmo monstro. Não que ele seja um monstro mal. Diferente de Tibério Nero Cezar, imperador romano, sucessor de Augusto que também tinha o hábito de foder bebês recém-nascidos e depois jogá-los arrebentados em uma lata de lixo. O monstro contemporâneo tem bom coração e é altruísta quando pode, porém a seleção da espécie Darwiniana fez com que sua alimentação fosse à base de bebês para que ele (Criatura única de sua espécie) pudesse sobreviver. Houve a ocasião em que a mulher peitão azul, foi descuidada, e ele me encontrou. Agarrou-me nas pontas de suas unhas enormes com cheiro de bunda de bebê ainda reminiscente, e passou sua vista envidraçada por meu corpo de ratinho, seus óculos embaçados de tanta excitação, o cheiro de criança. Fui examinado como um boi no canal rural (sábado 22;22 Pm) e logo na seqüência atirado de novo ao berço com desdenho. Em seguida, ouvi sua risada de monstro com cheiro de enxofre misturado com maconha saindo pelas narinas, e sua vos dissonante dizendo com pouca distinção; - Esse bebê não é dos meus. E logo na seqüência; - Quero um bebe loirinho com a bundinha bem empinadinha. Com muito alívio, e poucas palavras, consegui pensar comigo mesmo, felizmente, não são todos os bebês que apetecem ao gosto do bicho papão. Agora finalmente posso voltar para ela. Que está a minha espera em sua cama. Este pensamento, faz com que a pequena protuberância que um bebê de seis meses com eu tem entre as pernas, se torne em um enorme e viscoso falo de homem. Como um corpo que flutua, ou como o éter que faz dançar eu pairo sobre o requinte dos requintes e quando ela, ao perceber minhas intenções de homem sobre a pele de criança, responde abrindo a perna. É uma sensação inexplicável para os sentidos. Especialmente para o olfato e a visão. Vejo uma planta carnívora abrindo suas mandíbulas e eu como uma mosca que come merda e não vê a hora de morrer me entrego ao caos. A boca negra do espaço vazio, aquele que deu a origem ao mundo, aquele que os do oriente próximo chamariam de flor de Lótus, e que o do ocidente chamaria de coisa ruim. A boceta, o pecado, o gozo escarlate da mulher azul, a passagem consciente de criança para homem, de mãe para amante, a criança amante e a mãe homem, a mulher que em outra vida foi homem, o homem que em outra vida foi cachorro. O número quatro. O número da perfeição. O número de apoios de um cão. O número mais que bom para uma noite de muito prazer comendo comida japonesa. O número anterior ao cinco (Hierofante) o Número do dia em que o bebê virou garoto, e o garoto virou homem. Na seqüência linear; 4/5/6. Sinto a sensação brutal do prazer, lembro da história do homem que falava com o cú, sinto os espinhos das suas costelas, e o desejo de dizer à mulher azul, algo que custou os primeiros cinco meses de vida do bebe para serem ditos; Eu te am....... – ARRUMAÇÃO! Arrumação? Arrumação!? E o cachorro de cinco centímetros volta a latir, e os carros voltam a passar, e o pássaros voltam a cagar e vejo o amor da minha vida se esvair pelos meus braços batendo com raiva e força as portas do meu inconsciente se fechando. Acho que ela nem gozou...ficou puta, ou no mínimo chateada. Eu também ficaria. A megalocéfala, oligofrênica moderada da arrumadeira interpreta o meu silêncio prostrado como um ok, e saca o chaveiro para invadir o quarto. Seleciono o livro mais pesado ao alcance das minhas mão fracas ainda pela vigília, e ao ver seu rosto desfigurado brotando como erva daninha indesejada, arremesso com tudo o manuscrito que leva o nome de Aurélio em cima dela, que responde a agressão com um berro de espanto e indignação. – Vai se foder você, sua puta! Ficar destruindo os sonhos dos outros. Já não basta eu que vivo me sabotando e me auto destruindo, vem vocês dessa porra de serviço de hotel estragar um dos melhores momentos da minha vida. Chama a porra do gerente. O Papa teria feito o mesmo. O telefone toca. Mas esta é uma das velhas manobras que aprendi muito cedo, nos tempos em que ouvia o som de Tim Maia. Basta tira-lo do gancho, e como uma mente psicótica, imaginar que seja lá quem quer falar o que com você, já não existe mais. Simples assim, afinal das contas, dentro de um hotel duas estrelas e meia, dentro de uma churrascaria ou de uma sauna gay ( embora eu ainda não tenha estado em uma) não é preciso nem ter a mente próxima aos estados pródromos que antecedem a psicose para se sentir o papa.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Auto biográfico Pt1


Aurora. Pássaros cantando, cachorros latindo, carros na avenida, quarto de hotel, número 1901, Porto alegre. Camareiras histéricas batendo de porta em porta perguntado – Arrumação? Algumas muitas pessoas se consideram mais aptas a trabalhar de dia, dizem que se sentem mais produtivas, no entanto, temos de concordar que isso é uma mentira tão falsa como vídeos de autópsias de E.T liberados pela cia. A única coisa que de fato, é mais produtiva de manhã, é o sexo. Se este for praticado por casais que já estão juntos à muitos anos e querem tentar coisas inovadoras como empalar o seu, ou sua parceira em um plano totalmente pragmático, limitado, real e matinal, poucos minutos após deixar o surrealistico mundo onírico das fantasias e dos desejos aonde como sabemos, tudo é possível. Acho que já deu para entender o meu ponto, eu odeio acordar, e muito menos ser acordado. E é por isso que com a mais doce ressonância de minha voz estridente eu lanço pelos ares um sutil Vai à merda quando a histriônica pergunta pela décima vez, arrumação. Não sou arrumado, nunca fui. Arrumado, organizado, planejado, executado, informado. Nunca fui ou obtive nenhum desses adjetivos, embora eu tenha tentado uma vez aos vinte anos, quando entrei para a faculdade de administração. Não durou nem um semestre. Não sou arrumado, não gosto de quem é organizado, não gosto de acordar e faço de tudo para esquecer o passado. Mais precisamente o que aconteceu ontem, ou para quem estou ligando nesse momento, que me esqueço o nome e sou obrigado a desligar na cara quando diz alô. A esse problema, eu sei, o neurologista chamaria de amnésia retrógrada. Causada pelo uso de longa data de psicoativos, misturados com álcool, internet e longas viagens de trem e avião ( ver viagem a Aswaan) . O outro tipo de amnésia, a anterógrada, eu esqueci. É certo que minha cabeça não funciona muito bem, sofro ilusões mnêmicas, acrescento elementos falsos aos verdadeiros, invento elementos falsos que nunca existiram, alucino quando sofro rebaixamentos de consciência, já estive em um coma induzido por anestésicos de elefantes. Quando não me lembro de nada elaboro confabulações magníficas que fariam Freud querer escrever a interpretação dos sonhos volume dois. Vivo novas descobertas todos os dias acreditando viver em primeira pessoa coisas que vi em terceira pessoa, como um filme, um livro, ou uma idéia emprestada de um amigo. Criptomnésias, ecmnésias , lembranças obscessivas, tabus, amuletos e drogas, tudo aqui, mal arrumado e desorganizado em meu cérebro ramificados em diferentes áreas que os estudos da frenologia poderiam ramificar por números. As áreas 18 e 19 são as secundárias da visão. A 34 é a do pau.