terça-feira, 28 de setembro de 2010

O escolhido


Gnosticismo, Babilônia, Persa, África, Candomblé, Budismo, Judaísmo, Cristianismo, Zoroastro, Buda, Jesus, Pazuzu, paráclito, dez mandamentos, macumba, império Romano, Dioclécio, século IV, idade média.

Tenho cagaço de descer ladeira a baixo.
Tenho cagaço de descer ladeira a baixo.

Tinha um amigo meu que se comunicava através dos sonhos. Bastava alguém sonhar com o cara, e no dia seguinte havia uma mensagem de texto no celular. As vezes sonhava com um lugar comum, e na manhã seguinte nos encotravamos lá na hora marcada dentro do sonho.
Praia. Calor. Cheiro de mijo. Suor. Cerveja. Bundas. Trópico de capricórnio. Brasil. Rio de janeiro. Muita gente me olhando. Provavelmente é por causa do me cabelo, que atualmente está descolorido tipo Dunna. Sou uma pessoa sentimental. Não gosto quando fica uma bando de gente, geralmente semi, ou totalmente mesozóicos rindo a toa da minha cara. A cada quinhentos homens, um nasce como eu. Me lembro quando fui escolhido para o ofício de cortar cabelos. Foi Obaluayê quem me escolheu. Foi Yansãn quem me deu minha primeira tesoura. Me foi solicitado que as enterrasse em água parada ou em um pântano. Eu digo "as" pois para os iniciados na arte de cortar os cabelos enxergam a tesoura como um instrumento de equilíbrio, de bi-polaridade, de paradoxos como por exemplo entre o bem e o mal. A tesoura, corta para os dois lados. Ela é binária, justa, dualista, bi-sexual.
Após esse dia, como me foi inaugurado, basta seguir a minha intuição, e pronto. Minhas mãos fazem todo o serviço. O santos me guiam. Os cabelos, ficam maravilhosos! Eo olho para o rosto do cliente e vejo halo de luz que paira sobre seu rosto. Azul, as vezes violeta, branco rajado. Essa mulher quer mudar o rumo de seu casamento, e o novo cabelo jovem e sensual é peça fundamental no labirinto de sua vida. Ela deseja se sentir atraente para seu amante, e assim, mudar radicalmente seu destino. Começando pelo cabelo. Quando vejo halo escuro, com cor de lama, sei que essa aqui é das invejosas e que deseja muito se parecer com alguém, se contenta em ser uma réplica de algum personagem de novela. A cor verde, no entanto, representa algo mais simples, essa mulher quer apenas ficar diferente. É claro que existem outros tipos de sinais alem das cores, cheiro de mel, cheiro de feijão fradinho, e dependendo do status da madame, cheiro de merda.
Tesouras, erotismo, sensualidade, felicidade, sexo sem limites, corpo, alma, espiritualidade.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu corto seu Sexo

Me parece que tudo isso pegue um pouco mal aqui por essas bandas. Um símbolo pagão e ácido no meu peito, sugerindo que sou filho da noite, um felino que me rasga a pele sugerindo que sou feito de papel . Uma boca enorme com uma língua lúbrica se babando toda no direito. todos símbolos gays? Que merda. Para um cara jovem isso tudo poderia aparentar uma enorme aventura, mas para um maluco de quarenta e seis anos, isso sugere condições estranhas como "porra louquice", infantilidade e homossexualismo tardio.
Toquei o foda-se vesti minha sunga e peguei o elevador. Em vez de tocar o "T", apertei o botão da" SS", minha intuição neurótica me dizia que nesse caso essa era a coisa certa a se fazer. Enquanto descia, ao passar pelo quinto andar, me lembrei que ao trocar de roupa, deixei minha tesoura no quarto. Tudo bem, eu certamente que não iria precisar dela enquanto estivesse a tomar banho de mar. - W-14 ; Se precisar cortar o pau de um filho da puta que quer te estuprar a tesoura está a mão. Depois de cortar, fazer o babaca engolir o próprio membro e engasgar com o sangue.
- Aqui não tem veado não porra! O meu sangue, vai te envenenar seu filho da puta.
No brasil o coito anal não é enquadrado no código penal como estupro. Logo não tem como um homem ser estuprado.
Penso em cirurgias de troca de sexo, medicina e vivisecção. Salto na "SS" e vou subindo a rampa dos automóveis até a rua Viera Soto aonde vejo a praia. Em uma fração de segundos deixo de lembrar de Adolf Hitler e Joseph Mangeler para pensar em picolé Yopa.
Eu corto seu sexo fora.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Livro 2 - Tesouras

Faça sempre a coisa certa. Acredite em sua sorte. Mesmo que isso lhe custe algumas amizades. Sonhos favoráveis, como por exemplo, ser cortado ao meio com ma tesoura. Dividir. Não somar. A soma do todo é maior que as partes. Duas cabeças pensam melhor que uma, um corpo rejeita duas cabeças, não funciona, morre.

- Você se acha! Né sua puta?
- Do que você está falando?
-Você se acha, acha que tudo o que você faz é certo, que é melhor que os outros.
-Aé? E você? Seu merda! [Click]

Ela desliga o telefone na minha cara. Minha namorada. Feminina. Traiçoeira.
Puta/merda.
É disso que estou falando. Faça sempre a coisa certa e os outros não terão o que falar de você. E quando tiverem também, eles que se fodam! A maioria das pessoas não sabe o que dizer. Opressão da alma por todos os cantos.
A temporada carioca seria curta, por isso a boa era afiar suas tesouras e aproveitar o máximo a estação, que nesse caso era verão. Praias lotadas. O céu e a terra pegando fogo. Lixo transbordando no mar. Bundas gigantescas. Na areia picolé de laranja com cenoura. Na calçada meninos de rua cracudos querendo mais dinheiro para dessa forma fumar mais crack. Sempre a tempo para tudo.
Minha estatura, mais para gordo que para magro, olhos verdes e grandes, boca sensual, cabelos cuidadosamente tratados. Na minha mente, sentimentos ambíguos de estranheza e admiração, no meu peito minhas tatuagens, entre minhas pernas os meus flancos nos meus pés os meus chinelos e em minhas mãos, é claro, as minhas tesouras.
A fusão dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino das trevas, originou o mundo material, que é essencialmente mal.
Apesar de todo o sol e de toda aquela beleza tropical, eu continuava me sentindo paranóico. Não sou filho do sol. O medo me persegue quase que constantemente, e não é a certeza de uma morte iminente, como no caso dos seguidores de Paul o Polvo que me sinto ameaçado. Tenho cagaço, por exemplo, de que toda aquela multidão de maconheiros e ambulantes da praia descubram que estou aqui, hospedado nesse hotel, nesse quarto, e então venham me cobrar na madrugada invadindo meus sonhos recheados de medusas, harpias e outras tragédias gregas. Tenho medo que descubram quem eu sou de verdade. Outro filho de Obaluayê. Tenho medo, por exemplo, que descubram que eu penso que eles pensam que sou gay. Ae Fodeu. Basta eu acender um baseado com esses maconheiros na praia que eles vem em meus olhos que eu penso que eles pensam e todo mundo vai começar a me chamar de viadinho. Porra. Só por que sou cabelereiro. E também tem a porra das minhas tatuagens. Meio estranhas. Aquela boca com a língua para fora dos Rolling Stones no braço esquerdo, que fiz com tanto orgulho no início dos anos setenta, e que essa altura ja está verde de tão gasta. Ela entra em sintonia, com um tigre rasgando minha pele como papel que fiz no braço esquerdo quando treinava Kung Fu. E para fechar o balanço, um pentagrama bem posicionado no me plexo como um carimbo autenticado por Satanás, de que após a minha morte serei residente em seus domínios. É claro que eu não acredito nesse folclore de anjos e demonios, não poderia.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

121 Maniacs. Feat Maldita

http://www.youtube.com/watch?v=cJ3GKpjBALk

Então malditos, estou disposto a fazer um novo vídeo com os melhores momentos dos filmes que marcaram minha bucólica e eterna infância. Percebo que cada vez que comenta-se sobre esse vídeo no youtube, me lembro de algum personagem que me foi esquecido.
Gostaria de nesse novo vídeo, contar com a colaboração de vocês. Deixem aqui nesse post, os nomes dos monstros, demônios e psicopatas que gostariam de assistir no novo vídeo. Não precisam ser apenas filmes de terror, podem ser aberrações boazinhas também.

Conto com a participação de vocês. Lembrem-se, sem vocês, eu não sou real.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Diálogos (pt2)

Já estava anoitecendo e eu ficando bêbado, quando decidi perguntar como foi matar. Ele falou sério, mas não tirou a estampa de alegria e passividade do rosto. Falou que matar para fazer justição não era como matar de verdade. Matar de verdade, era como matar um cachorrinho. Uma injustiça. Porem matar por vingança era como matar um estuprador que molestou alguém de sua família, e foi isso que aconteceu. Disse que pegou a arma emprestada com um amigo bandido, mas que não foi preciso usa-la. Matou o filho da puta com as próprias mãos e arma comprada com o único dinheiro que tinha no mundo, atirou no lago. Mas o malandro tinha conceito na área e eu tive que ser exilado, igual Caetano Veloso e Chico Buarque, saca? Falou que a diferença entre dois homens inoscentes, um que não matou e outro que matou só pode ser percebida nos sonhos, e eu, que era psicólogo entenderia mais o por quê do que ele. Sonho muito com os olhos dele virando e escuto o som do pescoço ao quebrar-se. Só. E voltou a sorrir. Água mole e pedra dura, tanto bate até que fura, né. Contemplamos uns minutos de silencio e ele disse; Mas dor mesmo é não ver minha filha a mais de um ano. E por que não a vê? A mãe dela não deixa. Após meu incidente, comecei a beber muito, e a bebida, você sabe, me dava vontade de cheirar. Vida de palhaço não é fácil não. Ficar sempre sorrindo, contando piada, animando, precisava dar um levante. E então, e as vezes, digamos que minhas palhaçadas ultrapassavam os limites. A criançada adorava. O único palhaço que ficava pulando e fazendo malabarismo até as seis horas da manhã. Porra Pablo, eu precisava ter o seu telefone. Ele riu, pois nunca teve um. Depois continuou a falar. Minha mulher, que é evangélica, começou a ficar com medo do palhaço pipoca, entendeu agora o apelido. Claro, hoje mesmo quase ganhei o apelido de Ovo frito. Por que? Por que eu estava a conversar com um. Oh... Entendeu. É por isso que entrei para a igreja, para que as pessoas possam me enxergar com olhos melhores. Não acredito em deus. Mas quando se é pobre, sabe, as pessoas tem preconceito com esse tipo de altivismo. (Duas coisas aconteceram; não toquei mais na garrafa porrete e me surpreendi mais uma vez com seu vocabulário). Isso me fez pensar. Isso me fez pensar muito. Isso acabou com todos os meus problemas. Transformei minha angustia e minha dor de estomago em cócegas. Comecei a sorrir, virei o palhaço. Tudo faz sentido em uma vida sem sentido quando você assume que seu reflexo inexistente do outro lado do espelho, bem poderia ser o reflexo de um palhaço. Rir com respeito, como deve ser rir de um palhaço, como não se deve rir de um esquizofrênico, respeitar a loucura do outro. Se permitir ser um louco respeitado. De que me valeria querer ser a família feliz, se o garotinho travesso queria vir falar comigo e foi censurado pelos pais. De que valeria ser a família feliz e ficar vendo meu filho querendo comer a minha mulher. De que valeria ser feliz se eu sou um palhaço. É certo de que eu adoraria ter um filho, mas o mundo não me permitiria ser um bom pai, por mais carinhosa e bela que fosse a minha alma, os valores não me permitiriam ser um bom pai. Como fizeram com Pablo, eles também me julgariam.Me pendurariam na cruz. De que vale ser um psicólogo se não posso ousar, de que vale ser pai se não posso ver o meu filho, de que vale ser um falso moralista, de que vale sentir remorso de ontem, se fiz exatamente o que meu inconsciente mandou Remorso é para os fracos. De que vale confessar pecados que um dia foram desejos realizados, de que vale ficar aqui reclamando da vida enquanto tenho o palhaço Pipoca do meu lado para me mostrar o que é sofrer. Caso resolvido. Pedi a conta, e fomos embora. No final dei um abraço em Pablo, que cheirava muito mal, e lhe dei um presente. Disse a ele que seus conselhos eram deveras mais interessantes que o de todos os doutores do seminário juntos, e que ele devia largar a igreja. Ele respondeu que não sabia quem era Lacan e que eu estava bêbado. Agradeceu o presente, e disse para eu não me preocupar, que ele não dividiria nem um centavo com a igreja. Não era bobo.
Quando fui embora, o telefone tocou, era o Doutor R. – E aê? Tranqüilo? E a pesquisa? Aproveita aquela grana que você ganhou ontem para investirmos na pesquisa. Respondi que não poderia mais investir o dinheiro em ratinhos. Por que ? ele quis saber meio indignado. Por que eu gastei tudo em pipoca.

Fim

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Diálogos (pt1)

Foi enquanto deliberava sobre esses fragmentos de uma mente desfragmentada uma mente pueril, que tive a oportunidade de esbarrar com o personagem da Disney de verdade. De carne e osso, como eu e você. Avistei-o do outro lado da rua. Um palhaço. Não era como esses palhaços de vinte mil dólares que você assiste no circo do Solei se jogando de um trampolim de dez metros sem morrer. Não esse era um autentico palhaço, parecendo um farrapo humano, com a maquiagem tosca e escorrendo, era tão digno de pena que dava vontade de rir. Como de fato é o aspecto de um palhaço. Singelo, cômico e deprimente. Tudo ao mesmo tempo. Alegre e saltitante, com aspecto de quem tem fome, doenças venéreas de etiologia desconhecida, com manchas amareladas de nicotina entre os dedos. Além de um aspecto bizarro, sua abordagem muito me chamou a atenção, pois sem saber de nada da minha vida, me comprimentou fazendo uma piada ridícula, e após minha reação apática ele disse com muito animo; Vejo aqui um doutor vestindo a pele de um louco, que faz de tudo para não ser feliz. Como você sabe? Posso ver em teus olhos. O que? Que doutor não pode usar pele de louco e que louco não pode ter idéia de doutor. Hum... Seu nome, disse ele, era Pablo, mas na periferia todos o conheciam por Pipoca. Era morador de rua. Disse que fugira da comunidade daonde morava pois havia cometido um crime hediondo e agora era jurado de morte. Seu rosto não me parecia um rosto de quem já havia matado antes, muito pelo contrário, até por que ele estava com a cara toda pintada. Alías foi isso que em primeira instancia me chamou a atenção em Pablo.. Ele era um palhaço morador de rua, com um rasgão enorme na altura da bunda em sua roupa surrada e triste de palhaço. Embora, deveras mais fodido do que eu, sua alegria era radiante, seu senso de humor apaixonante, seu português todo errado, seus dotes de leitura, Rg, cpf e endereço, inexistentes.. Esse encontro passou a descoberta do sentido da vida para o terceiro lugar da coisa mais importante que já aconteceu na minha vida, assumindo o segundo. Lhe ofereci um cigarro e convidei-o para tomar um cerveja. Sentamos em um bar e ele disse que tomaria apenas uma água, pois desde que entrara para a igreja havia deixado a bebida e o pó. Nesse momento, lógico, fiquei paralisado de medo. Meu deus, cá estou eu sentado com um palhaço assassino e evangélico. Vou ao banheiro, eu disse. Saí pelo patamar e no meio do caminho lembrei que tinha deixado la os cigarros. Que se dane. Tenho dois mil reais no bolso, deixa aquele para o palhaço. Sai pelo quarteirão e quando já estava perto da outra rua parei. Parei e fiquei pensando. Fiquei pensando nele. Dei meia volta. Se for para eu morrer hoje, que seja não mão de um palhaço. Entrei no bar. Por que demorou tanto? Estou de ressaca, precisei dar uma cagada. Entendi. Apesar de que a prova concreta de muitos anos de estudos das diferentes patologias malignas da mente humana. Psicopatas, sociopatas, perversos, mazoquistas, capitalistas etc... Esse caso de religião (psicose) vestimenta de palhaço (Borderline) e um homicídio nas costas levaria a crer que estou aqui a tomar cerveja com um monstro. Ma muito pelo contrário. Pablo fora até agora, a única pessoa que eu conheci nessa viagem, com quem me identifiquei. Não obstante, qualquer movimento suspeito me fazia agarrar a garrafa de cerveja, um golpe certeiro, e o palhaço assassino entrava em coma. Ele dizia que não sabia o que era o amor, dizia também que tinha um filho, mas que não o via a mais de um ano. Contava como era dura a vida de palhaço. Entre um cigarro e outro ele foi me contando a historia de sua vida. Disse que desde pequeno tinha essa fixação por palhaços pois seu tio havia sido um palhaço muito querido na comunidade em que nascera, o que para ele, conseguir alegrar os outros em tal ambiente, era mais a tarefa de um mágico a que a de um palhaço. Contou também que o tio era viciado em crack e que cometera suicídio. E falou; curioso, né? As duas pessoas mais queridas pelas crianças, adultos e idosos da comunidade, uma se matou e a outra já matou. Concordei com a garrafa na mão. A roupa era do tio dele, e o rasgo uma outra historia. Paguei a ele uma porção de lingüiça, que seria como cianureto em meu estomago. Ele devorou. Não entramos em assuntos delicados como deus, ou cemitérios clandestinos nas periferias do rio grande do sul. O mais impressionante era a capacidade dele, devido as circunstancias, de ser feliz. Falava com todo mundo, cantava, fazia piadas, imitava os outros, fingia que falava inglês, uma língua indecifrável para qualquer um que falasse. Fazia posições de yoga, dançou tango com uma mulher enorme de gorda, fazendo-a sentir-se menos gorda. Um espetáculo. Como que ele aprendeu todas essas coisas? Pablo disse que embora fosse órfão de mãe e de pai, aprendera com o tio a já mais desprezar um conhecimento, então, apesar de permanecer analfabeto devido a uma dislexia, aprendera de tudo o que pudera fazer com o corpo. Aprendeu a dançar, a cantar, a fazer careta, se maquiar, tudo observando e perguntando. Namorou uma menina de classe media da cidade que estudou dois períodos de filosofia, então sabe que é Platão, Aristóteles e até quis falar comigo sobre o incosciente de Freud. Falava; Eu sou que nem Aristóteles, aprendi tudo assim oh. Com os olhos. E dizia apontando para eles. Se eu tivesse dinheiro, teria sido um químico, como não tenho, virei palhaço. Realmente ele não tinha desperdiçado tempo mesmo, tinha vontade de aprender. Perguntei o que ele achava do Bozo. Ele adorava Bozo. E cantava todas as músicas. Ficou até chato. Falei a Pablo que ele deveria ocupar um cargo maior que de palhaço, mais importante. Tipo vereador, presidente, sei lá. Ele riu e disse que o máximo que conseguiria chegar era a catador de latinha. ( que certamente faz mais por uma cidade, mantendo ela limpa do que o prefeito que nem sei o nome, mas que nada deve fazer alem de roubar e gozar na boca da secretaria).