quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sem título

Lançamos o Nero na internet este último sábado e até agora já obtivemos uma resposta muito agradável de nossos fans e do público de um modo geral. É gratificante perceber que todos estes anos de trabalho foram bem aproveitados para o amadurecimento inconsciente e coletivo da banda. Cada lagrima cada gota de sangue gerada por palavras ditas não foram em vão. Nesse três últimos anos eu sofri muito. Tive de viver um renascimento prematuro, largar e voltar e largar de novo alguns dos meus antigos vícios, para em fim, poder hoje olhar para trás e perceber que para enxergara sí próprio, é necessário ser outra pessoa. São todas as ações e regenerações da natureza de um ser em permanente estado de transformação. O resultado é o denominador comum entre o vício e a virtude...
e a minha solidão, minhas inseguranças, minha angústia e a sensação de que no final sempre vai dar tudo errado.
Fico ao menos contente em conjecturar que toda essa paranóia possa ser configurada em arte, e servir de inspiração para outros, que assim como eu, seguem em frente sem ter muitas perspectiva do dia de amanhã, nós simplesmente continuamos seguindo em frente.
Agora eu tenho que ir...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Nero (Release)


Release Nero

Terceiro cd da banda tem como a sua principal temática a estrutura designada por Freud de perversão. Diferente do neurótico ou psicótico o perverso é aquele indivíduo que não reconhece limites da lei, do corpo e os prazeres da carne. Nero, imperador de Roma no sec. 1, reconhecido por seus atos exóticos, excessivos e tirânicos é colocado no altar como um arquétipo que representa todos os atos de compulsão e impulsão na alma humana. Em meio a um cenário atemporal e bucólico que remete a uma versão moderna e sonora da divina comédia de Dante, garotos dançam com a marca da besta celebrando todas as múltiplas formas de perversão; Mazoquismo, exibicionismo, amor, suicídio, voyerismo, sadismo, bestialidade, poesia e parafiiías de todas as formas.
Repleto de citações de Marques de Sade, Willianm S. Burroughs e outros filósofos da linguagem perversa, Nero ressuscita e se sai de dentro de todos nós toda vez que experimentamos a indizível sensação de abuso de poder, a corrupção de nossa própria inoscência em uma metamorfose que, semelhante a da borboleta, nos elevamos de um ser rastejante a uma maravilha da natureza.
Produzido por Stanley Soares (sepultura; Dante XXI e Alex) o estilo Trash Metal mescla poesia de uma mente desiludida com ritimos eletrônicos (industrial) e muitas vezes uma pegada que remete ao Rap. Esse sincretismo configura a trilha sonora de um apocalipse não muito distante que traz umas das figuras mais irreverentes e polemicas de nossa história, de volta ao nosso mundo. Nero o imperador mais odiado, filho daquela piranha!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Evolução, sexo e culpa


Mais um mistério de nossa raça humana acaba de ser dissolvido, comprovando que o futuro é idêntico ao passado. Os homo sapiens ( seres humanos modernos e bohemios na faixa dos seus trinta anos e desempregados) e os neanderthalensis ( o bêbado da família) se acasalaram na mais doce embriagues. Visto que deveria agir sempre, a natureza, que bancai a puta - gostos antinaturais. Negligente e cruel o homem perpetua a espécie baseada em cruzas familiares de genes recessivos, incesto com seus primos de segundo grau, e metamorfoses. Kafka?
Originalmente da África, migrando para a Europa, deportados para a Ásia nossos ancestrais libertinos descobriram o fogo, adoraram ícones sagrados dançaram e beberam vinho a noite inteira. Em um momento de estupor ou romantismo foderam a própria mãe. Terminada a festa, a fogueira se apagou com o mijo, a Jocasta se embebedou de esperma, e no clarear do dia deu-se a luz a culpa. Desse aurora em diante, o que havia sobrado de macaco no ... se tornou definitivamente humano. Foi a culpa! Somente a culpa poderia gerar uma consciência mais sofisticada em uma raça em constante desenvolvimento. No mundo da selva, tudo é permitido, inclusive foder a própria mãe. Desde o dia em que o ... sentiu a culpa, o incesto foi e é considerado um crime sem precedências.
Sei lá se foi Kurt Kobain ou Charles Darwin, mas foi proscrito por um desses cientistas que a natureza é uma cadela. "Temos evidências muito fortes de que houve fluxo gênico do Homo sapiens para o homo neandertalensis" declarou a revista Science hoje.
Gregor em "A metamorfose" deixa evidente os desejos sexuais que sentia por sua irmã e é nítido que sentia ciúmes do pai. Mas como ele era uma barata, foi obstinado a se masturbar com seus brinquedos até os últimos dias de sua triste e resignada existência.
É mórbido pensar que todos nós somos baratas latentes. Quero dizer, quem um dia pensou que o homo sapiens e o homo neanderthalensis lá no maior rock?
Literatura, incesto, neurociências, insetos, ejaculação precoce. Coisas que nunca saberemos ao certo. Seja como for, o DNA herdado dos neandertais parece não ter nada em especial. Somente a culpa. Sentimento que antecede o pecado, que antecede Deus que antecede o homem.
Comprovando, mais uma vez, que o futuro foi e sempre será igual ao passado.