quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Eric Clapton


Nessa segunda feira fui ao HSBC Arena no Maldito Rio de Janeiro assistir ao show do grande tiozão do Rock, Eric Clapton. Em primeiro lugar, dos milhares de shows que tenho ido ultimamente, nunca tinha acontecido de eu chegar atrasado, porém, devido a um erro na logística dos organizadores, ou da incapacidade que o carioca, de um modo geral, tem de se organizar peguei um trânsito de cerca de três horas para chegar nesse lúgubre e descampado Maldito lugar. O HSBC Arena fica nas proximidades de onde foi também o caótico Rock 'n Rio. Não me senti bem faltando o respeito com o Sir. Eric, cheguei lá para a quinta música, mas, cést la vie.
O show foi muito bom, o "tio"tocando guitarra é realmente hipnotizante. Temas diferentes e andamentos inusitados nas músicas mais conhecidas tornam tudo uma surpresa. A clássica "Layla" por exemplo, foi tocada em ritmo de uma marcha fúnebre. Eu gostei. É o tipo de show que faz a gente se sentir parte de algo maior. Algo que veio do espaço e atingiu os negros que moravam no mississipi Nova Orleans quando desenvolveram o Blues. Furtivamente sai correndo para comprar uma cerveja e, pronto. O show ficou ainda melhor, a atmosfera de "tios" (acima dos 45 anos) e dos sobrinhos (abaixo de 45 anos) cantando "Cocaine" foi envolvente. O show era sentado, porém o brasileiro que é mal educado por natureza não gosta disso, então tinha sempre alguém levantando (inclusive eu) e o segurança mandando sentar. Na última música todas as 25 mil pessoas se levantaram e foram para a frente do palco. Tio Eric Clapton que hoje em dia trocou a calça jeans por um confortável moleton deve ter gostado dessa atitude tão "Brasileira" de ser.
A predominância do público era acima dos 45, e foi divertido acompanha-los cantando para suas esposas "Before you acuse me, take a look at your self" algo que dever querer dizer a trinta anos, mas não podem devido ao convencionalismo do matrimônio. vimos também um senhor com a cabeça toda branca, deveria ter seus quase setenta anos virar para a mulher e dizer "Agora espera amor, que eu vou lá no banheiro cheirar o meu "Cocaine". Sensacional. Essa geração viveu coisas a minha não chegará perto nem eu seus maiores devaneios. Eric Clapton é um símbolo dessa geração.
Após minha segunda e última cerveja da noite fiquei me sentindo em um desses enormes salões de festas ou de jogos. Todos falavam meu nome; Eric para lá e para cá. Fiquei meio tonto, nunca tinha estado em um grande show aonde o nome do grande artista fosse o mesmo que o meu. Você já esteve? No final eles tocaram uma música do Cream e a multidão (de todas as idades) se levantou e resolveu invadir, quero dizer, assistir, o ídolo de perto. Eu me estressei com o segurança que se estressou comigo e assim desenvolvemos nossa recíproca relação.
Em resumo, o show foi muito agradável. o ambiente era pacífico, o público diferente, e o Eric Clapton estava demais. Sua voz ( para quem sofreu durante quase meio século do mal que se detém sobre nós que é o alcoolismo e o vício em heroína) é clara como cristal. Seus solos de guitarra são libertadores. A sua gig; Um pianista, um tecladista, duas cantoras e o baixista e demais agradável. Um tipico programa para se fazer com a família, voltar para casa, tomar uma dose de Wisky e dormir bem.

Show 8.0
Repertório 8.0
Organização 7.5
comportamento 10.0

Nota do evento 8.0

3 comentários:

  1. Erich você é de mais! Adoro o modo como você escreve! Amo acompanhar seu blog! Sou hiper fã de você! hehe, espero que continue sempre escrevendo em seu blog! :)

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  2. Show: deve ter sido o máximo;
    Repertório: Queria ter escutado;
    Organização: Trânsito fode tudo...SP que o diga...
    Comportamento: Um misto de inveja com um leve toque de felicidade.

    Deve ser o máximo ter alguém que você escuta que tem o mesmo nome. Isso deve despertar um sentimento de poder. É de se ficar muito feliz mesmo.
    Andressa não é um nome muito comum por aí, e as famosas com esse nome não me tornam digna, rsrs...

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  3. assistir a quem deixou sua marca é sempre revigorante ...
    Não conheço Clapton a fundo, mas reconheço sua relevância e acho Tears In Heaven a mais bonita cristalização da dor que já ouvi na vida .

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