quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A nova ordem (pt1)


Coisas meio sem pé nem cabeça, mas que ainda assim se rastejam e não pensam. A internet deu a luz a um vírus que derrubou todos os mitos. Nós costumávamos pensar que os gregos haviam inventado tudo. Hoje, nessa quinta feira nublada percebemos que estavamos errados.
Não sei explicar como tudo começou. Então o melhor seria sair juntando os fatos atrás das evidências.
Em primeiro lugar, é preciso entender que os meios culturais, principalmente a fala, não constituem o mundo real. Eles fazem parte de um mundo simbólico elaborado por nós, para explicar os fenômenos da natureza. Quero dizer, nós, os seres humanos construímos uma "segunda natureza" que durante milhares de anos se demonstrou eficiente perante nossos anseios de compreender e aceitar o real. Essa é a natureza simbólica, e que nos aponta claramente que um homem é um homem, e que por exemplo, um lagarto é um lagarto.
Sabe-se que existia um rapaz que se masturbava com frequência. Um desses nerds que vive em frente ao computador, mas até que ele era boa pinta. A máquina, tinha uma Bio-eletro-gênese desenvolvida, acredita-se que devido ao excessivo contato com a sexualidade humana. Começaram a nascer fantasmas. Dos dois sexos. Nos masculinos predominavam a área do encéfalo e da medula, no feminino, os nervos, gânglios e as terminações nervosas.
As máquinas também possuíam um sistema límbico, e eram capazes de expressar seus sentimentos. Em sua maioria elas copulavam entre sí, porém, algumas preferiam os seres humanos. Dessas cópulas nasceram crianças, e é nesse momento que o mundo simbólico sofreu uma intensa mutação.
Mitologia, religião, tecnologia, folclore, literatura, metafísica, semântica.
É sabido pela teoria de Worf Sappir, que a linguagem constrói a realidade. O mundo é além dos objetos reais, ele se constrói em sentido e significado. Com a linguagem o homem interpreta e cria a realidade. Uma palavra é um microcosmo da consciência humana. A palavra é processual e nos chega pela aprendizagem com os outros seres humanos. Os filhos gerados entre as máquinas e os seres humanos eram chamados de polimorfos subjetivos. Houve aqui uma desconstrução da linguagem, em códigos que não cabe a mim tentar explicar. Eu prefiro me ater ao rapaz que se masturbava em frente ao computador e que deu a luz aos fantasmas.
Vale a pena lembrar, que aqui, o sagrado não existe. Ele nunca existiu. As religiões monoteistas como o judaismo, o cristianismo e o islã permanecem relutantes em aceitar a nova ordem.
Todo homem, mulher, criança ou lagarto tem direito a andar armado. Os tempos mudaram. Não é conveniente pegar as estradas a noite, muitos menos andar sozinho. Os tempos mudaram, vivemos um eterno relativismo.

10 comentários:

  1. É apenas a seleção natural das espécies.
    Os tempos se classificam ao ser,
    ética, prazer, dor, e a merda da religião.
    Enfim, de onde vem a comunicação?

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  2. com o tempo tudo muda e continuará mudando!
    a sociedade tende a mudar para ser igual ao outro, salvos aqueles que fogem desta classificação social e ética, assim parecendo não estar no tempo certo.

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  3. Incrível como através de simbologias, podemos aprender a destrinchá-las e compreender que o plano superior está na satisfação dos impulsos e tudo quanto mais a simbologia contribuiu para maquiar. É bem contrastante: A simbologia ensinando a às esquecer. ||

    Sempre sinto um tipo de felicidade ao ler seus textos. É sempre uma viagem de olhos vendados até um ponto aleatório no espaço em que poderei ver o mundo de um ponto de vista nunca antes imaginado.

    Erich, com seus textos, vc é um aviador de terras inóspitas com incontáveis passageiros. Uns temendo olhar pelas janelas, outros desejando pular por elas e gozar com na paisagem.

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  4. Eu quero uma dessas sex-machines ...
    #oldCronenbergfeelings

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  5. a internet é um problema, ela sabe tudo que nós gostamos ou não. a internet sabe tudo sobre quem faz parte dela. paranóia...

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  6. Sociedade maquínica de fabricação de subjetividade em massa.
    Opa Aldérick, gozar na paisagem? Gostei, aqui você goza brincando como quando era no Playground.

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  7. Porra Andressa, eu curto muito os filmes do Cronenberg. O surrealismo plástico que ele cria nas telas me lembra o universo literário do Clive Barker, outro monstro da Fantasia.
    A mosca e o Videodrome foram filmes que marcaram a minha infância.

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  8. gosto muito dessas coisas industriais/pós-humanismo/hibridismo homem maquina.


    logo adorei esse texto, mas n vou comentar agora pq estou bebendo e vendo isso


    http://www.xvideos.com/video653732/adahlia_and_bella_vendetta

    aos atrevidos, pervertidos e mais além, confiram.

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  9. Eu também amo Cronenberg [mas não o mesmo tanto que amo Clivinho ...] !
    A cena da cabeça explodindo em Scanners é um dos negócios que mais mexeram comigo na vida !

    Pena que os trabalhos mais contemporâneos dele - apesar de bons [vide A History of Violence] - tenham perdido a verve sci fi ...

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