sábado, 9 de outubro de 2010
Jardim zoológico da paixão.
Paixão fantasmagórica. Alegoria dos corpos. Jardim zoológico dos sentidos. Estar junto a alguém nos dias de hoje é definitivamente um espetaculo pavoroso. Quero dizer, nessa relação a dois, que é o principal? Supoem-se que por se tratar de minha própria vida, que eu ocupe esse lugar. Então, já que sou o personagem principal de minha vida, que papel representa meu parceiro ou parceira nessa peça? O de quadiovante? Então vejo o cartaz da peça estampado em um otdoor que diz; "Jardim Zoológico do amor. Uma tragédia balzaquiana sobre um casal do sec XXI que se amam e com isso tem de aprender a domar seus animais internos. Amor, sexo, traição, confiança e desespero nesse clássico que vai entrar para os anais da história do teatro. Estrelando B.A (Ele) e grande elenco (Ela)".
Jardim zoológico do amor. Esse seria o nome obra de nossas vidas. Por essa alma que a este corpo está aprisionada, eu inevitavelmente seria o personagem principal, e ela, minha mulher, minha parceira, seria representada por um grande elenco. Seu nome nem apareceria no cartaz , seria somente anunciada como um grande elenco. Em uma peça trágica como essa, só haveria lugar para um nome. Caso houvessem dois, não haveria necessidade para montar um espetaculo sobre os dramas que vive um casal que tem de lutar para domesticar sua hiena interior comendo todos os dias a mesma ração humana, e dormindo todas as noites na mesma cama.
Orgãos sexuais em volta de casa. Ânus que faz mais belas promessas. Músculo pélvico amarrado a uma palmeira. Juke box. Espasmos na areia da perseguida. Calafrios ao pensar que pela origem embriológica é a mesma e que por isso o orgasmo é igual no homem e na mulher.
Bom. É assim que me sinto. Como uma hiena que foi arrancada de seu habitat natural para viver em cativeiro com outra experiência..
Quando nos conhecemos, nos topamos nos jardins da paixão, e por lá permanecemos por uns tempos em bioenergia. Havia aquela sensação de livre esxpressão dos sentimentos emocionais e sexuais no relacionamento. Agora nos mudamos para o jardim zoológico do amor. Por que tem que ser assim? A resposta sexual. Me sinto seguro o suficiente para não duvidar do que sinto por ela, e acreditar que minha hiena interna está domada. Mas por quanto tempo? Repito a questão. Por que tem que ser assim? Wilhen Reich conseguiu após horas de espera se encontrar com Freud, o até então discípulo entregou a seu mestre sua primeira obra escrita. " A gene da neurose". Freud pega o livro com as duas mão. Avalia o tamanho generoso do volume e lhe faz somente uma observação; - Por que tão grande?
Confesso aqui, que assim como Reich, tive uma vida sexual um tanto turbulenta. Desde cedo vivendo no interior, a vida na fazenda me ensinou coisas sobre a natureza que não se aprende dentro de um apartamento. Aos cinco anos um de meus passa tempo preferidos, era assistir a cópula dos animais. Esse hábito se estendeu para além, e comecei espionar os outros moradores do local em seus movimentos diários e descompromissados de vai e vem. Eu espiava todos os amantes em nossa grande propriedade. Até mesmo minha própria mãe. Deixo para descrever os pormenores desse episódio conflitante edípico/Voyerismo mais tarde.
O fato é que com doze anos, um pouco antes de meu contato com meu primeiro par de tesouras, eu já havia perdido a virgindade com uma das empregadas da casa. Outros detalhes sórdidos sobre a minha precoce vida sexual serão descritos no vai e vem dessas páginas no decorrer dos fatos.
Acreditas mesmo que uma fera pode ser dominada? Eu digo, a paixão?Ja tentei hipnose e psicoterapia. Me sinto surpreso com os sentimentos que me acometem diariamente e a conclusão que chego é que sou um estranho. Confraternizar-se com o espírito, beber o vinho dos santos, abrir a jaula dos macacos. Corpo físico.Pegar aquele telefone. Corpo físico. Ligar para aquele número e dizer para aquele nome que "Olha, sou eu. Não aguento mais!" Faça o que estiver afim. Dance com o Diabo na lua cheia se precisar, você está livre". Corpo físico.
Mas eu... eu... eu não consigo...
Anorgasmia.
É claro que ela está livre. Não nascemos no Egito. Somos seres livres desde o dia em que nascemos. É impressionante como até minha linguagem é afetada por esse neoplatonismo cristão que banha minha alma em culpa e me faz sofrer. É óbvio que ela é livre. Quero dizer, se ela quiser, é livre para fazer o que bem entender, e quem sou eu, para impedi-la? Euforia.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
A negociação de arquivos Bob Marley no Rio de janeiro
Depois tudo aconteceu conforme o prometido. Tão pouco eu terminava o corte moças seguiam com os novos rumos de suas vidas. Os cabelos ditavam tendências, os clientes enlouqueciam e os salões ficavam lotados. As mulheres histéricas se amontoavam aos bandos e ofereciam suas almas se fosse preciso por um Chanel ou um repicado. Com o tempo, é claro que o buxixo chegou até as classes mais elevadas e então comecei a cortar os cabelos da elite. Sempre daquele jeito; quanto maior a ambição da cliente, geralmente mais escura e exótica a sua aura, e consequentemente, o seu novo cabelo.
Apesar de tudo isso, eu me mantive humilde como a batata-da-terra. A fama nunca me subiu a cabeça, e os investimentos em bebidas e ansiolíticos não param de crescer.
A praia estava deprimente. não sei exatamente o por que de eu estar aqui. Pessoas sujas e mal educadas falam aos berros e ficam babando sobre as bundas que se encontram em toda a parte. De fato, as bundas eram maneiras. Vejo uma gostosa que também tem suas tatuagens esverdeadas como as minhas, seu biquini encravado no cú. Ela se aproxima, e ao menor dos movimentos bruscos na areia seu corpo é sacudido gerando um grande tremor na terra de movimentos tectônicos. Isso não é mutação, é mal formação. Diz uma das vozes em minha cabeça. Ela se senta , saca um baseado do maço de cigarros e começa a fumar com um grupo de amigas. Também quero fumar mas não sei o que dizer. Ela passa o baseado que fica grudado na boca de sua amiga. Me levanto e fico me alongando perto do grupo para ver se alguma delas me reconhece. O famoso cabelereiro. Aquele de sexualidade ambígua. Uma delas cospe na mão e esfrega a saliva que chega a transbordar para que a coisa fique acesa por mais tempo. Elas não me reconhecem. Tiro os óculos escuros e dou uma risada de uma de suas piadas como alguém que acidentalmente ouviu a conversa do grupo. Elas não reparam. O baseado chega na ponta e se apaga.
Como um muçulmano, recolho minha canga do Bob Marley e realizo a peregrinação para perto de outro grupo de fumantes. Dessa vez são dois rapazes que também fumam exibindo suas tatuagens e conversam sobre a India. Simpatizo com eles e me introduzo bem direto.
- Fala ae galera, rola deu dar um dois com vocês?
- Claro cara, deixa só o meu parcero fumar que o beck é dele e você fuma também.
A dupla era agradável. Eram viajantes. A conversa era sobre a erupção do Krakatoa, um vulcão a oeste de Java. Logo evoluiu para o tipo de maconha que se fuma na indonésia, e finalmente chegamos até a pena de morte.
- Será que a gente não podia mudar de assunto não? Esse negócio de pena de morte, sei lá. me deixa meio assim ... me deixa meio nervoso.
- Pode crê cara. "fffuuu..." Mó vacilação... 'fffuuuu'... essa parada de pena de morte na indonésia. "fffuuuu...." Nego lá só queria fumar bagulho bom e curtir.
- Essa é a parada.
- Tipo, na Hollanda, a gente só fumava do verde. Todo dia. Mó astral cara. Igual essa tua canga ae do Bob Marley.
Meu Daimon interior mais uma vez estava certo. Esses moleques eram maneiros. Conversamos sobre diferentes tipos de maconha e religião do mundo inteiro. Traçamos um paralelo entre as plantações de canabis sativa na América do norte, e sua estreita ligação com os cultos evangélicos que são predominantes na região. Cocluimos, que devido ao fuso horário, o tão odiado presidente Bush deveria estar acendendo um baseadão nesse exato momento em uma de suas enormes propriedades no Texas.
Enfim, o marasmo da droga. A quietude. Algo que se faça curtir essa situação tropical que agora me encanta a alma. Conversar com estranhos, chegar as alturas da iluminação e da revolução da dialética. - Hummm... Krakatoa. Ser embalado pelo som das palavra desconhecida, ouvir a onda do mar. Mente quieta. Passividade e recptividade. Paz divina. Forma elevada de pensar e de não pensar. Recordar e re-descobrir o motivo pelo qual tomei aquele avião do Espirito Santo e vim para o Rio de Janeiro. Auto-observação e compreensão. Avaliar cada pensamento que chega a mente e considerar que toda idéia tem dois polos, negativo e positivo. Esse é o momento em que todas aquelas bundas se viram para mim, e eu fico contente de estar aqui. Não vacilar. Curtir o momento. Aliás, negócio bom esse de Java, sem bad trip, nenhuma tempestade. Uma dupla de Pms se aproxima e rodam um grupo que fumava em um cachimbo. O símbolo da polícia militar intimamente ligado com o da magia negra naquele momento. No cahimbo, um chape de um duende. Ningem se desespera. Ta tudo uma maravilha. Princípio pensante sob controle. Intimidade de contato com aquele "Aquilo" descrito por Jack Korouack. Eu chamo de "Verdade". A cada instante uma nova descoberta, uma cor, um detalhe. Cada momento é absoluto... vivo... significante.... e de repente... o silencio. Vamos agora colar nossas mão no peito em forma de um coração e entoar o mantra "Om". "AAAAUUUUUMMMMM". O som do universo, o conhecimento dos vedas. Vigília, sono, e sonho. Sonho... Silencio. Vou abrindo os olhos lentamente, e vejo que tudo continua lá. O sol, o mar, as bundas. Então, novamente o silencio .............................................................................................................
- Pode crer, Krakatoa...
- Ae cara, você não é aquele maluco que corta o cabelo de geral?
Em meu transe, percebo que as palavras são dirigidas a mim.
- Sim, sou eu mesmo.
- Porra, pode crer. Satisfação cara. Se ligou Brow? É ele que corta o cabelo daquela mulherada toda. Tu ta bombando na mídia.
- Pode crer. Lança o corte novo da Krakatoa.
Algumas risadas.
Foneticamente o nome não agradaria muito, mas eu ja imaginava como seria.
"AAAAAAAAUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMM"
Apesar de tudo isso, eu me mantive humilde como a batata-da-terra. A fama nunca me subiu a cabeça, e os investimentos em bebidas e ansiolíticos não param de crescer.
A praia estava deprimente. não sei exatamente o por que de eu estar aqui. Pessoas sujas e mal educadas falam aos berros e ficam babando sobre as bundas que se encontram em toda a parte. De fato, as bundas eram maneiras. Vejo uma gostosa que também tem suas tatuagens esverdeadas como as minhas, seu biquini encravado no cú. Ela se aproxima, e ao menor dos movimentos bruscos na areia seu corpo é sacudido gerando um grande tremor na terra de movimentos tectônicos. Isso não é mutação, é mal formação. Diz uma das vozes em minha cabeça. Ela se senta , saca um baseado do maço de cigarros e começa a fumar com um grupo de amigas. Também quero fumar mas não sei o que dizer. Ela passa o baseado que fica grudado na boca de sua amiga. Me levanto e fico me alongando perto do grupo para ver se alguma delas me reconhece. O famoso cabelereiro. Aquele de sexualidade ambígua. Uma delas cospe na mão e esfrega a saliva que chega a transbordar para que a coisa fique acesa por mais tempo. Elas não me reconhecem. Tiro os óculos escuros e dou uma risada de uma de suas piadas como alguém que acidentalmente ouviu a conversa do grupo. Elas não reparam. O baseado chega na ponta e se apaga.
Como um muçulmano, recolho minha canga do Bob Marley e realizo a peregrinação para perto de outro grupo de fumantes. Dessa vez são dois rapazes que também fumam exibindo suas tatuagens e conversam sobre a India. Simpatizo com eles e me introduzo bem direto.
- Fala ae galera, rola deu dar um dois com vocês?
- Claro cara, deixa só o meu parcero fumar que o beck é dele e você fuma também.
A dupla era agradável. Eram viajantes. A conversa era sobre a erupção do Krakatoa, um vulcão a oeste de Java. Logo evoluiu para o tipo de maconha que se fuma na indonésia, e finalmente chegamos até a pena de morte.
- Será que a gente não podia mudar de assunto não? Esse negócio de pena de morte, sei lá. me deixa meio assim ... me deixa meio nervoso.
- Pode crê cara. "fffuuu..." Mó vacilação... 'fffuuuu'... essa parada de pena de morte na indonésia. "fffuuuu...." Nego lá só queria fumar bagulho bom e curtir.
- Essa é a parada.
- Tipo, na Hollanda, a gente só fumava do verde. Todo dia. Mó astral cara. Igual essa tua canga ae do Bob Marley.
Meu Daimon interior mais uma vez estava certo. Esses moleques eram maneiros. Conversamos sobre diferentes tipos de maconha e religião do mundo inteiro. Traçamos um paralelo entre as plantações de canabis sativa na América do norte, e sua estreita ligação com os cultos evangélicos que são predominantes na região. Cocluimos, que devido ao fuso horário, o tão odiado presidente Bush deveria estar acendendo um baseadão nesse exato momento em uma de suas enormes propriedades no Texas.
Enfim, o marasmo da droga. A quietude. Algo que se faça curtir essa situação tropical que agora me encanta a alma. Conversar com estranhos, chegar as alturas da iluminação e da revolução da dialética. - Hummm... Krakatoa. Ser embalado pelo som das palavra desconhecida, ouvir a onda do mar. Mente quieta. Passividade e recptividade. Paz divina. Forma elevada de pensar e de não pensar. Recordar e re-descobrir o motivo pelo qual tomei aquele avião do Espirito Santo e vim para o Rio de Janeiro. Auto-observação e compreensão. Avaliar cada pensamento que chega a mente e considerar que toda idéia tem dois polos, negativo e positivo. Esse é o momento em que todas aquelas bundas se viram para mim, e eu fico contente de estar aqui. Não vacilar. Curtir o momento. Aliás, negócio bom esse de Java, sem bad trip, nenhuma tempestade. Uma dupla de Pms se aproxima e rodam um grupo que fumava em um cachimbo. O símbolo da polícia militar intimamente ligado com o da magia negra naquele momento. No cahimbo, um chape de um duende. Ningem se desespera. Ta tudo uma maravilha. Princípio pensante sob controle. Intimidade de contato com aquele "Aquilo" descrito por Jack Korouack. Eu chamo de "Verdade". A cada instante uma nova descoberta, uma cor, um detalhe. Cada momento é absoluto... vivo... significante.... e de repente... o silencio. Vamos agora colar nossas mão no peito em forma de um coração e entoar o mantra "Om". "AAAAUUUUUMMMMM". O som do universo, o conhecimento dos vedas. Vigília, sono, e sonho. Sonho... Silencio. Vou abrindo os olhos lentamente, e vejo que tudo continua lá. O sol, o mar, as bundas. Então, novamente o silencio .............................................................................................................
- Pode crer, Krakatoa...
- Ae cara, você não é aquele maluco que corta o cabelo de geral?
Em meu transe, percebo que as palavras são dirigidas a mim.
- Sim, sou eu mesmo.
- Porra, pode crer. Satisfação cara. Se ligou Brow? É ele que corta o cabelo daquela mulherada toda. Tu ta bombando na mídia.
- Pode crer. Lança o corte novo da Krakatoa.
Algumas risadas.
Foneticamente o nome não agradaria muito, mas eu ja imaginava como seria.
"AAAAAAAAUUUUUUUUUUUMMMMMMMMMMMMMMMMMM"
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